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Gestão emocional para síndicos: Como desenvolver

Equilíbrio é essencial para lidar com conflitos de convivência entre vizinhos ou pressão dos moradores. Veja o passo a passo da boa gestão emocional para síndicos

23/11/23 09:54 - Atualizado há 11 meses
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Mão de uma pessoa montando um quebra cabeça de quatro peças de madeira, cujo desenho forma a cabeça de alguém e no meio dela, um coração
Um síndico preparado emocionalmente consegue criar uma conexão com os condôminos, acalmar os ânimos e apresentar alternativas em conflitos
iStock

Condomínios são lugares onde pessoas totalmente diferentes acabam sendo obrigadas a dividir espaços e conviver. É perfeitamente normal que, vez ou outra, aconteçam alguns atritos, e é para evitar que essas situações se tornem corriqueiras e saiam de controle que entra em cena a gestão emocional para síndicos.

“Existe legislação para praticamente todos os principais aspectos da vida em condomínio. O ideal, no entanto, é que todos os conflitos, na medida do possível, sejam resolvidos sem recorrer à Justiça” afirma o advogado Felipe Fava Ferrarezi, Presidente da Comissão de Direito Condominial da Subseção OAB/SC em Blumenau. E é nesse ponto que entra a gestão emocional, sobretudo, a do síndico.

Leia mais: Mediação e arbitragem em condomínios

O que é gestão emocional

Podemos entendê-la como a capacidade de identificar e lidar com os sentimentos envolvidos em cada situação, administrando-os positivamente.

Isso permite que as melhores decisões sejam tomadas para que todas as partes se entendam.

Quais os benefícios da gestão emocional

A gestão emocional oferece diversos benefícios para o dia a dia condominial, tais como:

  • Tranquilidade para agir em situações de estresse;
  • Capacidade de foco no problema a ser resolvido;
  • Força para superar situações de tensão;
  • Entre outros.

Gestão emocional para síndicos

Uma boa gestão emocional é fundamental para que o síndico consiga desempenhar bem o seu papel. Para desenvolvê-la, é necessário:

  • Saber ouvir;
  • Ter uma boa comunicação;
  • Ter empatia pelos condôminos;
  • Incentivar feedbacks; 
  • Exercitar a paciência e não se deixar levar pelo calor do momento.

Gestão emocional é, sobretudo, um exercício de autoconhecimento.

Um síndico bem-preparado emocionalmente consegue criar uma conexão com os condôminos, acalmar os ânimos e apresentar alternativas.

“O único controle que eu tenho que assumir, e ter consciência que eu posso ter, é sobre o meu comportamento e sobre as minhas emoções. E eu preciso ter essa consciência, para gerenciar as minhas emoções nos momentos mais adversos para que realmente eu não perca o controle e consiga criar um ambiente harmonioso, positivo para conseguir resolver os problemas” explica a psicóloga Paula Bernstein.

Essa habilidade se mostra extremamente útil em diversos momentos, como nas assembleias, onde é comum que aconteçam discussões e em situações de desentendimentos entre um ou mais condôminos, principalmente quando alguma regra é desrespeitada.

Também é muito importante na hora de lidar com pessoas de fora do condomínio, como fornecedores e prestadores de serviço. Uma relação harmoniosa só traz vantagens para todos.

“O oferecimento de um ambiente calmo, com a imposição de limites claros e justificados, em que se preserve o diálogo e o equilíbrio e se busque desenvolver a inteligência emocional contribui significativamente para alcançar o objetivo” acrescenta a psicóloga.

Gestão emocional deve ser aplicada por todos

Mas se engana quem pensa que apenas o síndico precisa desenvolver sua gestão emocional. Manter a boa convivência no condomínio também é responsabilidade dos moradores.

Por isso, é necessário que todos tenham consciência do seu papel como condôminos e conheçam bem seus direitos e deveres. A resolução pacífica deve ser sempre a primeira opção.

“Por mais que o síndico seja o representante legal do condomínio, cada condômino tem sua parcela de responsabilidade na criação de um ambiente harmonioso e salubre. É importante que todos estejam dispostos a colaborar”, destaca Ferrarezi.

De acordo com Bernstein, mais do que entender a importância da gestão emocional, é preciso colocá-la em prática para que ela se desenvolva. “É fundamental nos conscientizarmos que a gestão emocional não é uma consequência automática que os anos nos trazem. É preciso desenvolvê-la de maneira consciente, de dentro para fora, por meio da vontade, versatilidade e assertividade. A psicoterapia pode ajudá-lo a desenvolver essas habilidades.”

Estas habilidades estão em voga e representam o que há de mais atual na profissionalização dos síndicos, a exemplo da Programação Neurolinguística (PNL), que pode contribuir para aprimoramento da comunicação condominial.

“Nela, há o estudo e observação das formas de organização dos pensamentos, ações, ideias, e até mesmo a postura corporal do síndico que contribuirá positivamente na realização de assembleias e no atendimento aos moradores e funcionários” salienta Ferrarezi.

Veja também: Os 4 segredos do atendimento eficaz ao morador de condomínio

(*) Advogado e Presidente da Comissão de Direito Condominial da OAB/SC - Subseção de Blumenau.

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