Fonte de renda
Condôminos apostam em feirinhas para vender produtos no ES
Feirinhas nos condomínios dão renda extra a moradores
Com aval dos síndicos, condôminos tiram proveito de seus dotes culinários para vender produtos, interagir e criar novas amizades
Moradores de prédios no Espírito Santo estão encontrando novas formas de interagir, gerar renda e fazer amigos. Colocando suas habilidades culinárias em prática, eles fazem seus produtos e vendem para outros moradores, em uma feirinha, dentro do prédio onde vivem.
Um exemplo é o Residencial Barras, em Jardim Camburi, Vitória. Lá o síndico Frankland Silva Gonçalves Almeida explicou que a ideia da feirinha foi votada em assembleia e está prevista no regimento do condomínio.
“Os moradores que tiverem interesse em participar, fazem o cadastro na administração dizendo quais produtos irão vender. O condomínio disponibiliza a cozinha de uma torre e as mesas e cadeiras”.
O evento acontece toda quarta-feira, a partir das 17 horas.
A professora Marina Barinia Otarola, de 59 anos, dava aula para o ensino fundamental no Peru. Morando no Estado há três anos, há dois ela participa da feirinha do condomínio. Ela faz empanadas peruanas para vender e encontra no evento uma fonte de renda extra familiar.
“A feirinha me ajudou a conhecer mais moradores, a fazer parte de uma comunidade e a praticar o português”, contou.
Entre suas clientes está a técnica em navegação Juçania Paniz, de 54 anos.
“São coisas muito gostosas. Meu paladar agradece. Aqui conhecemos as pessoas e prestigiamos os moradores. Hoje bateu a fome e vim procurar algo diferente”.
A síndica profissional e diretora administrativa da M&M Gestão Condominial, Juliana Monteiro, explicou que há casos também de condomínios grandes em que a feira livre fica dentro do condomínio e os moradores descem e colocam para vender também os produtos que fazem.
O presidente do Sindicato Patronal de Condomínios e Empresas de Administração de Condomínios no Estado (Sipces), Gedeias Freire, destacou que as feirinhas são iniciativas que vêm de encontro a uma necessidade dos condôminos.
“Ela deve ser valorizada pelo condomínio, criando regras de uso dessas áreas comuns e de limpeza após o uso. Geralmente esses produtos caseiros são melhores que os industrializados. Um pão caseiro, por exemplo, é uma delícia”, destacou.
Confeitaria logo ali!
A nutricionista, que também fez cursos de confeitaria, Juliana Meireles de Souza Freitas, de 29 anos, contou que antes de se mudar para o Residencial Barras fazia brigadeiro para vender e depois foi agregando outros produtos.
“A feirinha facilita a vida dos moradores, que não precisam sair do prédio para comprar os produtos”, contou.
Juliana explicou que na feira faz contatos e a partir daí também recebe encomendas. “Metade da minha renda sai da feira e das encomendas”, calculou.
Divulgação em grupo da feira
Luciana Almeida Moura, de 53 anos, encontra na feirinha do seu condomínio sua fonte de renda. Ela trabalha com produtos sem lactose e glúten. Entre eles: empadão, panqueca, tortinhas, caldos, capeletti, por exemplo.
Entre suas clientes está a empresária Elaine Galvão, de 33 anos.
“É uma facilidade poder comprar aqui. E tem um grupo da feirinha também. Onde os moradores anunciam o que estão fazendo de gostosuras e entregam nos apartamentos”.
Confraternização e boas vendas
Danielle Coelho, de 46 anos, é empreendedora. Atualmente, trabalha com confeitaria e faz produtos para vender na feirinha de seu condomínio, em Vitória. Entre eles, esfirra aberta, mini pizza, potes da felicidade, mini fatia de bolo.
“Vendo bem os produtos que faço. Os moradores gostam. A feirinha é complemento na minha renda. Também é uma forma de confraternização entre os moradores, que formam uma grande família”, contou.
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