Home & Share
Conceito pode modificar a vida em condomínio
Especial Mercado Imobiliário: Home & Share ganha força como tendência do futuro
Segundo projeções da consultoria PwC, a economia compartilhada deverá movimentar mundialmente US$ 335 bilhões em 2025
Você já ouviu falar em Home & Share? O conceito, muito difundido na Europa e nos Estados Unidos, é recém-chegado ao Brasil, mas já apresenta indícios de que é forte tendência do futuro. Trata-se de um modelo de espaço compartilhado mais evoluído entre vizinhos, acrescentando veículos e até apartamentos. A ideia é ressignificar o consumo, tornando-o inteligente e sustentável.
Os exemplos de compartilhamento são variados. Há prédios que possuem espaços coletivos para lavanderia, áreas gourmet e até coworking. Sem contar o compartilhamento de carros, motos e bicicletas. Essa tendência atende uma demanda interessada em economia, reutilização e compartilhamento de recursos.
Segundo projeções da consultoria PwC, a economia compartilhada deverá movimentar mundialmente US$ 335 bilhões em 2025. O número estimado é 20 vezes maior do que o registrado em 2014, quando houve movimentação de US$ 15 bilhões do setor. Especialistas afirmam que o segmento tem potencial para contribuir com mais de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) do setor de serviços no Brasil.
A experiência de compartilhamento de bens ou serviços já tem presença forte no mercado imobiliário. Cada vez mais são vistas novas propostas para se viver em condomínios totalmente adaptados para compartilhamentos.
Segundo o proprietário da MGM Condomínios, Glauco Marinho, o perfil Home & Share já está inserido em alguns empreendimentos da Grande Vitória. "Vários condomínios já possuem sala de ferramentas, salas de entregas de mercadorias, bicicletários com veículos do próprio condomínio, lavanderia, dentre outros. E tudo é feito com muita organização".
Marinho ressalta que o público jovem é o mais interessado nesse modelo de compartilhamento. "A juventude dos dias atuais está sempre em movimento e, muitas vezes, não deseja ficar em um só lugar. Eles querem apartamentos pequenos, com um ou dois quartos, e que o condomínio ofereça serviços e ferramentas que podem ser utilizadas por um período e depois devolvidas. São coisas que você abre mão de ter em casa, porque o prédio já oferece", explica.
O presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da 13ª Região (Creci-ES), Aurelio Capua Dallapicula, afirma que a economia compartilhada cresce a cada dia no interesse dos compradores de imóveis. Segundo Aurelio, esses empreendimentos inteligentes valorizam e dão força ao mercado imobiliário.
"Essa tendência de compartilhamento reduz custos, aumenta a sustentabilidade, além de proporcionar outros visíveis benefícios. A cultura nacional ainda não tem uma mentalidade muito voltada para "dividir" para "multiplicar". Mas isso está mudando", diz.
O presidente do Creci ressalta ainda que os empreendimentos inteligentes, levam ao dinamismo e consequente valorização com melhores resultados para o setor imobiliário.
A vendedora Flavia da Silva, de 23 anos, revela que se casou há dois anos e, desde então, está em busca de um condomínio que tenha características de economia compartilhada. "Eu acredito que é um sistema que funciona e, nem sempre, a gente precisar comprar tudo. A gente pode, por exemplo, dividir o espaço de lavanderia com os vizinhos. Isso economiza água e energia. Um condomínio com 200 apartamentos não precisa ter 200 maquinas de lavar", diz.
Fonte: www.folhavitoria.com.br