Imóvel comercial em SP tende a ser menor, com foco na zona oeste
A zona oeste de São Paulo deve abrigar a maior parte da nova leva de lançamentos de imóveis comerciais, que tendem a ter área cada vez menor, mostrou um estudo realizado pela Lopes, maior empresa de consultoria e intermediação imobiliária do país.
Segundo o levantamento, a região oeste da capital recebeu o maior número de empreendimentos comerciais nos últimos três anos, liderados pela Vila Leopoldina com 1.357 novas unidades comerciais no período, seguida por Pinheiros (1.331 unidades) e Barra Funda (1.304 unidades).
"A Vila Leopoldina sofreu uma verticalização e tem se desenvolvido desde o ano 2000, além de contar com boa infraestrutura, principalmente de restaurantes", disse à Reuters a diretora de Inteligência de Mercado da Lopes, Cristiane Crisci, nesta segunda-feira. "Os conjuntos comerciais atendem a maior demanda por serviços que os novos moradores trazem."
Segundo ela, após um longo período em que houve poucos lançamentos na zona oeste da capital paulista, essa região deve receber a partir de agora uma forte entrada de novos conjuntos comerciais.
"Em algumas regiões, como a oeste, chega a ser difícil encontrar imóvel comercial para aluguel. Tivemos uma onda de (lançamentos de) imóveis comerciais de 1996 a 2000, seguida de muito tempo sem lançar, o que começou a mudar por volta de 2009", disse a executiva.
Outras regiões que se destacaram no levantamento em relação ao número de unidades comerciais lançadas foram Santana, Brooklin, Vila Olímpia, Bela Vista, Ipiranga, Chácara Santo Antônio e Aclimação.
Ainda conforme o estudo, de julho de 2009 a junho deste ano, foram lançados 124 empreendimentos comerciais na cidade de São Paulo, totalizando 8,6 bilhões de reais em Valor Geral de Vendas (VGV).
Para os próximos três anos, a estimativa da Lopes é de que o nível de lançamentos fique nesse patamar, acompanhando a desaceleração no mercado imobiliário como um todo. "Agora a tendência é estabilizar", afirmou Cristiane. "Se continuar nesse patamar vamos ter cenário bastante saudável."
"A demanda está muito forte em todo o país, mas principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro", afirmou Cristiane, acrescentando que os conjuntos comerciais passaram a ser vistos como "investimento e vendem mais rápido que um apartamento".
Em termos de preços, o estudo mostrou que os valores médios foram de 8 mil reais por metro quadrado nas zonas leste e norte de São Paulo e de 11 mil a 13 mil reais nas zonas oeste, sul e central da cidade.
"Não houve crescimento grande, porque foram consideradas outras regiões menos exploradas. Quanto mais nobre a região, mais caro o imóvel", assinalou a executiva, prevendo que os preços médios na capital também mantenham o mesmo patamar visto nos últimos três anos.
ÁREA MENOR
A crescente demanda por conjuntos comerciais tem ainda a seu favor a possibilidade de se construir empreendimentos em terrenos menores, ao contrário do mercado residencial, que sofre com a escassez de áreas adequadas em grandes centros.
Nesse sentido, a tendência é de que os imóveis comerciais tenham, cada vez mais, área privativa reduzida.
"Para os (empreendimentos) comerciais, os terrenos não são tão grandes quanto para os residenciais", ponderou Cristiane.
De acordo com o levantamento da Lopes, 81 por cento dos conjuntos comerciais lançados desde 2009 possuem de 30 a 49 metros quadrados de área privativa por unidade. Cada torre comercial costuma ter, em média, 150 conjuntos.
Dentre as regiões que vêm sofrendo com poucos lançamentos comerciais recentes, Cristiane citou Consolação, Jardins, Morumbi, Moema e Vila Mariana.
O centro de São Paulo e bairros como Santa Cecília e Higienópolis são considerados saturados e com maior dificuldade para se obter terrenos.
Fonte: http://economia.estadao.com.br
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