Em obras
Construção de metrô gera rachaduras em condomínio no Rio
Obras da Linha 4 do metrô afetam condomínio no Itanhangá
Tremores e rachaduras assustam moradores no Itanhangá. Playground do conjunto teve que ser interditado Moradores de um condomínio em Itanhangá, na Zona Oeste, estão assustados com rachaduras e tremores nas casas. O problema, segundo eles, começou quando uma oficina para as obras da Linha 4 (Barra da Tijuca-Ipanema) do Metrô foi montada atrás do conjunto residencial. O tráfego de caminhões no terreno também teria ajudado no surgimento de fissuras nos imóveis. A situação chegou a um ponto que foi preciso interditar o playground, porque o muro, com a estrutura abalada, poderia provocar um acidente.
“O consórcio (Construtor Rio Barra) colocou estacas no muro da área de lazer, mas a nossa recomendação aos moradores é para não deixarem as crianças brincarem aqui. O problema não é apenas lá. Pelo menos seis casas, das 32 do conjunto, sofreram algum tipo de dano por causa das obras ”, explicou a síndica do condomínio Vale do Itanhangá, a professora Mara Lúcia de Oliveira Pinto.
Na casa da atriz Izabella Van Hecke, de 40 anos, foi preciso colocar um cabo de vassoura perto da escada para segurar o gesso que ficou solto com os constantes bate-estacas. Mas há rachaduras em várias partes da casa. Segundo o marido dela, Eric, 52, uma reunião está prevista para acontecer hoje com representantes do Rio Barra.
“Gastei cerca de R$ 700 consertando um muro que voltou a rachar. No início das obras, o que mais incomodava era o barulho. Depois, começamos a notar que algumas paredes da casa estavam rachando. E simplesmente não temos nenhum tipo de diálogo que traga uma resposta sobre quem vai arcar com as despesas deste problema”, lamentou.
Num encontro, em setembro, com o consórcio, ficou acordado que os responsáveis pelas intervenções colocariam pinos para controles de recalques em pilares e vigas das casas. Além disso, os moradores deveriam mostrar projetos de arquitetura e estrutura. “Algumas pessoas receberam laudos, outras não. Tentaremos amanhã (hoje) entrar num consenso. Caso contrário, vamos acionar a Justiça numa ação coletiva”, disse Izabella.
Consórcio culpa mangue
Numa carta enviada a um dos moradores, o consórcio alega que o condomínio está situado em uma região de mangue, o que favorece o surgimento de danos nas edificações. Para o o aposentado Francisco Ferreira dos Santos, 75 anos, essa não é uma explicação convincente. A casa da filha dele também tem rachaduras que surgiram depois que a oficina foi instalada atrás do conjunto. “Os alicerces dessa casa foram feitos com a duplicidade do que é recomendado. Precisamos de uma explicação”, reclamou ele.
O Consórcio Construtor Rio Barra (CCRB) esclareceu, por nota, que o canteiro próximo ao condomínio é uma área de apoio, onde não há obra ou serviços no subsolo, nem trânsito de equipamentos pesados. Além disso, o muro que divide o condomínio do canteiro já apresentava problemas estruturais antes da implantação da área de apoio.
Fonte: http://odia.ig.com.br/