Síndico de edifício que desabou no Rio admite que paredes derrubadas eram estruturais
Destroços dos prédios que caíram no Rio de Janeiro, em 25/01/2012; prédios desmoronaram na Rua 13 de Maio, no Centro
O síndico do Edifício Liberdade, Paulo Renha, admitiu na quarta-feira, em depoimento à Polícia Federal (PF) que as paredes derrubadas pelos pedreiros durante uma obra no nono andar do prédio, que desabou em janeiro, eram do tipo estruturais e ajudavam a sustentar o prédio.
O delegado Fabio Scliar afirmou que, embora seja cedo para determinar se essa demolição foi responsável pela queda do Liberdade, é provável que a obra tenha contribuído para o acidente. Renha relatou ao delegado que durante uma obra, em anos anteriores, foi desaconselhado, por um engenheiro, que se mexesse nas paredes, porque elas seriam estruturais.
- Ele revelou que no décimo sétimo andar, onde trabalhava, em certa feita, tentou fazer uma reforma no banheiro e foi desaconselhado pelo engenheiro, porque as paredes do banheiro eram feitas de concreto armado, amarradas por ferros ao teto e ao chão. Ao passo que sabemos que, no nono andar, os banheiros foram exterminados – disse Scliar.
Em depoimento no dia anterior, os operários disseram que derrubaram pelo menos um pilar de concreto, além de botarem abaixo a parede, também de concreto, de um dos banheiros do nono andar. A obra deixou o pavimento sem nenhuma parede, transformado em um grande salão vazio, o que pode ter desequilibrado a estrutura do Liberdade.
O edifício caiu na noite de 25 de janeiro sobre outros dois prédios, na Avenida 13 de Maio, no centro do Rio. O desabamento provocou a morte de 17 pessoas e deixou cinco desaparecidas.
Fonte: http://correiodobrasil.com.br
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