Moradores montam igrejas dentro de condomínios
Com um terço na mão, todas as noites a aposentada Prazeres Queiroz, 65 anos, caminha poucos metros de seu lar para a capela Casa de Maria. É o momento destinado às orações, aos pedidos de proteção e aos agradecimentos a Deus e Nossa Senhora de Fátima. Ela mora no Conjunto Pernambucano, em Boa Viagem, onde também está localizado o pequeno templo, erguido com esforço dos próprios moradores para aproximar a religião dos fiéis e trazer harmonia entre os vizinhos. O Edifício Holiday, no mesmo bairro, também conta com espaço de oração.
A ideia de construir uma capela no conjunto, situado na Avenida Conselheiro Aguiar, surgiu em 2010. “Antes rezávamos numa guarita, com cadeiras emprestadas. O espaço era pequeno e por isso pedimos aos síndicos para erguer a igrejinha”, contou Prazeres. Uma assembleia com representantes dos 12 prédios do condomínio autorizou a construção no pátio. “Fizemos bazar, bingos, sorteios e conseguimos doações”, lembrou a aposentada. Em março de 2011, a capela foi inaugurada.
“Todos os dias venho rezar o terço e o evangelho. Esse espaço trouxe fé e mais confiança. Muita gente de fora vem rezar conosco”, disse Vânia Eustáquio, 73. Cerca de 15 a 20 homens e mulheres participam dos momentos de oração e louvor diários, sempre às 19h30. Anualmente, também há um culto ecumênico. “Nossa proposta é, no futuro, realizar batizados e até casamentos”, completa Prazeres.
Para Alaide de Souza Leão, 55, a capela garantiu mais união entre os moradores. “Sempre tem gente rezando o ano todo, independentemente da religião”. Sempre que pode, ela também frequenta as missas na Capela Nossa Senhora das Graças, no Holiday, também na Conselheiro, no domingo às 9h. O templo foi construído pela Paróquia Nossa Senhora de Fátima para ajudar na evangelização.
As celebrações em condomínios têm sido vistas com naturalidade pela Igreja. No Conjunto Pernambucano, o padre Irismar Farias reza missa no último sábado de cada mês. No Holiday, o padre Bosco comanda os encontros.
“As missas são também uma maneira de fazer a vizinhança mudar o modo de pensar”, pontuou Alaide.
Fonte: http://www.diariodepernambuco.com.br/
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