Impermeabilização de sofá
Donos de empresa são denunciados por acidente em Curitiba
Explosão em apartamento: MP-PR denuncia por homicídio donos e técnico de empresa de impermeabilização
Acidente aconteceu no dia 29 de junho e deixou um adolescente morto e três feridos, no bairro Água Verde, em Curitiba
O casal, dono da empresa Impeseg responsável pela impermeabilização no sofá do apartamento onde houve a explosão, em Curitiba, e o técnico que realizou o serviço, foram denunciados pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), na segunda-feira (21).
Um menino, de 11 anos, morreu após ser arremessado do sexto andar, e três ficaram feridos. O incidente ocorreu no dia 29 de junho deste ano, no bairro Água Verde. O apartamento ficou totalmente destruído.
O técnico Caio Henrique dos Santos foi denunciado por homicídio qualificado, e os donos Bruna Formankuevisky Lima Porto Correa e José Roberto Porto Correa foram denunciados por homicídio duplamente qualificado, segundo o MP-PR.
Eles também foram denunciados por duas tentativas de homicídio. As qualificadoras para o crime de homicídio do qual o casal foi denunciado são motivo torpe e uso de explosivo. O funcionário que aplicou o produto foi denunciado pelos mesmos crimes, sem a qualificadora do motivo torpe.
Conforme o documento, apresentado à 2ª vara do Tribunal do Júri da capital, Bruna e José agiram "por motivo torpe, com o propósito de auferir lucro financeiro a qualquer custo, deixando de investir na regularidade da empresa, bem como, na segurança dos empregados".
A respeito de Caio Santos, o MP-PR afirmou que o técnico "demonstrando absoluta indiferença com as consequências de sua conduta, manuseou e aplicou a mistura altamente inflamável e explosiva", segundo o documento.
Além disso, conforme a denúncia, os três agiram "com vontade e consciência, assumindo o risco de produzir o resultado morte e aceitando a possibilidade deste resultado", diz trecho.
Relembre o caso
Uma explosão foi registrada no imóvel e, então, houve o incêndio, conforme a Polícia Militar (PM). O apartamento fica no último andar do prédio, localizado na Rua Dom Pedro I.
As paredes do apartamento desabaram, e as chamas tomaram conta dos cômodos.
Uma moradora, que ficou presa nos escombros, gritava pedindo socorro. Dois homens entraram no apartamento para tentar ajudar. Um deles conseguiu chegar até a mulher e tirá-la dali.
Raquel Lamb, de 23 anos, o marido de Raquel, Gabriel de Araújo, de 27 anos, e o técnico Caio Santos, de 30 anos ficaram gravemente feridos. Mateus Lamb, de 11 anos, morreu após ser arremessado.
Proibição
Em 5 de julho, a Prefeitura de Curitiba assinou um decreto que regulamenta a atividade de empresas que prestam serviços de impermeabilização de móveis.
O decreto 806/2019 proíbe a realização de serviços de impermeabilização com produtos químicos inflamáveis, combustíveis e controlados em lugares fechados.
Ao assinar o decreto, o prefeito Rafael Greca (PMN) afirmou dedicar a decisão à memória das vítimas.
O que dizem os citados
O advogado Roberto Brezezinski, que defende o casal, disse que só irá se manifestar nos autos do processo.
O advogado Leonardo Buchmann, que defende Caio Santos, também não quis comentar a denúncia.
Por meio de nota, a defesa dos donos do apartamento disse que espera que o juiz receba a denúncia nos exatos termos e que haja punição exemplar.
"Entendemos que a denúncia está adequada à gravidade dos atos praticados de forma irresponsável e que culminou com a morte prematura de uma criança inocente e com uma família destroçada", diz nota.
Fonte: https://g1.globo.com