Dicas da Lar.App
Como moradores contribuem para a luta contra COVID-19
O papel do morador na luta contra Covid-19
Leonardo Boz*
O Estado de São Paulo (SP) vive a partir desta terça-feira, 24 de março, um período de quarentena, decorrente do decreto promulgado pelo governador paulista João Dória no último sábado, 21 de março.
Serão 15 dias de comércio fechado, como bares, restaurantes e cafés. Nesse período, terão sinal verde para abrir as portas somente serviços essenciais, como hospitais, farmácia, supermercados, postos de combustíveis, delivery, pet shop, padarias, limpeza pública, além do transporte público e transportadoras.
Diante desse cenário, o condomínio virou peça-chave. E o senso de coletividade, o principal ponto. Até porque essa medida não ficará restrita a São Paulo. Vai ganhar o Brasil.
Nós, da LAR.app, temos acompanhado de perto todos esses desdobramentos. Temos orientado, auxiliado e ficado lado a lado de cada um dos síndicos dos nossos mais de 40 condomínios administrados.
Quer um exemplo? Recentemente, fizemos uma espécie de cartilha para os nossos clientes, com recomendações bem objetivas e simples. A saber:
- Criação de uma rede de apoio em cada edifício;
- Encorajar moradores com a Covid-19, ou suspeita, a reportar ao síndico, que precisa resguardar a identidade dessa pessoa e tomar as atitudes necessárias;
- Estabelecer algum tipo de rodízio entre os funcionários;
- Pedir aos condôminos que não recebam visitas;
- Recomendar aos condôminos que suspendam reparos na unidade, exceção feita aos contratempos de emergência, além de boas práticas de convivência nesse período nebuloso.
No caso da recomendação número 1, essa rede no condomínio funciona como uma espécie de canal direto, onde os moradores mais jovens dão uma mão para outros condôminos, que são mais suscetíveis à enfermidade, como idosos e pessoas com diabetes, hipertensas, com insuficiência renal crônica, com doenças respiratórias crônicas, entre outros da chamada comorbidade. E a ajuda, muitas vezes, é simples, como ir ao supermercado ou farmácias, poupando os moradores mais vulneráveis do contato com a enfermidade.
O item número 2 requer um pouco mais de tato, é verdade. Caso a suspeita em algum morador se confirme, é preciso que a comunicação seja feita ao síndico. A partir daí, orientamos o síndico a ser absolutamente discreto, ou seja, a manter a identidade do portador da doença em absoluto sigilo, compartilhando apenas a informação de que há um paciente com a Covid-19 com o corpo gestor do edifício. E, claro, intensificar as medidas de precaução, tornando-as ainda mais rígidas.
Ou seja, quem trabalha no prédio precisa lavar ainda mais vezes as mãos ao dia, limpar constantemente as áreas do condomínio e evitar qualquer aglomeração, principalmente no hall social e nos elevadores. E tanto faz se social ou de serviço, a Covid-19 não faz distinção, é sempre bom lembrar!
Além disso, é recomendável uma dose de empatia. Não só respeitando a privacidade da pessoa que se encontra doente, caso a identidade acidentalmente seja revelada, mas também a ajudando no dia a dia. Pois se ela precisar ir ao mercado, por exemplo, a chance de propagação da doença também aumenta. Em outras palavras, faça uso da recomendação número 1.
O item número 3 é o outro ponto vital no combate à enfermidade. Há, por exemplo, por parte de moradores, uma consciência de que faz sentido dar férias a porteiros e funcionários de maneira geral, principalmente os com mais idade. Síndicos têm se mostrado sensíveis nesse ponto e nós, da LAR.app, endossamos.
Encorajamos, por exemplo, que alguns moradores assumam algumas funções do condomínio em alguns períodos. Mas isso precisa partir de quem reside no edifício. Nossa ideia, nesse caso, é somente provocar o debate e apontar a existência de algumas medidas mais drásticas passíveis de serem tomadas.
Quanto às recomendações 4 e 5, a ideia é clara. Sem visitas e obras passíveis de adiamento, há uma clara redução no movimento do condomínio. Logo, baixa circulação significa possibilidade menor de propagação do vírus.
Ainda assim, mesmo com todas essas recomendações, os cuidados individuais devem permanecer, como:
- Higienização das mãos, dos celulares e óculos;
- Separação da roupa ao chegar em casa;
- Manutenção dos ambientes arejados;
- Não circular em áreas do condomínio.
Essas e outras atitudes, simples até, ajudam a diminuir o risco! E o seu condomínio, o que tem feito?
(*) Leonardo Boz é engenheiro de produção e cofundador da LAR.app.