Cadeirante reclama de falta de acessibilidade em condomínio de SP
Vaga de garagem estreita dificulta acomodação da cadeira de rodas.Márcio Rachkorsky tira dúvidas sobre o assunto no SPTV.
O aposentado Marcelo Lente é portador de necessidades especiais e usa cadeira de rodas há nove anos. Ele reclama da falta de acessibilidade no condomínio onde mora em Osasco, na Grande São Paulo. As vagas da garagem são estreitas e não têm espaço para que ele abra totalmente a porta e se acomode na cadeira de rodas, como mostrou reportagem do SPTV desta terça-feira (13).
Como no prédio de Lente não há vagas especiais, ele aluga a dele e usa o dinheiro para pagar o aluguel de outra vaga, que fica ao lado área para carga e descarga. "É uma solução paliativa porque quando tem um carro parado na vaga de carga e descarga, se eu tiver que sair, tenho que pedir para pessoa tirar o carro”, conta Marcelo.
Lente conta que a mulher dele, que tem uma síndrome que compromete os movimentos das pernas, também tem dificuldade para caminhar pelo condomínio. Ele já conversou com o síndico, mas não conseguiu uma solução. "Faz uns dois anos que eu estou pedindo isso e, infelizmente, não estou vendo nenhum movimento em favor da criação dessas vagas”, diz o aposentado.
O síndico do condomínio de Lente explica que as vagas estão escrituradas junto com os apartamentos, o que dificulta a troca. "Quando o condômino vem comprar o apartamento, ele já sabe qual é a localização, bem como já consta na matrícula e na certidão de propriedade, que é a escritura”, explica o síndico Kauê da Cruz Oliveira.
Oliveira disse ainda que a vaga que Lente aluga do condomínio foi escolhida pelo próprio morador. "Temos na verdade vagas com um tamanho superior ao que ele escolheu. Porém, ele escolheu a que se adequa mais próximo ao bloco onde reside. A solução será aguardada até o mês que vem, quando será feita a nova votação, novo sorteio das vagas de garagem, em que ele poderá ter a chance de escolher novamente e solicitaremos a ele que escolha a vaga de maior extensão, que é uma vaga descoberta."
Rampas
Num condomínio da Zona Norte da capital paulista, a acessibilidade é uma preocupação, apesar de nenhum dos 360 moradores utilizar cadeiras de rodas. As áreas comuns do prédio são térreas, planas. Há ainda alguns degraus que serão substituídos por rampas, após aprovação em assembleia pelos moradores.
Na garagem, há uma única vaga para deficientes, que pode ser usada por moradores e visitantes. "É obrigação de cada condomínio tentar se adaptar. Se não tiver necessidade, ótimo. Mas a gente não sabe. Acho que é uma obrigação, sim, de cada um tentar ajudar o outro”, argumenta a síndica Socorro Rodrigues Machado.
Fonte: http://g1.globo.com/
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