Laudo de prédios no São Bento fica pronto em 20 dias
Em 20 dias, no máximo, sai o laudo técnico que vai apontar as causas do desabamento de um muro de contenção na Avenida Professor Cândido Holanda, no Bairro São Bento, na Região Centro-Sul de BH. A estrutura se rompeu na tarde de domingo, deixando dois prédios interditados e pelo menos 39 famílias desabrigadas. O engenheiro perito contratado pelos três condomínios para investigar o episódio, José Fernando Seabra Gomes, afirma que, de imediato, é possível concluir que houve problema de drenagem associado ao tipo de terreno da região.
“Não havia como a água escoar e parte dela drenava pela parede do muro. O terreno de filito, que desliza facilmente, ficou saturado e empurrou o muro”, afirma Gomes.
O retorno das famílias para casa depende de avaliação, até o fim da semana, de equipe que está monitorando a movimentação do barranco e da liberação da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil. Ontem, engenheiros inspecionaram o local para começar os trabalhos de contenção da encosta. “As primeiras medidas tomadas são o desvio da água e a proteção do barrancos pois ele está cheio de fendas e com risco de novos deslizamentos”, explica o perito. Outra ação é o escoramento e proteção dos pilares, além da contenção do talude.
Técnicos da Construtora Lider, que ergueu dois dos três prédios envolvidos na ocorrência, também inspecionaram o local. Por meio de sua assessoria, a empresa informou que está aguardando o laudo da perícia técnica para verificar de que forma vai atuar no caso. De acordo com o síndico do Edifício São Tomás de Aquino, onde 28 famílias estão desabrigadas, Mirabeau Cardoso, de 82, foram criadas três comissões entre os moradores.
“Formamos comitês de engenharia, jurídico e financeiro. Ainda não podemos fazer nenhuma obra”, afirma Cardoso. Uma das estratégias cogitadas pelas equipes de engenharia é a construção de um muro de arrimo para conter o barranco.
A estrutura de quase 15 metros se rompeu no domingo sobre dois edifícios da Avenida Professor Cândido Holanda, o São Tomás de Aquino, no nº 70, e o Bela Morada, no nº 120. O muro fazia a contenção da quadra poliesportiva do prédio de trás, o Edifício Morigerati, na Rua Abadessa Gertrudes Prado, já no Bairro Vila Paris. O peso da terra quebrou o piso da área de lazer do Bela Morada, e uma montanha de barro invadiu a garagem, situada no subsolo. O prédio, que tem 11 apartamentos, foi interditado. A garagem do São Tomás de Aquino também ficou tomada por lama, e o muro, apoiado na janela do terceiro andar da edificação. Um dos dois blocos do condomínio foi interditado e 28 famílias estão desabrigadas.
BURITIS
Expectativa também para as famílias desabrigadas do Bairro Buritis, na Região Oeste de BH. Um ano depois do desabamento do Edifício Vale dos Buritis, cuja estrutura estava comprometida, finalmente terminou esta semana a fase de instrução probatória – em que provas podem ser anexadas ao processo de indenização pelos danos materiais e morais. O processo, contra a Estrutura Engenharia, corre na 16ª Vara Cível da Comarca de BH. “Agora estamos aguardando o juiz marcar a data da audiência final, em que serão arbitradas as decisões”, afirma a advogada do condomínio, Karen Myrna Castro Mendes.
Enquanto isso, a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) trabalha na contenção da encosta da Rua Laura Soares Carneiro, onde ficava o Vale do Buritis e um dos edifícios do condomínio Art de Vivre. No valor de R$ 5,6 milhões, a obra estava prevista para ser concluída este mês, mas ficará pronta apenas em março. Mesmo com a intervenção, moradores da região estão receosos. “A gente fica pensando se esse barranco não pode cair”, comenta a massoterapeuta Maria Teresa Castro, de 54, que mora próximo à Avenida Protásio de Oliveira Penna, à beira do local onde o edifício desabou.
Fonte: http://www.em.com.br
Matérias recomendadas