Eficiência energética
Evento debateu caminhos para consumo consciente em edifícios comerciais
Simpósio debate tendências e propostas em eficiência energética para edifícios comerciais
A Danfoss realizou, no último dia 14 de Dezembro, o Simpósio Eficiência Energética em Edifícios Comerciais. O evento reuniu cerca de 100 participantes em São Paulo, no Grand Hyaat, e foi acompanhado simultaneamente por centenas de pessoas por meio da transmissão online na página da companhia no Facebook. O debate reuniu alguns dos maiores especialistas no assunto, que propuseram ideias e caminhos para que eficiência energética esteja na pauta definitiva das empresas e empresários do setor.
Na abertura do evento, Julio Molinari, presidente da Danfoss na América Latina e anfitrião do encontro, destacou o potencial para economia de energia nos edifícios e o papel das empresas nesta discussão:
“Estabelecer padrões de performance mínima e promover a utilização das melhores tecnologias disponíveis para o desenvolvimento de edifícios de baixo consumo são alguns caminhos possíveis”, indicou Molinari.
O primeiro bloco do evento reuniu importantes especialistas no assunto.
O professor titular do departamento de engenharia civil e do laboratório de eficiência energética em edificações da Universidade Federal de Santa Catarina, Roberto Lamberts, apresentou dados sobre o panorama de eficiência energética em edifícios comerciais e concluiu com algumas propostas: “Precisamos de uma envoltória (janelas, paredes e cobertura) que minimize a carga térmica externa e sistemas de iluminação e de condicionamento de ar de alta eficiência. Para isto, o desenvolvimento de um projeto integrado visando alta eficiência é a premissa básica.
A simulação termo energética ajuda na otimização de soluções na etapa de projeto. Mas isto é apenas o início para um projeto eficiente. Depois precisamos garantir que o projeto seja bem executado, que os sistemas sejam comissionados adequadamente e que finalmente o edifício seja operado de forma eficiente”, afirmou Lamberts.
Representando o Ministério de Minas e Energia, o Coordenador de Eficiência Energética, George Alves Soares, destacou a evolução significativa que o Brasil alcançou nos últimos 30 anos em matéria de eficiência energética e as ações futuras. Além disso, Soares, ressaltou ainda a lei sancionada em 2016, que prevê o repasse de cerca de R$ 100 milhões ao ano para o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), que deve alavancar os projetos relacionados à eficiência energética.
Em termos de projetos e metodologias, o arquiteto da Divisão de Eficiência Energética no Setor Privado da Eletrobrás, João Krause, apresentou dois tipos de abordagem para avaliação de eficiência energética: potencial e operacional.
Krause destacou também o Selo Procel Edificações que, lançado em 2014 e concebido pela Eletrobrás para empreendimentos comerciais, de serviços e públicos, já possui 40 edificações certificadas.
Depois das apresentações, os palestrantes responderam perguntas do público. Somaram a eles Felipe Faria, do Green Building Council, e Bruno Casagrande, responsável pela área de negócios da Certificação AQUA-HQE, da Fundação Vanzolini.
De acordo Felipe Faria, a busca por certificação em 2016 cresceu 30% comparado ao ano anterior, o que mostra um grande amadurecimento por parte dos empresários brasileiros, apesar de um ano em que a crise econômica se acentuou.
“O Brasil encontra-se hoje em 4ª posição na Certificação LEED em um ranking de 163 países. Além das tipologias destacadas anteriormente, vale ressaltar a multiplicidade de projetos certificados e buscando a certificação.
Temos hospitais, datas centers, hotéis, interiores de escritórios, supermercados. Obras públicas também se destacam, como escolas, creches, estádios, museus, sede de prefeitura. Além disso, percebemos um crescimento exponencial no setor residencial por meio do Referencial GBC Brasil Casa, ferramenta desenvolvida pelo GBC Brasil em 2014”, diz.
Já Bruno Casagrande destacou a importância das certificações e o maior acesso às tecnologias.
“O Brasil se equivale em muitos aspectos a países do primeiro mundo quando se trata do uso de tecnologias avançadas nas construções. No país existem edificações equipadas com soluções de última geração, mas o Brasil ainda tem dificuldades em ampliar em quantidade o número de empreendimentos que conseguem melhor eficiência energética e desempenho em conforto térmico com a utilização dessas soluções”.
O segundo bloco do Simpósio apresentou casos práticos de como projetos de eficiência energética são fundamentais em setores de alto consumo de energia, como hotelaria e shopping Center.
Paulo Mancio, diretor técnico de Implantação e Patrimônio para a América Latina da Accor, a maior rede hoteleira presente em operação no Brasil, afirmou que o sistema de climatização representa mais de 50% do consumo de energia dos hotéis, além dos custos crescerem entre 12% a 18% ao ano. Por outro lado, a climatização é ao mesmo tempo um item importante para o conforto do hóspede: “Por isso, buscamos utilizar e inovar nossos hotéis com equipamentos que utilizam a energia de forma mais racional para se obter um determinado resultado sem prejudicar às suas operações. A tendência é utilizar equipamentos de climatização com maior controle e integrá-los com o sistema de construção. Isso permite uma maior eficiência energética em sistemas de gestão de edifícios por meio do controle de uma única interface. A automação dos sistemas consiste numa melhor gestão dos hotéis, proporcionando maior conforto aos hóspedes”, declarou Mancio, segundo o qual, a energia já representa o segundo maior investimento de uma operação hoteleira.
Representando o setor de shopping Center, João Tiziani, consultor técnico da Chuff e Associados e sócio-fundador da Yield-Control Engenharia e Soluções em Energia, destacou a evolução do setor nos últimos dez anos, quando o País saltou de 350 para quase 600 centros de compras, mas ponderou sobre a necessidade de se buscar eficiência energética, ao chamar a atenção para o dado de que o percentual que o sistema de climatização consome de energia em um shopping Center varia de 40% a 50% dependendo do tipo de sistema HVAC aplicado, e pode atingir 60% se operado de forma inadequada. “A climatização é um fator vital na operação de um Shopping Center, pois além de ter papel fundamental na manutenção do conforto térmico dos consumidores, é responsável pela renovação e qualidade do ar nos ambientes onde passam milhares de pessoas todos os dias. Além disso, após a forte expansão do mercado brasileiro de Shopping Centers nos últimos anos e com o seu amadurecimento, trabalhar para obter maior eficiência no consumo de insumos energéticos na operação significa reduzir o custo operacional do empreendimento, e consequentemente reduzir o custo do condomínio e dos lojistas”.
Fonte: http://www.segs.com.br/