Furtos a unidades
Objetos furtados em condomínio foram encontrados com porteiro
Polícia encontra joias e lingerie com porteiro que invadia apartamentos no DF
Ex-funcionário usava chaves deixadas na portaria do prédio na Asa Sul. Ao todo, 12 moradores já registraram ocorrências; suspeito está solto.
Policiais civis do Distrito Federal voltaram a apreender, nesta segunda-feira (27), objetos que teriam sido furtados pelo ex-porteiro de um prédio na Asa Sul, área nobre de Brasília. Segundo as investigações, ele aproveitava chaves deixadas na portaria para invadir os imóveis e roubar itens de valor.
Nesta segunda, os agentes encontraram joias, relógios, perfumes importados e até roupa íntima feminina furtada no prédio onde Mikael Barbosa da Silva, de 23 anos, trabalhava. Os bens foram apreendidos, mas o suspeito aguarda o fim das investigações em liberdade.
Há duas semanas, seis moradores tinham registrado boletins de ocorrência contra Mikael Barbosa da Silva, de 23 anos. Após a divulgação do caso, outros seis inquilinos relataram que também foram vítimas do porteiro – o que motivou a segunda fase da operação Cérebro, desencadeada nesta segunda.
Até o fim da tarde, Mikael já respondia por 13 furtos qualificados – uma das residências foi invadida ao menos duas vezes. Ainda na primeira etapa da operação, a Polícia Civil chegou a pedir a prisão preventiva de Mikael, mas essa autorização foi negada pelo Tribunal de Justiça. O G1 tenta contato com a defesa do porteiro.
A polícia ainda não sabe o valor total dos bens apreendidos, porque os itens foram enviados para a perícia. Ao todo, a lista inclui joias, dólares, caixas de som, relógios, tablets, bebidas caras, copos, canecas, tênis – diversos objetos foram reconhecidos pelos donos.
Uma arma falsa, um carro e duas motos também foram apreendidos. Até a tarde desta segunda, a origem desses bens ainda era investigada.
Em depoimento à Polícia Civil, o suspeito disse não ter certeza da data em que os furtos começaram. Ele trabalhava no prédio desde 2014.
“Ele disse que não se lembra se as invasões ocorreram em 2017 ou 2018”, disse o delegado responsável pelo caso, João de Ataliba Neto.
“Mikael contou que estava precisando do dinheiro para quitar o apartamento dele, mas, nas redes sociais, ele se exibia com camisetas de marca e relógios caros.”
Além das denúncias dos moradores, câmeras de segurança do prédio flagraram o porteiro percorrendo os corredores dos andares. Segundo a polícia, a data das imagens coincide com o momento em que os moradores daqueles espaços sentiram falta dos objetos.
Confiança e prejuízo
De acordo com o delegado Ataliba Neto, o ex-funcionário do prédio se aproveitava da confiança dos moradores – que tinham o costume de deixar as chaves na portaria para alguma emergência ou para o acesso de diaristas, por exemplo.
“Mikael era conhecido como ‘o porteiro mais gente boa’ e se aproveitava do costume que alguns moradores tinham de deixar as chaves na portaria”, apontou Ataliba.
A suspeita foi levantada por duas das moradoras do prédio. A síndica tentou tirar satisfações com o funcionário. Como resposta, ele acionou as vítimas na Justiça e pediu R$ 15 mil de indenização por calúnia e difamação.
"Fica o alerta para todos os moradores do DF. Por mais que a gente tenha confiança nas pessoas que trabalham nos nossos edifícios, nos nossos condomínios, a gente nunca sabe ao certo quem são essas pessoas", diz Neto.
Fonte: g1.globo.com