Evitando danos
Condomínios usam tapumes devido a passagem de blocos
Condomínios e lojas cercam suas fachadas com tapumes e grades para evitar danos na passagem de blocos
Com o crescimento da festa, o medo do prejuízo material que já ocorreu em anos anteriores por conta da má conduta de foliões faz com que alguns prédios não abram mão dessa possibilidade
A presença de 3,6 milhões de foliões nas ruas de Belo Horizonte para o maior carnaval da história da cidade esquenta para valer a partir de hoje. Mas junto com a multidão que promete tomar as ruas da capital mineira e espalhar a festa para todas as regiões de BH chega também a preocupação de vários moradores com a possibilidade de vandalismo durante a circulação de foliões.
Na Região Centro-Sul da capital, onde está a maior parte dos desfiles de blocos, vários prédios e estabelecimentos comerciais resolveram proteger suas fachadas com barreiras de metal, de madeira ou com grades de ferro, para evitar problemas como urina, fezes, depredação de vidros, pisoteamento de jardins e destruição de árvores.
Com o crescimento da festa, o medo do prejuízo material que já ocorreu em anos anteriores por conta da má conduta de foliões faz com que alguns prédios não abram mão dessa possibilidade.
Os tipos de barreiras usados pelos gestores dos condomínios e de lojas variam. O engenheiro Jorge Drumond, responsável pela construção de um prédio recém-terminado na Rua dos Aimorés, entre as ruas Piauí e Ceará, no Bairro Funcionários, diz que chegou a olhar tapumes de metal para alugar para tampar a frente do edifício, mas em três empresas não conseguiu encontrar disponibilidade.
“Eles disseram que eu deveria ter procurado um mês antes, já acabou todo o estoque”, afirma. Sem saída, o jeito foi apelar para uma proteção de madeira, que foi instalada ontem protegendo a fachada.
“O prédio foi concluído em novembro e para não estragar a estrutura que está nova foi necessário colocar a proteção. As pessoas urinam e desrespeitam se não tiver essa barreira”, afirma.
Em outro edifício residencial, no mesmo quarteirão, a administração optou por uma barreira de tapumes metálicos. “Em anos anteriores, tivemos experiência com urina, fezes e nosso jardim foi pisoteado. Nesse ano, ainda optamos por uma estrutura mais reforçada, porque mesmo com os tapumes algumas pessoas chegaram a forçar a estrutura no ano passado”, diz o gerente administrativo do prédio, Cláudio Carneiro.
A proteção foi colocada nas duas entradas do condomínio, nas ruas Aimorés e Bernardo Guimarães. Outra decisão do condomínio para o carnaval deste ano é a contratação de dois seguranças, estendendo o trabalho que só ocorre nas noites e madrugadas para o dia inteiro durante a folia.
Entre as alternativas de proteção usadas pelos condomínios, a maioria optou por grades, que normalmente são usadas para disciplinar filas em grandes eventos. Na Rua Maranhão, também no Funcionários, um condomínio cercou três árvores em frente ao edifício.
Na esquina da Rua Cláudio Manoel com a Avenida Getúlio Vargas, a administração do prédio resolveu cercar toda a entrada com as mesmas grades, situação vista também na esquina da Rua Maranhão com a Avenida Carandaí.
O mesmo expediente foi usado por um condomínio residencial na Rua Levindo Lopes, ainda no Funcionários. Segundo o chefe dos porteiros, Sidnei Gonçalves, é o segundo ano que o prédio cerca sua fachada e a medida melhorou muito os impactos.
“Os foliões abusam de bebidas alcoólicas e acabam não pensando muito na hora de sujar ou depredar a entrada do prédio, por isso foi colocada a barreira. Como tem muita gente que passa por aqui devido ao fechamento de algumas vias próximas, a medida é importante”, afirma.
A preocupação de moradores também se aplica ao comércio. Na Praça da Savassi, a loja da empresa de telefonia Oi foi toda protegida com madeira. Segundo a gerente do estabelecimento, Adriana Satyro, como a estrutura do carnaval de BH cresceu muito, a empresa tomou a decisão para resguardar o patrimônio e até os próprios foliões.
“Nossa fachada é toda de vidro e por isso estamos prevenindo qualquer problema”, afirma. O guarda municipal Antônio Freitas, de 32 anos, esteve ontem de manhã na loja da Oi e achou incomum a proteção, mas defendeu a atitude para evitar problemas. “Achei estranho, mas hoje em dia está assim. Se não protege, fica no prejuízo”, afirma.
Fonte: //www.uai.com.br