Festa não é para todos na final da Libertadores
Além dos corintianos e dos que torcem contra, há os que não se importam e se incomodam com a gritaria
São Paulo vai parar nesta quarta-feira à noite. Milhões vão torcer pelo Corinthians e todas as outras torcidas serão Boca Juniors desde o ventre materno. Mas há uma terceira legião: de pessoas que não estão nem aí para o jogo, capaz de mobilizar tantas emoções, como se fosse Copa do Mundo. Estas se incomodam especialmente com barulho, fogos e xingamentos proferidos, em altos decibéis, por gente alucinada, em momentos de lances de perigo ou gols. Sobretudo quando moram em prédios.
“Vou resumir para você da seguinte forma: se eu tivesse um rifle em casa, resolveria isso rapidamente”, afirma Gilbert Samama, 35 anos, morador de um condomínio fechado paulistano de dez edifícios, onde moram 3,6 mil pessoas.
A história é a mesma em vários outros espalhados pelo estado. Gritaria infernal nos lances de emoção. A favor ou contra o Corinthians. “Eu não gosto de futebol e tenho crianças em casa. Só pisei em estádios para ver shows de rock. Não é o barulho que incomoda tanto. São os palavrões”, completa.
O síndico não dá tanta atenção. Vê como algo natural em uma ocasião tão especial. “Não é todo dia que acontece. A gente precisa entender. Mas, por via das dúvidas, não fico aqui no condomínio em dias de jogos”, brinca Amilton Longo. Não por acaso, corintiano.
E os cachorros?
Nesta quarta e na próxima, o roteiro vai se repetir em vários lugares. “Quem tem animal em casa também sofre. Porque o barulho os assusta bastante. Não vejo necessidade disso tudo”, reclama Izilda Gennari, que mora no mesmo condomínio há 23 anos. “Claro que me incomoda. Mas, além disso, os cachorros não deixam ninguém dormir”, concorda a bela estudante Raquel Pacheco.
Opinião
José Bregaida, presidente do Sindicato dos Condomínios de Prédios de SP
É apenas de vez em quando...
Nesta questão de gritaria e barulho em jogos de futebol, deve valer a lei do bom-senso. É uma coisa esporádica, não acontece o ano todo. No caso do Corinthians, é na Libertadores. É algo parecido com uma festa de aniversário no apartamento. Não ocorre a toda hora.
As famílias com crianças, se moram no mesmo andar de gente que faz barulho durante a partida, precisam conversar com os vizinhos para chegar a um denominador comum. No fundo, a expressão que define tudo é esta: bom-senso. É a primeira vez que o Corinthians chega tão perto do título da Libertadores...
Acabou o jogo, acabou. Neste caso, o barulho não pode continuar. Vida em condomínio é respeitar o outro e saber que vão acontecer casos esporádicos. São coisas que acontecem e todos precisam entender e conviver da melhor forma possível.
Fonte: http://diariosp.com.br
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