Bombeiros acham corpo da 10ª vítima de desabamento em SP
Corpo foi retirado dos escombros às 16h15 desta quinta-feira (29). Equipes confirmam o fim das buscas e entregam área para a perícia.
O Corpo de Bombeiros localizou por volta das 16h15 desta quinta-feira (9) o corpo da décima vítima do desabamento de uma obra na Zona Leste de São Paulo. O último desaparecido após o acidente nesta terça-feira (27) era o ajudante de pedreiro Antônio Welington Teixeira Silva.
Segundo o major Anderson Lima, do Corpo de Bombeiros, como não há mais relatos de desaparecidos, as buscas foram dadas por encerradas e a área entregue para o trabalho da perícia. Após a retirada do último corpo, Lima reuniu os bombeiros, que fizeram um minuto de silêncio pelas vítimas.
Em seguida, eles foram bastante aplaudidos pelas pessoas que acompanhavam as buscas na Avenida Mateo Bei, em São Mateus.
O corpo de Silva estava na região que abrigaria o almoxarifado do edifício. Segundo o major, pela forma como o corpo foi encontrado e as lesões, a morte foi praticamente instantânea. O ajudante de pedreiro faz parte de uma família de cinco pessoas que trabalhavam nesta obra. Um irmão e três tios ficaram feridos no acidente.
O major Anderson Lima disse que, apesar dos 10 óbitos, o sentimento é de “dever cumprido”.
“Ficamos felizes pelo resgate das 26 vidas.” Durante os mais de dois dias de trabalho no local do desabamento, houve o emprego de 270 profissionais do Corpo de Bombeiros e mais de 70 veículos da corporação, segundo o major.
A perícia trabalhava na área por volta das 17h30. Funcionários da Defesa Civil do município conversaram com os peritos para acertar que as máquinas irão jogar de volta ao terreno o entulho que está na avenida. Depois, a Prefeitura colocará um tapume para cercar a área, fará a varrição e a lavagem da via para liberar ao trânsito e permitir a reabertura do comércio na região, o que deve ocorrer na manhã desta sexta-feira (30).
Nona vítima encontrada
A penúltima vítima encontrada foi o pedreiro Claudemir Viana de Freitas, na manhã desta quinta-feira. O corpo dele estava no fundo do terreno e foi reconhecido por familiares. Segundo a corporação, 36 pessoas estavam na construção no momento do desabamento: 26 delas foram resgatadas com vida e 10 morreram.
Segundo o Fernando Barbosa, amigo de Freitas, a mulher da vítima está grávida de dois meses e ele havia voltado do Maranhão para uma nova empreitada de trabalho em São Paulo há 15 dias. "Eu ainda tinha esperança de encontrá-lo com vida. Ele estava muito feliz de ser pai. Era trabalhador e sonhador", lamentou Barbosa que acompanhava as buscas desde quarta.
Máquinas retroescavadeiras foram usadas no início desta manhã para remover os escombros de pontos da obra onde os bombeiros acreditavam não haver vítimas. Segundo o capitão dos bombeiros Denilson Ostroki, a corporação trabalhava por volta das 7h com a "remoção seletiva de escombros".
"O bombeiro investiga determinada região e a máquina auxilia na remoção", explicou. Os trabalhos estavam concentrados em dois pontos.
Por causa da poeira levantada na remoção dos escombros, máscaras de proteção foram distribuídas para quem acompanhava o trabalho dos bombeiros, como os profissionais da imprensa. Até o fim da manhã, 18 caminhões de escombros já haviam sido retirados.
Maranhão
A maioria dos mortos no desabamento era natural do Maranhão. Confira a lista dos mortos:
- Marcelo de Sousa Rodrigues, 22 anos, natural de Barra do Corda (MA)
- Ocirlan Costa da Silva, 19 anos, Mirador (MA)
- Antônio Carlos Carneiro Muniz, 36 anos, Grajaú (MA)
- Raimundo Barboza de Souza, 38 anos, Imperatriz (MA)
- Leidiano Teixeira Barbosa, 27 anos, Barra do Corda (MA)
- Felipe Pereira dos Santos, 20 anos, Imperatriz (MA)
- Raimundo Oliveira da Silva, 29 anos, Itaguatins (TO)
- José Ribamar Soares do Nascimento, 20 anos, de Caxias (MA)
- Claudemir Viana de Freitas, 28 anos, de Barra do Corda (MA)
- Antônio Welington Teixeira Silva, de Barra do Corda (MA)
Segundo o advogado Leonardo Veloso, que defende a Salvatta Engenharia (empresa contratada para avaliar as condições da obra), os corpos serão levados até Imperatriz (MA). A empresa vai pagar o traslado dos corpos e passagem aérea para um ou dois parentes que quiserem ir ao enterro. “A maioria dos funcionários era radicada em Imperatriz.” A empresa é responsável por levar os corpos para outras cidades, caso seja necessário.
Ainda segundo o defensor, todos os funcionários estavam devidamente registrados e tinham seguro de vida pago pela empresa. Ele acrescentou que “o que tiver que ser feito vai ser feito e da melhor maneira possível”.
Fonte: http://g1.globo.com/