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Convivência

Fofoca em condomínio

Quando conversa virar difamação e calúnia deve-se pedir retratação

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
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 Moradores reclamam de fofocas em condomínio da Zona Sul de SP

Alguns moradores defendem que existe a ‘fofoca do bem’.
 

 

 

Fofoca incomoda e existe em várias conversas, seja no ambiente de trabalho, entre familiares e até no condomínio. Nem sempre esse hábito é bem visto. Na Saúde, Zona Sul da capital paulista, moradores de um condomínio se dividem em duas torres. Essa separação fez com que pessoas de um prédio falassem sobre os vizinhos do outro. Tudo é motivo de reclamação, o que deixa os administradores malucos.
 
Qualquer bate-papo nas áreas sociais do prédio pode ser considerado fofoca. “É bem provável que possam achar que a gente está falando mal de alguém”, fala a dona de casa Adriana da Silva.
 
Para alguns moradores existe a fofoca ‘do bem’. “Quando se está em condomínio, sempre um sabe da vida do outro. Aquele que mudou de emprego, de carro, essa pessoa está viajando. Isso acontece, é fofoca do bem, mas é sempre aquela monitoração da sua vida”, fala Nuno Calado, bancário.
 
Nem todo mundo concorda com essa teoria. Alessandra Peçanha, também bancária, acha que a fofoca é sempre feita para incomodar alguém. “Não existe a fofoca do bem. A fofoca sempre tem um fundamento que seja perturbar alguém.”
 
Em um prédio com muitos moradores é quase impossível ninguém ter feito um comentário sequer sobre o vizinho. O problema é que muitas vezes as conversas sobre a vida alheia acabam extrapolando, passando dos limites.
 
“Principalmente aqui, não sei se não dei sorte, mas é uma fofocaiada que não tem tamanho. Você percebe que é tudo coisa maldosa”, reclama o supervisor de eventos Antonio Teles.
 
Até a síndica do prédio já sofreu com as maldades e a fofoca se transformou em calúnia. Após uma reunião de condomínio para definir alguns custos, alguns moradores começaram a espalhar pelos corredores que a síndica estava roubando dinheiro.
 
“Na época tivemos uma assembleia que determinou qual seria o fechamento da lavanderia. Foi aberto para cada condômino escolher aonde quisesse fazer. A maioria optou por um rapaz que estava aqui e cobrava R$ 450. Veio um condômino e achou outro por R$ 350, com outra qualidade. Até então, ele chegou pra quase o prédio inteiro falando que a síndica estava ganhando R$ 100 em cada janela”, conta a síndica Lígia.
 
Segundo o especialista em condomínios, Márcio Rachkorsky, quando a fofoca vira calúnia, difamação, é hora de pedir esclarecimento e retratação. 
 
“Tem que pedir retratação para a pessoa explicar o que queria dizer. Tem que provar e se quiser pode ir pra Justiça para apurar a calúnia e difamação.”
 
“Isso também atrapalha a administração do prédio no ponto de vista profissional, financeiro. A síndica às vezes tem que se preocupar não com assuntos importantes, mas ficar gastando tempo pra resolver probleminhas de fofoca”, completa o especialista.

Fonte: http://g1.globo.com

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