Discriminação a médicos
Classe médica enfrenta segregação em condomínios
Sindicato da Habitação repudia segregação a médicos em condomínios
Na edição desta segunda-feira (20), o Diário de Pernambuco trouxe uma reportagem sobre médicos que publicaram, em suas redes sociais, que tiveram sua circulação restrita nos edifícios em que moram.
Outros moradores estariam com medo dos profissionais contaminarem elevadores e áreas comuns do condomínio. O Sindicato da Habitação (Secovi) foi procurado para se manifestar sobre o assunto.
De acordo com o presidente do Secovi, Márcio Gomes, tal discriminação é descabida e sem respaldo. “O sindicato é totalmente contra qualquer tipo de segregação. O uso do elevador é comum a todos, independente da profissão. Os médicos têm tanto direito quanto qualquer outro condômino, e não existe nenhuma motivação viável ou necessidade de segregar o médico e propor um elevador separado. O Secovi não compactua com isso de forma alguma”.
Para Márcio, além de discriminatória, a atitude pode passar a falsa sensação de que algumas áreas são infectadas e outras não. “Você não pode dar a falsa ideia de diminuir do risco para uma parte dos moradores e, supostamente, aumentar o risco para outra parte, que seriam os médicos. Como se houvesse um elevador livre de infecção e outro infectado. Isso não existe e nem faz o menor sentido. Não seria justo nem coerente”, explica o presidente do Secovi.
Gomes explica ainda que cabe sim ao síndico adotar medidas em nome do bem comum, desde que estas sejam aplicadas a todos os condôminos sem qualquer distinção. “Você não pode privar o ir e vir dos moradores nos elevadores. Hoje em dia, em função do caráter de excepcionalidade, os síndicos estão com a prerrogativa, apesar de não constar claramente na lei, de fechar espaços comuns como salão de festas, salão de jogos e academia de ginástica. Mas isso para 100% dos moradores e não segregando para apenas alguns”, finaliza.
Fonte: https://www.diariodepernambuco.com.br