Edifícios altos
Prédios desse porte podem afetar parque em SP
Moradores temem que construção de prédios altos afetem Parque da Água Branca, na Zona Oeste de SP
Lei de Zoneamento permite novos edifícios de até 25 andares. Prefeitura afirma que não há problemas com as obras na região
Os moradores do bairro da Água Branca, na Zona Oeste de São Paulo, temem que as construções de novos edifícios altos afetem o Parque Fernando Costa, mais conhecido como Parque da Água Branca, que é tombado como patrimônio histórico.
A nova Lei de Zoneamento da cidade, que foi aprovada pela Câmera Municipal em 2016, permite que prédios com mais de 25 andares sejam construídos na região, que antes contava com prédios de apenas quatro andares e sem subsolo de garagem.
Os moradores acreditam que empreendimentos desse porte podem afetar as plantas e as nascentes do parque. “Isso aqui vai ser sombreado, os cavalos na sombra vão gerar mais doenças e também a flora que vai acabar morrendo, pela sombra que existe”, diz o morador Roberto Frias.
“Se realmente todos esses prédios forem construídos, o trânsito que vai ter no entorno, a dificuldade para chegar vai ser bem ruim”, afirma Patrícia Oliveira.
A área fica perto de grandes avenidas com corredor de ônibus, linha de trem da CPTM (Estação Francisco Matarazo) e do Metrô (Estação Barra Funda). Em regiões como essa, a Prefeitura e a Câmara Municipal decidiram que deve haver mais gente morando.
O que protege o Parque da Água Branca é a chamada Área Envoltória – um perímetro que tem regras específicas por estra perto de um patrimônio histórico, cultural e ambiental. Mas neste caso só vale para terrenos que ficam na mesma quadra do parque e não afeta outros quarteirões do bairro.
“Esses edifícios são altos e vão ter quatro, cinco subsolos. Então vai haver uma escavação sem pensar nas consequências que isso pode ter para as nascentes o parque”, diz Celso Lucheci, advogado da Associação de Moradores.
Lucheci pediu para o Ministério Público investigar se as obras têm todas as autorizações necessárias para prosseguir. Procurado, o MP não quis gravar entrevista, mas afirmou em nota que está apurando.
Para o urbanista Kazuo Nakano, a cidade precisa equilibrar o adensamento de áreas com mais estrutura sem descuidar de seu patrimônio.
“Geralmente você controla a construção de novos empreendimentos no entorno do bem tombado, para evitar obstrução visual daquilo que foi tombado, porque aquilo tem um valor paisagístico, um valor cultural. Então esse é um fator”, diz.
Em nota, a Prefeitura de São Paulo afirmou que está tudo certo com as obras na região.
Fonte: https://g1.globo.com/