Dom de família
A história de quatro primas que viraram síndicas
Primas comandam condomínios em Vitória
Elas dizem que é mera coincidência, mas o fato é que quatro primas têm mudado a vida de condomínios com seus mandatos de síndicas. Três delas administram edifícios na Praia do Canto, em Vitória.
Mônica Rocha, 57, cuida, há um ano, de 29 apartamentos no prédio em que mora há uma década com seu filho, sua irmã e sua mãe.
"Eu resolvi virar síndica para poder gerenciar o condomínio de uma forma que considero correta, justa. Achei que poderia ajudar", disse ela, que tem mandato até 2020.
Até agora, Mônica focou em fazer o que chama de manutenções necessárias. "Mudamos também o esquema com os funcionários do condomínio, que antes eram terceirizados, e agora são contratados diretos. Isso fideliza os funcionários - quatro porteiros e quatro faxineiras - e os condôminos se sentem mais privilegiados. É uma parceria".
Mônica também se orgulha de incentivar a consciência dos condôminos quanto à separação do lixo. "Nós participamos da coleta seletiva da prefeitura. Separamos o lixo úmido do reciclável, que, no final do processo da reciclagem, gera renda para outras famílias".
Já a prima Kátia Alvarenga, 61, está na labuta de síndica há quatro anos - foi eleita para o quinto mandato, que vai até junho de 2020, e administra 168 unidades.
"Quando me aposentei, fui convidada para ser síndica e aceitei. Já tinha sido de um prédio em Jardim da Penha, mas era menor. Agora, com uma equipe, peguei o ritmo", contou ela, que trabalha num projeto de revitalização do prédio.
"O condomínio é antigo, tem 33 anos, e precisava de uma modernização, inclusive, para ficar compatível com os condomínios vizinhos. Então, já fizemos dois salões de festa - um gourmet - e vamos reformar a piscina, mexer na entrada do prédio, pensando na acessibilidade", contou.
Os planos, ela disse, são maiores: "Vamos reformar a churrasqueira, criar uma brinquedoteca para as crianças e uma academia de ginástica, que não existe ainda. O legal disso tudo é que, assim, valorizamos nossos imóveis. Para se ter ideia, não existe nenhuma unidade disponível para locação, porque as pessoas gostam de morar aqui".
A rotina da prima Jerusa de Lima, 62, síndica desde 2008, é parecida. Ela mora há 35 anos no prédio em que cuida das 23 unidades, também na Praia do Canto.
"Temos uma equipe de obras, o que possibilita o trabalho em grupo, que traz melhorias para todos: reforma no playground, na piscina, e na ampliação da área de churrasqueira", disse.
A quarta prima síndica da família é a fonoaudióloga Eliane de Rezende, 51, que cuida de um condomínio residencial em um bairro nobre da capital paulistana.
Morando há oito anos no lugar, ela é síndica há seis. "Eu gosto muito daqui e sabia que não iria me mudar tão cedo. Então, achei que tinha condições de ajudar a cuidar do patrimônio, valorizá-lo e trazer melhorias. Em São Paulo, está crescendo uma onda de síndico profissional, que é alguém de fora do condomínio, que não vive nossa realidade. Por isso, resolvi me candidatar".
A lista de ações da gestão de Eliane já é grande. "Fiz melhorias na academia, desde a troca de piso a equipamentos, e ampliei o playground. E também comprei um gerador que sustente o condomínio todo, já que costuma faltar energiano bairro. Dá trabalho, mas eu gosto".
Fonte: http://tribunaonline.com.br