Desabamento
Tragédia completa dois meses com moradores desaparecidos
Desabamento de prédio no Centro de SP completa dois meses
O desabamento do prédio Wilton Paes de Almeida no Largo do Paissandu, no Centro de São Paulo, completa dois meses neste domingo (1º). Sete pessoas morreram e dois moradores ainda permanecem desaparecidos: Eva Barbosa Lima, de 42 anos, e Gentil de Souza Rocha, 53 anos. Muitas famílias tentam refazer a vida no local e muita coisa ainda precisa ser feita para rotina voltar na região.
O tapume preto guarda o terreno onde ficava o edifício e quem passa pelo endereço se emociona ao lembrar da tragédia. “É muito triste, muito triste”, disse o designer João Touri. “Eu sempre gosto de vir a São Paulo, pontos turísticos, e a gente vê isso é uma decepção. Muito ruim”, disse o operador de empilhadeira José Maria Mecenas.
Do lado de dentro do tapume, os escombros chegam a três metros de altura. Dois meses depois os operários tapam os buracos feitos pelos bombeiros para realizar as buscas no local.
O terreno é da União e estava sob a guarda da Prefeitura desde outubro do ano passado. A Secretaria da Habitação defende a construção de até duzentas unidades habitacionais no local. Mas ainda depende da aprovação de financiamento.
“É que a discussão não estava sendo feita especificamente naquele local, está sendo feita uma discussão mais ampla com o Ministério das Cidades sobre a produção de habitação em toda região central. Esse terreno faz parte da discussão, ele tem prioridade, é obvio, pela questão simbólica, pelo acidente que aconteceu”, disse Fernando Chucre, secretário municipal de Habitação.
A Rua Antônio de Godoi continua interditada para os carros por causa do Edifício Joamar, que está isolado pela Defesa Civil. O prédio vai precisar de uma reforma. E a obra só começa depois que a estrutura estiver protegida toda protegida. Enquanto isso não for feito, a rua continua interditada para não oferecer risco a quem passa pelo local.
ó tem direito ao auxílio moradia quem era da antiga ocupação e aceitar deixar a praça, por ser considerado um local de risco. Mas mesmo quem já recebe o benefício diz que só vai levantar acampamento depois que os outros também conseguirem o mesmo.
“Enquanto isso não acontecer, a gente não vai sair daqui. Eu estou indo trabalhar todo dia, porque tenho minha família para sustentar. Querendo ou não, aqui, não tem como. Minha neta tem 2 aninhos”, disse a desabrigada Fabiana Silva.
Em nota, a Prefeitura informa que disponibilizou abrigo emergencial para os desabrigados logo depois do incêndio e o pagamento de auxílio-moradia para 221 famílias, atendidas pela Secretaria de Habitação. Disse que as pessoas que permanecem no Largo do Paissandu não aceitaram o atendimento da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social. Mesmo assim, a Prefeitura tenta mediar a saída delas do acampamento.
Sobre o Edifício Joamar, que continua interditado, afirma que aguarda as obras de adequações no prédio.
Fonte: g1.globo.com