Galeria do Rock
Síndico conta como está a nova rotina do símbolo de SP
Lojas da Galeria do Rock lutam para recuperar clientes com a reabertura do comércio
Símbolo da cultura jovem de São Paulo, Galeria do Rock tem sete andares com lojas de discos, moda e esportes
A Galeria do Rock é uma referência cultural em São Paulo, que, apesar do nome, virou palco para várias tribos e estilos de música. São sete andares de lojas de discos, moda, esportes. O PEGN (Pequenas Empresas Grandes Negócios) foi conferir como a pandemia do coronavírus afetou os negócios dos comerciantes.
As mudanças já começam na entrada. Grade dos dois lados, seguranças na porta, totem de álcool gel e medição de temperatura. Tudo para garantir a segurança dos frequentadores e lojistas lá dentro.
Antonio de Souza Neto, conhecido como Toninho, era lojista e virou síndico do conjunto nos anos 90, época difícil para a galeria do rock. Das 450 lojas, apenas 60 estavam abertas. “Nada funcionava. Água, luz, telefone, iluminação, as pessoas entravam e saíam a qualquer hora. Tinha brigas, confusões, uso de drogas”, relembra.
Mas a marca era forte. Quatro anos depois de um trabalho de recuperação, a galeria inteira estava na ativa. Só que o síndico afirma que a crise econômica dos últimos anos já tinha diminuído esse número. Agora, com a pandemia, seis lojas não resistiram e fecharam os negócios.
A galeria recebia mais de 500 mil pessoas por mês antes da quarentena fechar tudo por quase três meses.
Dono de uma loja de moda hip hop há 22, o empresário Robson Marques viu o faturamento cair 80%. Ele vende de bonés e esse é um produto que o cliente não quer comprar online. As vendas pela internet garantiram apenas o pagamento das contas. Foi um trabalho de formiguinha na gestão do negócio que segurou a barra da loja fechada.
“Tive isenção total de aluguel. Eu não tenho do que reclamar. Marca, fornecedores, tive um ótimo retorno em negociações, boletos prorrogados”, conta Robson.
“Eu conversei muito com proprietários, locadores, eles facilitaram muito. Não cobraram durante o fechamento, reduziu pela metade as locações. E mesmo assim, se a pessoa tem dificuldades, eles estão facilitando”, explica o síndico Antonio.
A loja do Walter Thiago é tão famosa que virou ponto turístico dentro da galeria. Só de vinis, ela reúne cerca de cinco mil. Um paraíso pra quem gosta de rock e pop.
Walter já tinha uma operação online mais estruturada e conseguiu manter 50% do faturamento. Ele diz que desde a reabertura, em junho, os clientes estão voltando: “Muita coisa mudou, mas a gente tá conseguindo superar isso e dando a volta por cima, no dia a dia a gente tá sentindo que tá dando uma melhorada”.
“Esse encantamento fez com que a galeria sobrevivesse. No primeiro dia foi tão lindo, porque teve gente que disse: ‘eu tô vindo aqui pra gastar e poder ajudar a galeria’. A solidariedade foi tão mágica, tão fantástica, que é impressionante”, comemora Antonio.
Fonte: https://g1.globo.com