Homofobia no DF
Influenciador é agredido em condomínio
Influenciador digital denuncia homofobia após ser xingado em condomínio no DF: 'Nunca passei por tanto desrespeito'
Diego Pereira de Sousa, de 19 anos, conta que foi chamado de 'viadinho' e empurrado, no residencial onde vive, por homem que visitava local, no domingo (4). Moradores chamaram polícia, e agressor foi preso em flagrante
O influenciador digital, Diego Pereira de Sousa, conhecido como Diego Pupe, denuncia ter sido vítima de homofobia dentro do condomínio onde mora, no último domingo (4), no Distrito Federal. O jovem de 19 anos afirma que chegava em casa, no residencial no Setor de Hotéis e Turismo Norte (SHTN), quando foi xingado e empurrado por um homem que saía do local.
"Eu não estava fazendo nada, e o cara começou a me xingar de 'viadinho', gritar comigo, me empurrou. Eu nunca passei por tanto desrespeito na minha vida. Todo mundo aqui do condomínio viu", conta.
A situação aconteceu por volta das 7h da manhã, no Lake Side Apart Hotel. Diego e outros moradores do condomínio, que presenciaram o ocorrido, chamaram a polícia. O agressor foi preso em flagrante, e o caso está sendo investigado pela 5ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte.
O G1 não conseguiu contato com o suspeito até a última atualização desta reportagem.
Agressor tentou ir embora
Diego afirma que nunca tinha visto o suspeito na vida e que, quando o homem percebeu que ele é gay, iniciou as ofensas, sem motivo aparente. Segundo o rapaz, após a agressão, agressor tentou ir embora chamando um carro por aplicativo, mas o influenciador não deixou o suspeito sair antes da chegada da polícia.
"Quando o carro chegou, eu falei para o motorista cancelar a viagem. Disse que eu mesmo pagaria o prejuízo dele, mas que ele [suspeito] não podia ir embora, porque estava no meio de um episódio de homofobia e teria que responder junto à polícia por isso", afirma.
Em seguida, o homem tentou ir embora a pé e Diego o seguiu. "Eu fui atrás dele do mesmo jeito. Aquela situação me deixou doido. Eu não ia deixar passar, ele tinha que ser preso", conta o rapaz.
Segundo o jovem, os dois já estavam a uns 2 quilômetros de distância do condomínio, quando a Polícia Militar chegou e prendeu o agressor em flagrante. Diego também foi à delegacia para registrar a ocorrência.
"A polícia foi maravilhosa. Eu fui muito bem acolhido. Eles me garantiram que ele seria preso, que aquilo era crime, e que ele só sairia da delegacia se pagasse fiança", diz.
Acolhimento
Ainda no domingo, algumas horas depois do fato, a esposa do homem pagou uma fiança de R$ 5 mil, e ele foi liberado. No entanto, Diego pretende levar o caso até o fim.
"Eu já entrei com um processo contra ele. Eu não vou deixar isso quieto. E não é por dinheiro, porque eu não preciso. Mas é pelo respeito. Ninguém pode tratar outras pessoas assim, causar esse constrangimento. Ele estava errado", afirma.
O jovem diz que, se ganhar a ação judicial, pretende doar o valor da causa para alguma ONG. "Agora eu já estou mais calmo, mas até terça-feira (7), eu ainda estava muito abalado, passei mal. Muita gente aqui do condomínio falou comigo. Até pessoas que eu nem conheço, ao saberem da história, vieram me procurar. Eu estou sendo muito acolhido. Ainda bem, porque é sinal de que as pessoas são boas e tem consciência. E é assim que tem que ser", diz Diego.
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