Em restaurante no SIG, extintor de incêndio não funcionou. Bombeiros apuram caso
O incêndio teria começado após esquecerem a fritadeira elétrica ligada na tomada
Um princípio de incêndio ocorrido na cozinha de um restaurante no Setor de Indústrias Gráficas (SIG) reacendeu um alerta entre os comerciantes da região: a necessidade de vistoriar frequentemente o sistema de combate a incêndios. Mesmo com diversos extintores no condomínio, o Centro Empresarial Barão de Mauá, na Quadra 4, nenhum deles teria funcionado e foi necessário utilizar os equipamentos de um prédio vizinho.
O incidente ocorreu há cerca de uma semana. De acordo com Dener Navarro, funcionário do restaurante Mango, os sprinklers (chuveiros automáticos de extinção de incêndio) chegaram a funcionar, mas a água atingiu a rede elétrica e causou um curto-circuito, o que aumentou as chamas.
“Quando o fogo aumentou, os sprinklers pararam de funcionar. Com isso, tentamos usar os extintores do prédio, mas nenhum funcionou, mesmo estando dentro do prazo de validade. Fomos obrigados a pedir emprestado no condomínio vizinho, até que o Corpo de Bombeiros chegou e finalizou o combate à fumaça”, relatou.
O incêndio teria começado após esquecerem a fritadeira elétrica ligada na tomada. Segundo Navarro, mais de dez extintores foram acionados, mas todos falharam. Depois de controlada a fumaça, os bombeiros chegaram a testar quatro deles, que também não funcionaram. Com isso, a corporação levou os equipamentos para serem periciados. O laudo deve ficar pronto em 30 dias.
Os extintores estavam dentro do prazo de validade e haviam sido recarregados recentemente pela empresa que presta serviços ao condomínio. Apesar disso, o funcionário do restaurante reclama da falta de manutenção da rede de combate a incêndios.
“Se estivesse funcionando de verdade, as chamas teriam sido controladas rapidamente. O técnico que veio arrumar a rede constatou que estava fora dos padrões de adequação, e até mesmo a bomba de pressurização do ar deu curto. Isso é um perigo para todo mundo”, afirmou Dener.
Administração garante vistorias
A administração do condomínio Barão de Mauá informou que paga uma empresa especializada para a manutenção da rede de combate a incêndios e que, mensalmente, técnicos fazem vistorias preventivas e corretivas.
Ainda de acordo com a gestão do espaço, o sistema de combate a incêndios estava funcionando normalmente, seguindo as normas de segurança, e foi prejudicado após o incêndio no restaurante.
À espera do laudo
A administração ressalta que somente após o laudo técnico emitido pelo Corpo de Bombeiros será possível saber o motivo das falhas dos extintores. Além disso, o condomínio assegurou que segue todas as recomendações e normas técnicas para manter a segurança do local e evitar qualquer tipo de acidente, inclusive incêndios.
Credenciada pelo CBMDF, a empresa de extintores disponibilizou novos equipamentos ao edifício e repara toda a rede de combate a incêndio do prédio.
Comprovação de erro implica em punição
De acordo com o Corpo de Bombeiros, a falha de extintores não é algo comum.
“Às vezes ocorre, mas não é algo constante. Quando isso acontece, o procedimento que tomamos é levar para o laboratório e fazer uma perícia para constatar o motivo de o extintor não funcionar”, explicou o chefe da Diretoria de Vistoria do CBMDF, coronel Vicente Tomaz.
Segundo ele, são inúmeros fatores que podem prejudicar o funcionamento do extintor, como pó ou técnica de recarga, entre outros. “Se for comprovada falha da empresa, ela perde o credenciamento emitido pelo Corpo de Bombeiros e pode responder judicialmente”, destaca.
Tomaz explica que a responsabilidade pela manutenção de rede de combate a incêndios é do condomínio, e que o Corpo de Bombeiros somente fiscaliza. “O correto é contratar uma empresa ou profissional para fazer a manutenção predial com frequência. É preciso vistoriar tudo, não só a parte de combate a incêndios, mas também a hidráulica e elétrica. O aconselhável são revisões periódicas mensais”, indica o militar.
O coronel destaca ainda a importância de fazer testes de incêndio e analisar bombas para ter certeza de que o sistema está funcionando corretamente.
Saiba mais
É necessário que os condôminos conheçam os locais onde estão instalados os extintores e outros equipamentos de proteção contra fogo.
Não se deve obstruir o acesso aos extintores ou hidrantes, tampouco retirar lacres, etiquetas ou selos colocados no corpo dos equipamentos. O aconselhável é não mexer nesses objetos a menos que seja necessária a utilização.
Fonte: http://www.jornaldebrasilia.com.br/
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