Caso de racismo contra o humorista Eddy Jr
Perseguição ao humorista Eddy Jr. ganhou ampla repercussão na mídia, após filmagens mostrarem ofensas e ameaças de vizinhos. Veja como a gestão lidou com o caso
[Atualização - 16/07/2024] Justiça autoriza condomínio a expulsar moradora que dirigiu ofensas racistas ao humorista Eddy Jr.
Elizabeth Morrone tem 90 dias para deixar o apartamento, mas ainda pode recorrer em segunda instância
O caso de racismo sofrido pelo humorista Eddy Jr. no próprio condomínio, enfim, se encaminha para um desfecho nesta terça-feira (16). Segundo decisão publicada no Diário da Justiça Eletrônico do Estado de São Paulo, a moradora Elizabeth Morrone foi condenada a "deixar a unidade condominial, de forma definitiva, no prazo de 90 dias corridos, sob pena de adoção das medidas coercitivas pertinentes."
A idosa ainda teria entrado com pedido de indenização em R$ 50 mil por danos morais, acrescidos da restituição de mais de R$ 6,9 mil por "multas arbitrárias" pagas ao Condomínio United Home & Work. No processo, ela acusou a administração de ter sido omissa com relação a barulhos excessivos vindos do apartamento de Eddy, que teriam agravado seu quadro de saúde mental culminando na discussão divulgada nas redes sociais. A ação foi julgada improcedente pela juíza Laura de Mattos Almeida.
Para o advogado e colunista do SíndicoNet, Diego Basse, que representou o condomínio no caso, decisões como essa representam um avanço. "Trata-se de uma ferramenta que não só ajuda a coibir atos racistas, mas também desencoraja moradores com condutas antissociais que causam muitos problemas, afetando vizinhos e a própria gestão. Dessa forma, a gente consegue ter uma vida melhor dentro dos condomínios", explica.
Morrone pode recorrer em segunda instância para tentar reverter a decisão, que também a incubiu de pagar custas processuais e honorários advocatícios. Dessa forma, a mulher continuaria morando no residencial até que se tenha uma sentença definitiva, o que ocorreria num prazo mínimo de um ano, tendo uma perspectiva mais otimista.
Cabe ressaltar que a expulsão de condôminos antissociais ainda não tem previsão legal, assim, jurisprudências anteriores dão o embasamento necessário para que condomínios possam afastar esses moradores, que continuam tendo a posse do imóvel. Nesse contexto, a proposta de revisão do Código Civil em tramitação no Legislativo consolidaria a medida, trazendo maior segurança jurídica.
Questionado sobre como a decisão afeta o filho de Elizabeth, uma vez que ela é a única ré no processo, Basse reforça que a tutela do rapaz impediria que ele continuasse no local após a expulsão, já que Marcus Vinicius precisa dos cuidados da mãe e não poderia ser "abandonado" ali.
O advogado confirmou também que o síndico já foi informado sobre o parecer favorável da juíza e se demonstrou satisfeito, uma vez que a vontade da massa condominial, expressa em assembleia, foi atendida.
Cronologia do caso
2021
- Elizabeth Morrone registra ocorrências contra Eddy Jr por barulho
Setembro de 2022
- Condomínio aplica primeira multa à Elizabeth por perturbação do sossego
- Filho de Elizabeth vai até a porta do humorista fazer ameaças com faca
- Síndico registra boletim de ocorrência contra Marcus Vinicius
- Segunda multa é aplicada por ameaças e perturbação do sossego
Outubro de 2022
- Elizabeth recebe terceira multa por arrancar página do livro de ocorrências
- Eddy Jr. sofre ofensas racistas ao tentar pegar elevador com os vizinhos
- Outra moradora acusa Elizabeth de racismo, enquanto protesto reunia famosos
- Elizabeth é multada em 10 cotas condominiais por conduta antissocial
- Justiça concede medida protetiva a Eddy Jr
Novembro de 2022
- Surgem novas acusações contra Elizabeth por perseguição e agressão
- Moradores votam pela expulsão de Elizabeth em assembleia
Dezembro de 2022
Fevereiro de 2023
Julho de 2024
Confira, abaixo, o histórico completo:
[07/02/2023] Aposentada que chamou youtuber Eddy Jr. de 'macaco' pede R$ 50 mil em danos morais na Justiça contra condomínio
Em outubro de 2022, Eddy Jr., Elisabeth e o filho dela se envolveram em confusão em condomínio de São Paulo. Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa de São Paulo (DHPP) investiga caso como injúria racial. Idosa alega que 'sofreu com barulhos' do vizinho e tenta danos morais.
A aposentada que se envolveu em uma confusão com o humorista Eddy Jr. e o chamou de “macaco” pede R$ 50 mil em danos morais na Justiça, pela 29ª Vara Cível de São Paulo, contra o condomínio onde moram, em São Paulo.
Segundo apurado pelo g1, Elisabeth Morrone argumenta na Justiça que sofre há meses com a suposta omissão do condomínio com relação a barulho do apartamento do vizinho. A mulher alega que o estresse causou “severo prejuízo à sua saúde, dentre outros problemas”.
No pedido, o advogado detalha que a confusão envolvendo o youtuber em outubro do ano passado causou duas multas a ela nos valores de R$ 1.646,13 e R$5.259,64.
“A autora era atormentada pelo seu vizinho praticamente todas as noites com ruídos constantes. A importunação causada já foi objeto de dezenas de relatos consignados no livro de registro do condomínio”, escreveu.
Para embasar a causa, foi apresentado na ação um pacote de depoimentos dados por moradores e funcionários do prédio no inquérito que ainda está em andamento pela Polícia Civil.
Procurado pelo g1, o condomínio não encaminhou posicionamento até a última atualização desta reportagem. A defesa de Elisabeth disse que irá se manifestar apenas no processo.
Um atestado médico de 16 de dezembro de 2022 apontou que a aposentada tem um misto de ansiedade e depressão e que faz tratamento no Caps (Centro de Atenção Psicossocial) desde outubro. O documento diz que ela teve alívio nos sintomas e não tinha previsão de alta.
[23/12/2022] ‘Arrebentei o mano’: Eddy Jr. reencontra e agride vizinho meses após ataques racistas em condomínio
Influenciador encontrou mãe e filho pela primeira vez desde quando o ameaçaram de morte
Eddy Jr. revelou, nesta quinta-feira, 22, que agrediu o vizinho após caso de racismo no condomínio onde mora. O influenciador encontrou mãe e filho pela primeira vez desde quando o ameaçaram de morte.
“Acabei de encontrar com minha vizinha e o filho dela... Arrebentei o mano. Muito soco e tapa na cara. É isso. Eles foram para a delegacia”, escreveu ele nas redes sociais.
Depois, Eddy explicou a atitude em vídeos nos Stories do Instagram. Segundo ele, essa foi a sua reação ao encontrar mãe e filho após caso de racismo.
“Já mandei os vídeos para a minha advogada. Mano, minha reação foi essa. Nunca tinha entrado com eles depois de tudo o que aconteceu. O mano me ameaçou de morte, veio na minha casa me matar”, disse ele.
Em seguida, o influenciador rebateu críticas de usuários da web que o acusavam de uma atitude equivocada.
“Tem muita gente falando que eu estou errado e que o moleque é doente. Mano, não tem essa! Eles dois cometeram um crime contra mim e estão morando aqui de boa, tranquilos e calmos. Foi a primeira vez que eu os encontrei e essa foi a minha reação”, completou.
Eddy ainda afirmou ser contra agressão. “Era impossível não reagir assim! O mano veio na minha porta com uma faca me matar duas vezes. Trombei ele uma e bastou essa uma, não sou otário de sofrer uma ameaça e ficar quieto”, disse no Twitter.
O comediante também postou um vídeo do momento do reencontro entre ele e os vizinhos. Em determinado momento, o morador tentou chutar Eddy, que se esquivou do golpe.
“Galera, de verdade, estou de saco cheio. Esse é um pedacinho do que aconteceu hoje”, afirmou ele.
[11/11/2022] Vizinhos de Eddy Jr votam pela expulsão de moradora por ataque racista
Em assembleia, cerca de 150 pessoas aprovaram a saída dela e do filho de condomínio de SP; especialista diz que medida é possível
Cerca de 150 moradores de um condomínio votaram pela expulsão de Elisabeth Morrone, 69, que aparece em vídeos atacando com ofensas racistas o músico e humorista Eddy Jr, 27.
O caso aconteceu na Barra Funda, zona oeste de São Paulo, e ganhou repercussão em outubro. O artista divulgou em suas redes sociais vídeos que mostram Morrone chamando-o de macaco. Ela também se negou a entrar no elevador ao lado dele.
Agora, os representantes jurídicos aguardam a votação de outros condôminos para providenciar as medidas legais. Especialista consultado pela Folha diz que uma expulsão desse tipo é possível, apesar de não estar expressa em lei.
Fermison Guzman Moreira Heredia, advogado da aposentada, afirmou à reportagem, nesta sexta-feira (11), que a defesa "vai se manifestar apenas nos autos". O processo está em segredo de Justiça.
Segundo o advogado Diego Basse, que representa o condomínio, todos os cerca de 150 moradores presentes em uma assembleia realizada no último dia 31 votaram pela expulsão da vizinha.
"Há a possibilidade [de ela ser expulsa], pois foi votado por maioria absoluta pela expulsão, além da ratificação da multa. Mas isso depende de um quórum qualificado [de no mínimo 276 pessoas, pelas regras do condomínio]. Por isso, a assembleia está em seção permanente. Precisamos cumprir este formalismo", explicou Basse.
A reportagem apurou que, até a tarde desta sexta, mais de 200 pessoas haviam votado pela saída de Morrone e do filho dela do condomínio. Moradores que não puderam participar da reunião podem votar remotamente, até o dia 30, quando uma nova reunião será feita para discutir o assunto. Assim, o número pode aumentar.
O publicitário Humberto Pacheco, 35, mora em frente ao apartamento de Eddy e afirmou ter testemunhado ameaças e ofensas feitas pela aposentada ao artista.
"É uma alegria saber que todos os moradores estão do mesmo lado, unidos para que a justiça seja feita", afirmou.
Eddy e a aposentada saíram temporariamente do condomínio, logo após a repercussão do caso. Eles retornaram ao local no início deste mês.
Mesmo com a Justiça determinando que Morrone e o filho dela não se aproximem dele nem mantenham qualquer tipo de contato com o artista, podendo ser presos caso descumpram a decisão, Eddy não se sente tranquilo para circular pelo condomínio, segundo sua assessoria de imprensa.
"Ele evita ficar rodando no prédio para não encontrar com ela, por acaso, fora que está fazendo terapia e acompanhamento [psicológico] por causa de crises de ansiedade constantes", disse em mensagem de texto o assessor Julio Beltrão.
A SSP (Secretaria da Segurança Pública) afirmou, nesta sexta, que os laudos periciais sobre o caso já foram concluídos e são analisados pela Decradi.
Todas as testemunhas do caso foram ouvidas, com exceção da aposentada, até o momento.
O caso tramita em segredo de Justiça e é acompanhado pelo Ministério Público.
[04/11/2022] Idosa que atacou Eddy Jr. perseguiu administradora e infernizou síndicos
Antes de atacar o humorista e músico Eddy Jr., 28, com ofensas racistas e acusações tresloucadas, Elisabeth Morrone, 69, já atormentava vizinhos e prestadores de serviço de seu antigo prédio em São Paulo.
O TAB conversou com a ex-administradora e um ex-síndico do condomínio onde a aposentada vivia, no bairro de Pinheiros. A reportagem também teve acesso a processos judiciais que mostram um comportamento errático. Morrone vive enrolada em questões legais e se sente constantemente perseguida.
A acusação mais recente contra ela é de racismo. Em 18 de outubro, Eddy Jr., que tem 1,5 milhão de seguidores no Instagram e 260 mil inscritos em seu canal no YouTube, a acusou de chamá-lo de "macaco, imundo, feio, urubu e neguinho perigoso".
Com a grande repercussão do caso, ocorrido em um prédio na Barra Funda, na região oeste da capital, novos detalhes sobre o comportamento da agressora foram revelados.
Ex-administradora desistiu de carreira
"Essa mulher me perseguiu durante anos", diz a advogada e dona de imobiliária Ana Maria Teixeira, 55. Em 1996, ela trabalhava na administradora responsável por tocar as questões condominiais do edifício em Pinheiros onde viviam Morrone e seu filho, que tem deficiência intelectual.
Tudo começou por causa da instalação da tubulação de gás:
"A obra foi decidida em assembleia, mas ela [Morrone] e mais três condôminas entraram com uma ação para anular a decisão, porque não queriam pagar", conta Teixeira. "Ela alegou que a assembleia tinha sido ilegal, o que não era verdade. Ofereci um acordo pelo qual seria possível parcelar os custos da obra. As outras três moradoras aceitaram. Elisabeth, não."
Esse tipo de situação é comum em condomínios. O que veio em seguida não é. A mulher manteve sua ação contra a assembleia. Perdeu e, segundo Teixeira, começou uma perseguição que durou vinte anos. Obcecada com a ideia de que fora roubada pela administradora, Morrone chegou a ir à OAB contra a advogada.
"Mesmo depois de perder as ações e pagar o que devia, ela continuou atrás de mim. Eu a conheci em 1996, e até 2017 ainda estava me defendendo das acusações da Elisabeth na Justiça", conta Teixeira. "Fui a pessoa mais perseguida. Todo dia tinha uma novidade e ela nunca mostrou uma única prova de que fiz algo ilegal."
Acusação contra juiz
Na época da confusão com a instalação de gás, Morrone era a inventariante de sua família. Ou seja, era a responsável legal por administrar o espólio familiar.
O apartamento em Pinheiros era parte desse espólio, mas Ana Maria Teixeira descobriu que ela nunca havia se mexido para fazer uma eventual divisão legal dos bens com outros familiares. Em outras palavras, sentou na papelada.
"O processo de abertura de sucessão iniciado em 1984 está há quase quatro décadas aguardando seu deslinde, sendo que não se verifica nenhum andamento processual nos últimos dez anos que efetivamente conduza o processo de inventário a seu termo final", diz um trecho do documento ao ao qual a reportagem teve acesso.
Processada pelo condomínio, Morrone perdeu a condição de inventariante. O juiz nomeou uma inventariante dativa — uma pessoa de fora da família com poderes legais — para tocar a questão, decisão absolutamente corriqueira em casos do tipo. Mas Morrone não gostou e entrou na Justiça com um pedido para lá de peculiar: a suspeição do juiz do caso.
"Há interesse dos meritíssimos juízes no julgamento do processo em favor da inventariante dativa, já que ela é da confiança dos julgadores, tanto que foi nomeada por eles", afirmou a defesa em seu pedido à Justiça.
Para a reclamante, o juiz só nomeou uma nova inventariante porque ele, de alguma forma, obteria algum tipo de ganho pessoal com isso.
Arrombamento e fechadura trocada
O pedido contra o juiz foi rejeitado, e Morrone, proibida de entrar nos apartamentos que estavam no inventário. Não está claro se ela deixou o imóvel em Pinheiros por causa disso, mas os documentos obtidos pela reportagem mostram que ela tentou burlar a decisão. Em e-mail de 2014, a administradora de um dos apartamentos, no bairro de Campos Elíseos, conta que recebeu uma ligação dela.
A aposentada se dizia dona do imóvel, ameaçava fazer um boletim de ocorrência e avisava que iria trocar a fechadura. A porta do apartamento precisou ser arrombada e Morrone, mais uma vez, foi lembrada de que não era proprietária.
Ela entrou na Justiça alegando usucapião do apartamento de Pinheiros. Tentou recuperar a posse do imóvel com o argumento de que morou lá por muito tempo. Ao menos de acordo com o último andamento do processo ao qual o TAB teve acesso, desta vez ela venceu.
Agressão a síndico
"Meu ex-marido é promotor e a Elisabeth ameaçou até ir ao Ministério Público contra ele", diz Teixeira. "Tem várias outras histórias sobre ela no prédio de Pinheiros. Um ex-síndico, que era homossexual, foi agredido por ela", conta a advogada. "Ela brigava muito com ele e chegou a bater nele. Se não me engano, mordeu ou tentou morder a orelha dele."
Ex-síndico do edifício onde a agressão teria ocorrido, P.D.* é outro que sofreu com as acusações de Morrone. Ele diz que não presenciou o ataque à la Mike Tyson contra o outro homem, mas ouviu a respeito.
"Ela tem um desequilíbrio psiquiátrico bem acentuado. Sem prova alguma, acusou todos os síndicos que passaram pelo prédio", diz P.D. "Chegou a ir à delegacia fazer um boletim de ocorrência. O delegado, que já a conhecia, não quis abrir e aí ela foi reclamar dele na corregedoria da polícia."
Ele conta que mãe e filho brigavam muito. Às vezes, ela o colocava em situações constrangedoras. Por exemplo, a de distribuir comunicados por baixo da porta dos apartamentos.
"Eu estava na sala de casa uma vez e apareceu um papel debaixo da porta. Era um comunicado a todos os moradores falando sobre supostos desvios de verbas do edifício", diz o ex-síndico.
P.D. só faz questão de ressaltar que não se lembra de agressões racistas por parte de Morrone:
"E ela tratava bem os funcionários na época. O problema dela era com quem administrava o prédio."
Assembleia decide seu futuro
Eddy Jr. prestou queixa contra Elisabeth Morrone na noite de 19 de outubro. No dia 24, a Justiça de São Paulo determinou que a aposentada mantenha distância de pelo menos 300 metros de Eddy Jr., sob pena de prisão preventiva. Ela também está proibida de manter qualquer tipo de contato com o humorista e frequentar os mesmos ambientes que ele.
Nesta segunda-feira (31), os condôminos da Barra Funda deram o primeiro passo sobre o que fazer em relação ao caso. Em assembleia, eles ratificaram a multa equivalente a dez vezes o valor do condomínio por "comportamento antissocial" e aprovaram a proposta de medida judicial que pode terminar com o afastamento ou expulsão de Morrone.
"Entretanto, por uma questão legal, existe a necessidade da aprovação de três quartos dos condôminos, ou seja, 276 votos", explica Diego Basse, advogado do condomínio. "Assim, também foi decidido manter a assembleia em sessão permanente por 30 dias até que o quórum legal seja atendido."
Em outras palavras, como não houve participação suficiente, a decisão segue em aberto até que outros condôminos confirmem — ou não — a decisão.
"A assembleia pode decidir pelo afastamento temporário [de Morrone] e, eventualmente, sua expulsão. Mas essa é uma questão delicada. O direito brasileiro não tem essa previsão, mas existem casos já julgados nos quais foi tomada essa decisão", diz Basse. "E expulsão não significa perda da propriedade e sim a privação de seu uso por um determinado tempo."
O TAB entrou em contato com o advogado de Elisabeth Morrone, mas Fermison Guzman Moreira respondeu que só irá se manifestar por meio do inquérito policial. Sobre as acusações de Ana Maria Teixeira, respondeu apenas que "qualquer coisa que essa mulher [Morrone] diga agora, está errada mesmo estando certa."
[24/10/2022] Justiça de SP proíbe que aposentada investigada por racismo se aproxime do humorista Eddy Junior
Medida protetiva foi solicitada pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa de São Paulo (DHPP) e proíbe também que agressora mantenha qualquer tipo de contato com vizinho do andar de cima, sob pena de prisão preventiva.
A Justiça de São Paulo determinou que a aposentada Elisabeth Morrone, flagrada em xingamentos racistas contra o humorista e músico Eddy Junior na semana passada, mantenha distância de ao menos 300 metros do influencer, sob pena de prisão preventiva.
A medida protetiva foi solicitada pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa de São Paulo (DHPP) e proíbe também que a agressora mantenha qualquer tipo de contato com o vizinho do andar de cima, mesmo por intermédio de terceiros.
O juiz também definiu que Elisabeth Morrone está proibida de frequentar o mesmo ambiente que Eddy Junior, especialmente nas áreas comuns do Condomínio United Home & Work.
A aposentada é alvo de uma investigação na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), onde o influencer prestou depoimento na última quarta-feira (19), após os xingamentos que recebeu na entrada do elevador do prédio.
O g1 procurou o advogado Fermison Guzman Moreira Heredi, que representa Elisabeth Morrone, que afirmou que ainda não teve acesso à decisão judicial.
[21/10/2022] Condomínio multa e cogita expulsar moradora por ataque racista a Eddy Junior
Músico e humorista de 27 anos registrou boletim de ocorrência contra vizinha
A aposentada que atacou com frases racistas o humorista e músico Eddy Junior, 27, foi multada em R$ 4.500 e corre o risco de ser expulsa do condômino em que moram na Barra Funda, zona oeste de São Paulo.
O artista divulgou em suas redes sociais vídeos que mostram Elisabeth Morrone, 69, chamando-o de macaco. Ela também se negou a entrar no elevador ao lado dele. O episódio ocorreu na madrugada da última terça (18).
A reportagem tentou ouvir da aposentada a versão dela e a procurou por telefone e por meio de aplicativo de mensagens. Na quarta, ela disse apenas que a vida privada “é inviolável” e não se manifestou mais.
Nesta quinta (20), o advogado Diego Basse afirmou que o condomínio multou Morrone devido à gravidade do caso. Segundo ele, por uma questão “legal e formal”, a aplicação da multa será votada em assembleia na próxima semana.
Basse acrescentou que, caso a aposentada mantenha sua postura “antissocial”, há interpretações do Código Civil que permitem expulsá-la —ela não perderia o imóvel, só o direito de morar nele. “Se ela mantiver a agressividade, há o risco de expulsão. É um pedido sensível.”
Professor de direito privado da FGV, o advogado Luciano Godoy disse que a expulsão, embora seja uma questão polêmica, é de fato possível.
“Não está escrito na lei com todas as letras que pode ou não pode [expulsar]. O Código Civil afirma que, quando há um condômino com condutas antissociais, você pode agravar a multa e, se ele reiterar, a assembleia pode tomar outras deliberações. Há pessoas que interpretam isso como uma possível expulsão do condômino nocivo.”
A delegada Daniela Branco declarou ter instaurado um inquérito e que testemunhas estão sendo identificadas e as imagens das câmeras, analisadas. Nos próximos dias, ainda segundo ela, Morrone será chamada para prestar depoimento.
O Ministério Público disse que entrou em contato com a advogada de Eddy Junior, Carol Novaes, para que ela compareça ao Gecradi (Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância).
A defesa do artista afirmou que pretende ajuizar uma ação de reparação por danos morais contra a aposentada.
[20/10/2022] Outra moradora do condomínio de Eddy Júnior diz ter sofrido ataques racistas da mesma vizinha que o insultou
Artistas e entidades de luta contra o racismo protestaram em frente ao condomínio onde mora o influenciador digital, em São Paulo.
Outra moradora do condomínio do influenciador digital Eddy Júnior afirmou ter sofrido ataques racistas da mesma vizinha que o insultou. Nesta quinta-feira (20), manifestantes protestaram em frente ao prédio.
O protesto reuniu artistas como Paulo Vieira, Astrid Fontenelle, ativistas, representantes da Uniafro e de várias entidades de luta contra o racismo em frente ao condomínio onde mora o músico Eddy Júnior.
“Esse ato é principalmente para exigir uma postura mais dura em relação a esse caso de racismo que foi tão cruel”, disse o humorista Paulo Vieira.
“É importantíssimo a gente chegar junto onde aconteceu um crime de racismo para mostrar pra sociedade, para mostrar para os criminosos que isso não vai passar”, afirmou a apresentador Astrid Fontenelle.
Na madrugada de terça-feira (18), Eddy Júnior gravou um vídeo sendo xingado pela vizinha, a aposentada Elisabeth Morrone. “Cai fora, macaco! Fora, imundo. Tu é sujo, imundo”, disse a agressora. Ele publicou o vídeo em redes sociais, contou que desde abril sofre perseguições da mesma vizinha.
No mês passado vídeos do prédio mostram o filho da aposentada, que segundo a família tem deficiência intelectual leve, indo à porta do músico com uma faca. Em outro dia, mãe e filho ameaçam o músico, que disse que não estava em casa. Os vizinhos gravaram o áudio das ameaças: “Vou te matar”, afirmou o agressor.
Nesta quinta-feira (20), uma outra moradora do prédio, a advogada Nayara Cruz, contou que ela e o filho foram discriminados pela aposentada.
“Ela me abordou, me questionando por que eu estava na academia porque o uso da academia era restrito a moradores. Eu falei que era moradora e ela me questionou quanto eu paguei pelo meu apartamento. Teve um outro episódio que ela foi agressiva com o meu filho, que estava no hall brincando com outras crianças. Ela chamou o meu filho de vagabundo e disse que ele não poderia ficar no hall do prédio”, relatou a vítima.
Nesta quinta (20), o advogado de Elisabeth Morrone enviou uma nota pelo celular. Disse que a cliente é inocente.
Segundo o advogado, as desavenças com o músico jamais tiveram relação com racismo ou qualquer preconceito. A defesa da aposentada diz que Eddy costumava fazer barulhos e que já foi multado diversas vezes e que na terça-feira (18), Elisabeth, que é idosa e tem um filho especial, estava de roupão porque era de madrugada e ela foi acordada. Segundo a nota, ela reagiu às provocações do músico e que o vídeo publicado em redes sociais foi editado.
A equipe da Globo conversou com os advogados do condomínio que confirmaram que Eddy chegou a ser multado por causa de barulho.
Nesta quarta (19), a polícia começou a investigar as denúncias feitas pelo músico e abriu inquérito para apurar crimes de injúria racial e preconceito.
“É importante frisar: delitos como esse eles não são toleráveis mais. É necessário que caso a pessoa sofra uma injúria racial, sofra racismo ou preconceito racial, façam as suas denúncias, procurem uma delegacia de polícia para que a gente possa apurar e que não tenhamos essa sensação de impunidade”, explicou diretora do DHPP, Elisabete Sato.
A defesa de Elisabeth Morrone afirmou que desconhece o caso de Nayara Cruz e que por isso não vai se pronunciar.
[19/10/2022] Moradores de prédio em que Eddy Jr. foi vítima de racismo protestam contra agressora; condomínio vai multá-la em até R$ 8 mil
Segundo advogado do condomínio, uma assembleia será convocada para ratificar a multa e sugerir medida judicial contra Elisabeth Morrone, que foi flagrada xingando o humorista Eddy Jr. de 'macaco, imundo e bandido'. Procurada, a agressora não quis se manifestar.
Moradores do Condomínio United Home & Work, em que o humorista Eddy Júnior foi vítima de racismo por uma vizinha, fizeram um protesto na manhã desta quarta-feira (19) pedindo a saída da agressora e de sua família do prédio, que fica na Zona Oeste de São Paulo.
Eddy Junior denunciou na noite de segunda (17), pelas redes sociais, que foi vítima de um ataque racista de uma vizinha do condomínio.
Com cartazes que diziam “#ForaRacista”, os vizinhos narraram que as agressões de Elisabeth Morrone contra moradores do prédio são corriqueiras e que eles estão preocupados também com a própria segurança, após o filho da agressora bater na porta do humorista fazendo ameaças com uma faca em punho.
A empresária Janaína Tozzi, que é vizinha de porta do humorista, mora no edifício há quatro anos e narrou à TV Globo que o rapaz nunca deu festas no apartamento.
Ela contou que por vezes Elisabeth foi fazer reclamações sobre barulho vindo no apartamento do músico, mas ele nem estava em casa.
“Eu fico em casa todos os dias, porque trabalho em casa e tenho duas crianças. O Eddy nunca deu uma festa. Estou me sentindo extremamente acuada e ameaçada com a presença desses dois vizinhos aqui dentro. Eles vão com faca e garrafas no meu andar e fazem ameaças. Temos gravações. Algumas vezes em que ela foi lá reclamar, o Eddy nem estava em casa”, declarou.
A TV Globo procurou a agressora, que preferiu não falar com a reportagem.
Janaína contou que há relatos no prédio de que o filho da agressora, que aparece com a faca ameaçando Eddy Júnior de morte, tem feito também ameaças a crianças do edifício.
“Já ouvi falar [aqui no prédio] que o filho dela ameaça as crianças, acua as crianças porque não gosta delas. Ele amedronta as crianças. São relatos de antes de o Eddy vir morar aqui. O Eddy mora sozinho com uma cachorra e nem a cachorra dele late. Eu e os meus filhos incomodamos mais ele do que ele a gente”, disse a empresária.
Por ser vizinha de porta, Janaína disse que testemunhou a maioria das agressões de Elisabeth Morrone contra o humorista e afirmou que se trata de um caso de "puro racismo".
“Todos os fatos eu presenciei. Só não esse último, porque eu estava hospitalizada, quando ela chamou ele de macaco. Dói na minha pele branca ouvir isso. Vocês não podem se acostumar com isso, gente. Isso não é normal. É racismo puro”, disse ela emocionada.
O que diz o condomínio
O advogado do Condomínio United Home & Work, Diego Basse, afirmou que a agressora será multada em dez vezes o valor do condomínio mensal do prédio.
“O Código Civil prevê no artigo 1.337 que o condômino antissocial que cometer atos reiterados de incompatibilidade de convivência social poderá ser multado sumariamente. Nós já estamos aplicando essa multa, e uma assembleia extraordinária será convocada para ratificar essa multa e deliberar sobre outras providências”, afirmou.
“O valor do condomínio é de R$ 700 a R$ 800 por unidade. Então, nós vamos ter uma penalidade ali de aproximadamente R$ 7 mil a R$ 8 mil”, completou.
Diego Basse também afirmou que o condomínio vai sugerir na assembleia uma medida judicial de abstenção de novos atos e agressões por parte de Elisabeth Morrone. Caso as agressões voltem a acontecer, a medida judicial pode evoluir para a expulsão dela do edifício.
[18/10/2022] Câmera registra vizinhos com faca e garrafa na porta de humorista Eddy Jr., vítima de racismo em SP
Nas redes sociais, Eddy Junior afirma ter sido xingado de 'macaco, imundo, feio, urubu e neguinho perigoso'. Assessoria afirma que retirou artista do prédio e está levantando todas as informações para registrar o boletim de ocorrência na polícia.
O sistema de monitoramento do prédio onde mora o humorista e músico Eddy Junior, de 28 anos, vítima de um ataque racista de uma vizinha, registrou ao menos duas ocasiões em que a aposentada e um filho dela estiveram na porta do apartamento dele com uma faca e uma garrafa.
As imagens, que foram obtidas pelo g1, são dos dias 1º e 7 de setembro, conforme os registros do prédio, localizado na Barra Funda, Zona Oeste da cidade de São Paulo. O humorista contou que desde abril é alvo de reclamações da vizinha por barulho em seu apartamento na madrugada, em horários que, segundo ele, estava dormindo ou até fora de casa.
Em 1º de setembro, por volta das 3h50 da madrugada, o filho da vizinha aparece com uma faca em frente ao apartamento de Eddy. Ele chega a brincar com o objeto, a apontar para a porta e a batê-lo na parede.
O homem vai embora após cerca de 1 minuto. Os funcionários do prédio chegam ao andar por volta das 3h55 e conversam com Eddy, que mostra imagens no celular.
Uma semana depois, novamente durante a madrugada, às 3h03, mãe e filho aparecem nas imagens do quinto andar aparentemente alterados. Os dois permanecem por cerca de 1 minuto, saem e retornam às 3h08. O registro mostra o homem com uma faca presa na bermuda. Eles vão embora em poucos segundos.
Às 3h11, um funcionário do prédio surge, faz anotações e sai. Novamente, por volta das 3h28, a mãe surge com uma garrafa, e o rapaz, com a faca. Os gritos continuam por mais 1 minuto.
O g1 entrou contatou o síndico profissional do prédio para que ele se manifestasse a respeito das gravações, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Reclamação
Em um processo já extinto que foi movido pela mulher contra o condomínio e o humorista, ela afirmou que se mudou para o imóvel em junho de 2019 com o filho, que, segundo ela, tem deficiência intelectual leve diagnosticada por um perito.
No entanto, desde o fim de 2021, alegou ter sofrido “momentos perturbadores” entre 2h30 e 5h30 com supostos barulhos no apartamento onde morava o youtuber. As reclamações, ainda segundo ela, foram registradas com os administradores.
“Tentei medir o barulho, mas como meu celular foi hackeado, alguém desligou cinco vezes. Também bloquearam nosso computador", disse ela à Justiça. O condomínio chegou a registrar uma das confusões com um boletim de ocorrência.
Uma certidão da Justiça de 2018 confirma a interdição do filho dela por deficiência intelectual leve e a mãe dele como como responsável. O caso transitou em julgado em 2014.
“É, sob o ponto de vista médico legal, absolutamente incapaz, no momento, de reger sua vida e administrar seus bens e interesses. No momento, essa somatória o torna absolutamente incapaz”, apontou um documento de 2007 anexado pela mãe na Justiça.
Na Justiça, a administração do condomínio afirmou que não existiam reclamações de outros vizinhos contra a unidade do youtuber, que houve multa quando foi constatada uma situação fora do normal, mas que apenas a aposentada reclamava.
O caso
Eddy Junior denunciou na noite de segunda (17), pelas redes sociais, que foi vítima de um ataque racista de uma vizinha do condomínio.
No Instagram, o rapaz afirmou ter sido xingado de “macaco, imundo, feio, urubu e neguinho perigoso” ao tentar usar o elevador do prédio com a vizinha e a cachorra dele, na última madrugada.
Nas imagens, a mulher aparece discutindo com o humorista e se nega a subir no mesmo elevador que o jovem.
“Cai fora. Não quero ficar com ele. Não vou [subir com ele]. Não quero”, afirma a mulher, que é apartada por um funcionário do prédio. Na sequência do vídeo, ela dispara várias ofensas contra o rapaz como “imundo”, “cai fora, macaco”, “cai fora, bandido”, “cagão, bundão”.
As agressões foram postadas nas redes sociais do humorista, onde ele tem mais de 1,2 milhão de seguidores, e mostram a mulher proferindo várias ofensas contra o rapaz.
“Era 2h da manhã, desci com a minha cachorra para ela fazer as necessidades. Na hora que eu ia subir, encontrei com essa vizinha. Foi uma coincidência muito grande. Eu ia entrar no elevador, e ela disse que não ia entrar no mesmo elevador que eu. Eu poderia usar o elevador do lado, mas não sou obrigado a mudar de lugar só porque uma mulher racista não quer que eu use o mesmo elevador que ela”, disse o humorista ao SP2, da TV Globo.
“Antes de eu começar a gravar, ela falou várias coisas. Ela falou várias vezes: ‘Como você tem dinheiro para morar aqui?’, ‘Não sou obrigada a morar no mesmo lugar com esse tipo de gente igual você’”.
O g1 tentou contato com a mulher que aparece no vídeo, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Alvo de perseguição
Eddy Júnior afirmou que é alvo da família da agressora desde abril, quando começaram as reclamações e agressões verbais por um suposto barulho vindo do apartamento dele.
“Me mudei para esse apartamento no final de fevereiro. Quando chegou março ou abril, os porteiros começaram a ligar, quando eu estava dormindo, reclamando de barulho. Mas eu estava dormindo. Foi assim durante vários dias na semana. Às vezes, ligava duas vezes na mesma noite. Houve uma reclamação até num dia em que eu não estava em casa”, informou.
“Eu nunca tinha nem visto ela. Aí chegaram duas notificações de multa pra mim por importunação e barulho. A minha advogada pediu para ler o livro de reclamações do prédio e tinha muitas reclamações dessa vizinha sobre mim. Mas eram umas reclamações absurdas. Ela falava que eu desligava a máquina de lavar dela, falou que eu hackeei a internet da casa dela, que eu desligava o fogão dela. Alegou que eu a deixei sem gás. O condomínio até retirou as multas”, afirmou.
Em setembro, o rapaz disse que registrou um boletim de ocorrências por causa de ameaças com faca feitas pelo filho dela.
“Teve uma noite em que eu estava na cama deitado, e a minha campainha tocou. Era umas 3h da manhã. Levantei, e o filho dessa vizinha já começou a gritar, dizendo: ‘Eu vou te matar’. Ele veio com uma faca enorme na mão, chutando a minha porta”, afirmou.
Ao g1, a assessoria de Eddy afirma que ele saiu do prédio em que mora por conta de ameaças de morte feitas pela família da agressora e ainda não fez o registro na delegacia, o que deve acontecer nesta quarta (19).
Depois do episódio, o humorista também declarou que vai deixar o edifício definitivamente, por causa das ameaças de morte. Ele lamentou a atitude racista dos vizinhos e prometeu procurar a Justiça contra as ofensas e ameaças.
“Espero que a Justiça tome a devida atitude que tem que ser tomada. Como eu sofri ameaça, minha advogada me orientou a sair de lá. Mas o mais triste é que estou trabalhando desde 2016 com internet, tentando ganhar dinheiro. Agora que deu certo, que comecei a ajudar a minha família, preciso sair da minha própria casa por causa de pessoas racistas. Isso me deixa muito mal”, declarou.
Fontes: Diego Basse (advogado e colunista SíndicoNet) | Folha de São Paulo | TAB | Uol | G1 | Metrópoles | Estadão