Moradores de condomínio reclamam de problemas estruturais
Eduardo Santana
Gerson Klaina
O sonho da casa própria se transformou em pesadelo para os moradores do Residencial Reserva das Torres, localizado na Rua Agostinho Ângelo Trevisan, no bairro do Uberaba. Erguido pela construtora PDG e entregue em fevereiro de 2011 com seis meses de atraso, o empreendimento, segundo os proprietários, apresenta uma série de problemas estruturais e de acabamento, desde a falta de ralos nas áreas de serviço dos apartamentos, até defeitos de vedação nas janelas do condomínio.
De acordo com o síndico, Maurício Breide, os problemas começaram a partir do momento em que os moradores entraram em seus apartamentos.
“Temos problemas de infiltração em todos os apartamentos dos três blocos. Se fosse num ou outro, tudo bem. Podemos considerar normal. Mas há falha em todos”, afirma, mostrando uma infiltração em seu próprio apartamento.
Além das infiltrações, os apartamentos também não contam com ralos suficientes nos banheiros, cozinhas e áreas de serviço. “Só tem ralo no chuveiro. Se uma pessoa quiser lavar uma cozinha ou uma área de serviço terá que tomar todo o cuidado do mundo para a água não invadir o apartamento todo”, conta o síndico.
Na área de lazer do conjunto, mais problemas. Na churrasqueira, o piso só foi colocado até uma parte e o acesso aos banheiros era na grama. “Em dias chuvosos não dava para ir aos toaletes. Tivemos que levantar dinheiro entre os moradores para terminar o piso”, relata Maurício.
No parquinho, segundo o síndico, os brinquedos são de péssima qualidade e em pouco tempo de uso já estão destruídos. Na área da piscina coberta, o aquecedor não funciona e há vazamento de água. “Todos os dias checamos o nível de água e está abaixo do recomendável. E já checamos tudo e não sabemos para onde toda essa água vai”, revela. Ainda na área da piscina, há uma banheira com capacidade para dez pessoas que nunca funcionou. “Parece que os problemas são intermináveis”, desabafa o síndico.
Segundo Breide, não há qualquer tipo de resposta por parte da PDG em relação aos problemas apresentados no condomínio. “Simplesmente não tem conversa. Fizemos todos os tipos de contatos e reclamações, mas não nenhum tipo de retorno”, diz. Ainda conforme o síndico, um grupo de moradores já está se organizando para entrar com uma ação conjunta contra a construtora.
Além das questões estruturais do condomínio, alguns moradores do Reserva das Torres sofreram mesmo antes de residir em seus apartamentos. Proprietários que financiaram o imóvel tiveram problemas durante o processo. Isso porque a obra foi financiada pelo banco Itaú e, de acordo com os moradores, quem optou por fazer o financiamento em outra instituição financeira não conseguiu dar andamento ao procedimento porque a construtora exigia que o financiamento fosse feito pelo próprio Itaú.
O caso de Cristiane Maria da Silva, que junto com o marido comprou duas unidades no Reserva das Torres, é mais complicado. Eles compraram os apartamentos ainda na planta e até hoje não conseguiram entrar na propriedade. A compra foi feita através de uma carta de crédito de um consórcio. No entanto, pelo fato de o imóvel estar hipotecado pelo Itaú, o processo emperrou junto à construtora. “Demoraram seis meses para enviar os documentos necessários para eu dar andamento da carta de crédito na administradora do consórcio e, enquanto isso, me cobraram mais de R$ 20 mil reais de juros de cada apartamento”, reclama Cristiane.
Segundo ela, foram feitos diversos contatos com a PDG, mas ainda nada foi resolvido.
“O que acontece é que não há vontade por parte da PDG em resolver o meu problema e o dos outros moradores , que estão na mesma situação. Enviei mais de 300 e-mails e só alguns foram respondidos. Enquanto isso, a gente espera para poder entrar numa casa que é nossa”, diz.
Construtora diz desconhecer falhas
A PDG informou que desconhece os problemas estruturais citados pelos moradores e alega que ninguém a procurou para fazer qualquer reclamação. Sobre o caso de Cristiane Maria da Silva, a empresa diz que aguardou a entrega da documentação assinada até junho de 2011 e não a recebeu no prazo estipulado. Segundo a PDG, o primeiro contato dela ocorreu em fevereiro de 2012 e o imóvel hipotecado pelo Itaú não impede a sua aquisição ou venda.
“A empresa se dispôs a conceder isenção de dois meses de juros contratuais (junho/11 e julho/11), a partir da parcela de repasse, porém, a cliente optou em quitar a compra por meio de uma carta de crédito de outra financeira. A PDG aguarda a finalização dos processos junto à empresa escolhida pela consumidora para realizar a entrega das chaves do imóvel”, cita a nota da empresa.
Fonte: http://www.parana-online.com.br
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