Valor de imóvel sujeito a inundação cai cerca de 40%
Segundo sindicato do mercado imobiliário, índice varia conforme frequência de chuvas e intensidade de danos. Medidas simples evitam desde o mofo na parede por infiltração até a enxurrada de água por telhas e calhas
A aposentada Mariza Soares da Silva, 63, conta que, desde que se mudou para o seu apartamento na Mooca, há oito anos, na zona leste, sofre com infiltração no imóvel quando a chuva forte vem acompanhada de ventania. A água entra pela janela, mesmo quando fechada.
"É um transtorno. Estraga bastante a pintura e molha metade do chão da sala", diz.
Segundo o arquiteto Rodrigo Marcondes Ferraz, problemas como esse são comuns e é preciso analisar se foram causados por defeito no produto ou falha na instalação.
Para deixar todo o imóvel menos vulnerável, a primeira iniciativa é fazer uma boa vistoria. Uma medida simples e importante é desentupir calhas e canos condutores da chuva e observar se o telhado está bem colocado.
Também se deve verificar se há fissura na laje. Para prevenir ou bloquear infiltração, é indicado aplicar impermeabilizante no teto ou uma manta metálica sob o telhado.
Os rufos, que são peças metálicas instaladas na junção das paredes com o telhado, ajudam a coibir a infiltração. Os modelos mais baratos custam, em geral, R$ 15 o metro.
René Conter, engenheiro da rede Rei da Reforma, recomenda que, mesmo com a vistoria em dia, o morador verifique a cobertura após uma chuva forte, já que ela pode deslocar as telhas de lugar.
Uma dica para evitar o contato do mofo com o fundo do armário embutido é deixar um vão entre ele e a parede e preencher o espaço com isopor, segundo o arquiteto Rodrigo Costa. Para debelar as causas da umidade, porém, é preciso pôr a mão na massa (leia mais ao lado).
Segundo Lígia Franco, arquiteta da empresa de reformas Dr.Resolve, para impermeabilizar a parede, deve-se retirar o reboco e o chabisco (massa que fica entre o reboco e alvenaria) e aplicar impermeabilizante, o que exige que se refaça o acabamento.
ALAGAMENTO
Antes de comprar um imóvel, deve-se checar se a região alaga, perguntando, se preciso, à vizinhança.
Segundo Claudio Bernardes, presidente do Secovi-SP, quando a água invade a casa, a desvalorização pode chegar a 40% e, dependendo da extensão do dano e da frequência da inundação, até mais.
A presidente da Associação Amigos de Vila Pompeia, Maria Antonieta de Lima e Silva, diz que "ninguém consegue vender imóvel" na parte baixa desse bairro da zona oeste de São Paulo, alvo fácil de alagamentos.
Ela cita iniciativas da prefeitura contra enchentes como fator que deve provocar forte expansão dos preços. A prefeitura iniciou obras no ano passado, com previsão de conclusão em 2016.
Fonte: Folha de S. Paulo
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