Condomínio luta pela canalização de córrego
Residencial Sete Quedas, na Vila Silvia, Zona Leste, sofre há 27 anos com constantes alagamentos
SILVÉRIO MORAES
Construído há 27 anos, o Residencial Sete Quedas, na Vila Silvia, Zona Leste, tem um cenário bem diferente dos outros condomínios. Os 27 blocos estão divididos pelo Córrego Dois Irmãos, que passa bem no meio da área. Preocupados principalmente com os alagamentos, os moradores pediram providências na Justiça, que reconheceu como de responsabilidade da Prefeitura resolver a situação.
A população reclama da demora para a Prefeitura canalizar o córrego e acabar com os constantes problemas. O medo se agrava com a proximidade das chuvas de verão, que fazem o córrego transbordar e deixam o condomínio intransitável.
“A gente quase não dorme nessa época. Fica todo mundo apavorado quando começa a chover”, diz o síndico Jorge Luciano da Silva. Segundo ele, a água invade as garagens. “Há carros que ficam boiando”, relata.
Segundo o morador Alexandre Francisco, já houve três deslizamentos das margens do córrego, que tem ficado mais próximo dos prédios por falta de contenção. Em alguns pontos, a distância é de menos de dez metros.
Além do risco de alagamentos e deslizamentos, os cerca de 1.500 moradores sofrem com o mau cheiro exalado da água, poluída devido ao esgoto e à sujeira que acabam depositados com frequência, oferecendo risco à saúde. “Enjoo, problemas respiratórios e ardência nos olhos são sintomas mais comuns”, comenta Alexandre, morador há 20 anos do local .
“A chuva traz muita sujeira para o condomínio. O cheiro é insuportável”, diz a massagista Ivone Ferreira Sofredini, 52 anos, moradora do condomínio há duas décadas. Segundo ela, o córrego também representa perigo para as crianças. O síndico reclama ainda da proliferação de ratos. “Tivemos de trocar os cabos de telefone e interfone, pois estavam roídos”, afirma.
De acordo com Jorge, a limpeza é feita geralmente pelo próprio condomínio, utilizando dinheiro que poderia ser investido em outras melhorias. Ele observa que o residencial também ficaria mais seguro com a canalização, pois seria possível ter apenas uma portaria.
Projeto
A Siurb (Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras) informa que executou, entre outubro de 2009 e abril de 2010, uma obra de emergência de contenção das margens do Córrego Dois Irmãos para evitar seu transbordamento. Posteriormente, foi realizado um projeto básico e executivo que está em fase de revisão e deverá ser licitado até o final de 2011. A obra deve ter início no primeiro trimestre de 2012, com o prazo de finalização previsto para o final do próximo ano, conforme a secretaria, que não informou detalhes.
A área onde está localizado o Condomínio Sete Quedas pertence à várzea do Rio Tietê, perto da Avenida Assis Ribeiro. Segundo a Siurb, as inundações que ocorrem no local são decorrentes do retorno das águas do Tietê. O órgão observa que, atualmente, pela legislação ambiental em vigor, nenhuma construção pode ser realizada em áreas próximas a cursos d’água.
Fonte: http://www.diariosp.com.br
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