Imóveis comerciais
Pandemia aumentou desocupação de prédios no RJ
Pandemia do coronavírus provoca aumento da desocupação de imóveis comerciais no Rio
De um total de 40 mil imóveis comerciais ocupados, 2,46% perderam seus inquilinos em abril. O número subiu para 2,84% em maio e, em junho, 3,06% destes imóveis foram desocupados
Uma pesquisa feita por uma das maiores empresas de gestão de condomínios do país revela que aumentou a taxa de imóveis comerciais desocupados no Rio de Janeiro durante o período de isolamento social.
De um total de cerca de 40 mil imóveis comerciais ocupados, 2,46% perderam seus inquilinos em abril. O número subiu para 2,84% em maio e, em junho, 3,06% destes imóveis foram desocupados.
A psicóloga Amanda Camilo atendia os pacientes em uma sala na Tijuca, na Zona Norte do Rio de Janeiro, mas em meados de março decidiu encerrar a locação. Ela agora dá consultas de casa.
“Eu sublocava por algumas horas. Então, com a proprietária foi feita uma negociação em relação a pagamento. Existia um impacto financeiro, um investimento para este espaço e um investimento que era, a princípio, sem retorno”, explicou a psicóloga.
Quando os dados levam em consideração o trimestre, a diferença chama mais a atenção. Nos três primeiros meses do ano, a taxa de desocupação era de 1,01%. No segundo semestre este número saltou para 2,79%.
“Estas empresas que ocupavam estes imóveis não tinham capital de giro, já vinham de um momento muito apertado, muito justo na parte financeira e com esta questão do isolamento, do bloqueio de fazer os negócios, de viver da maneira tradicional, isto as prejudicou fortemente”, destacou Leonardo Schneider, vice-presidente do Secovi-Rio.
No perfil dos imóveis desocupados na capital do RJ, é possível perceber que em 70,66% dos casos são salas comerciais, em seguida 26,67% por lojas e 2,67% de galpões.
Como a maioria das salas fica no Centro, a região foi a mais impactada.
Leonardo Adissi montou uma imobiliária na região no fim de fevereiro e investiu R$ 12 mil para mobiliar o escritório. Mas uma semana depois, com o avanço dos casos de Covid-19, decidiu quebrar o contrato. Para não sair no prejuízo, negociou com a proprietária.
“Além da sala reformada, eu deixei o ar-condicionado. Porque se eu tivesse que romper o contrato com uma semana, eu ia pagar esta multa contratual. Então coloquei na ponta do lápis e vi que valia a pena fazer esta negociação com ela”, explicou o corretor.
Assim como Leonardo, a dica é conversar com o proprietário. A dica do setor é que 70% dos contratos foram renegociados. O desconto médio é de 50%.
Apesar dos números negativos, o mercado começa a apresentar sinais de melhora.
“Neste mês agora de julho já houve um reaquecimento de pessoas, de empresários procurando a locação de imóveis comerciais. A gente acredita que vai ser um movimento lento. É possível que no quarto trimestre a coisa melhore”, disse o gestor imobiliário Jean Carvalho.
Fonte: https://g1.globo.com