Imóvel tombado
Condôminos e síndico tentam preservar edifício soteropolitano
Condôminos preservam o imóvel
Enquanto esperam uma decisão oficial sobre o tombamento definitivo do edifício Sulacap, síndico e condôminos tentam, com recursos próprios, driblar impasses para preservar estruturas e solucionar problemas com instalações elétricas, pintura e conservação de portas e janelas, dentre outros equipamentos.
“Trata-se de um prédio antigo que precisa de manutenção regularmente. Agora, estamos trocando a fiação e, depois, vamos fazer orçamento para instalar câmeras de segurança. A expectativa é que, com o tombamento, essas questões fiquem mais fáceis de serem solucionadas”, afirmou Joaquim Modesto de Souza Neto, 70, síndico.
Segundo ele, que é proprietário de uma sala no edifício há 20 anos, o cuidado com o prédio é uma preocupação de grande parte dos antigos condôminos.
Para o representante de vendas Manoel Moreira Filho, 81 anos, a conexão com o espaço que ocupa há mais de 50 anos é ainda maior. Condômino mais antigo do Sulacap, seu Manoel conta que o edifício faz parte da história da sua vida. E, por isso, não pretende deixá-lo tão cedo.
“Já viu essa vista?”, questiona ele. “É por causa dela que fiquei tanto tempo nunca cogitei sair”, conta, sorrindo, enquanto aponta para a Baía de Todos-os-Santos pela varanda de uma das três salas onde funciona a sua empresa.
Se para seu Manoel o Sulacap é paixão antiga, para o advogado Jorge Arapiraca, o carinho pelo prédio é recente, mas veio de forma “avassaladora”. Foi por isso que, há dois anos, comprou todo o sétimo andar do prédio para montar o que ele denomina como um “escritório de advocacia conceitual”.
“Há sete anos, entrei no prédio pela primeira vez e me apaixonei pela vista e pela arquitetura, mas só tinha condições de comprar uma sala nos andares de baixo. Fiz daquilo a meta da minha vida e consegui, há dois anos, comprar todo o andar”, contou.
História
De propriedade da Sul América Capitalizações, edifício Sulacap é fruto do projeto arquitetônico do austríaco Anton Floderer e do escocês Robert Prendice.
“Antes de o Sulacap ser construído, o local abrigou luxuoso e influente Hotel Sulamericano, símbolo do luxo do final do século XIX e início do século XX. Com a construção do prédio, a arquitetura rebuscada da época foi substituída pela modernidade e elegância próprios do art déco”, explicou o historiador Francisco Teixeira Melo.
Fonte: http://atarde.uol.com.br/