Imóveis em SP
Cai número de escritórios vagos em regiões nobres
Cai número de escritórios vazios em regiões nobres de SP, diz pesquisa
Levantamento realizado pela empresa Buildings mostra que taxa vacância desses imóveis em regiões como Faria Lima está abaixo de 4%
No início de 2019, a empresária Juliana Saraiva inaugurou seu novo escritório, localizado na Avenida Paulista, um cartão-postal da cidade e também uma das principais vias da capital. Antes disso, a sede de seus negócios funcionava em um imóvel próprio de 120 m² em Santo Amaro, na Zona Sul.
Sócia da empresa Certifique-se – Inteligência da Informação, que atua no mercado de investimentos e consultoria em tecnologia, Saraiva decidiu se mudar para um espaço alugado, com quase o dobro do tamanho (220 m²) e uma vista privilegiada para o Instituto Moreira Sales. Todo mês, a empresária paga cerca de 16.500 reais de aluguel.
A decisão de trocar de endereço foi motivada por uma série de fatores. Além de agora estar em uma região mais centralizada e mais próxima aos seus clientes, Saraiva aproveitou o crescimento da empresa para dar mais comodidade aos funcionários. “Com o crescimento dos negócios, era importante estarmos em uma região com mais opções de transporte público e alimentação, beneficiando quem trabalha aqui”, diz a empresária.
Saraiva faz parte de um movimento detectado por um levantamento realizado pela Buildings, empresa especializada em pesquisa imobiliária corporativa. No estudo mais recente feito pela companhia e divulgado na sexta-feira (4), a Buildings identificou que o número de grandes escritórios desocupados em edifícios de alto padrão localizados em regiões importantes da cidade, como a Avenida Paulista, está caindo nos últimos anos.
Segundo a pesquisa, imóveis em algumas regiões de São Paulo apresentaram taxa de vacância abaixo de 4% no terceiro trimestre de 2019, sinal de que o mercado de edifícios corporativos de alto padrão está se recuperando. Esse índice chegou a 24,11% no mesmo período de 2016.
A Buildings realiza esse levantamento desde 2005. Confira tabela aqui.
Na edição deste ano, a empresa apontou que houve queda significativa de vacância de imóveis comerciais de alto padrão na região da Avenida Brigadeiro Faria Lima (3,7%), Avenida Paulista (8,5%) e Vila Olímpia (3,66%), bairro da Zona Sul de São Paulo.
Para o sócio da Buildings Fernando Didziakas, as empresas têm se mudado para bairros onde o valor dos aluguéis chegou até a aumentar nos últimos anos. “Vemos nesse ano um crescimento mais orgânico no mercado, onde as empresas continuam expandindo suas operações e os proprietários conseguem praticar valores de locação maiores que os vistos nos últimos anos”, afirma.
Didziakas diz ainda que a vacância caiu nessas regiões por serem áreas muito procuradas pelas empresas e onde o número de empreendimentos comerciais se manteve estável. “Tudo o que tem para ser ocupado nesses locais já está ocupado. São pouquíssimos os novos empreendimentos na região. Na Faria Lima, por exemplo, tem dois previstos para os próximos anos. E já sabemos que há duas empresas interessadas neles”, avalia.
A título de comparação, o sócio da Buildings citou o exemplo da Avenida Engenheiro Luis Carlos Berrini, na Zona Sul da capital. Lá, segundo as pesquisas da empresa, a taxa de vacância chegou a 27% no primeiro trimestre de 2017. “Isso é bem alto. No primeiro trimestre de 2019, esse índice caiu para 13,9%”, afirma. “Se a empresa quiser alugar 12.000 m² nessa região, ela ainda vai conseguir. Na Vila Olímpia, Paulista ou Faria Lima, ela não consegue mais”.
Em São Paulo, o levantamento realizado pela empresa abrange imóveis distribuídos em 240 edifícios comerciais. A Buildings também realiza levantamentos sobre a vacância de imóveis comerciais de alto padrão em cidades da região metropolitana.
Em Alphaville, bairro nobre das cidades de Barueri e Santana do Parnaíba, que no passado recente atraiu uma série de empresas a partir de incentivos fiscais, o número de imóveis comerciais desocupados continua alto. De acordo com o levantamento da Buildings, o índice de vacância na região era de 2% em meados de 2010. Atualmente, está na casa dos 29,7%.
“Para a empresa, ficou desinteressante se mudar para Alphaville, principalmente pela quantidade de oportunidades que se encontra em São Paulo”, argumenta Didziakas. “Na capital, ainda há muitos escritórios vazios, a preços bem baixos”.
Fonte: https://vejasp.abril.com.br/