Condomínio: ações por inadimplência devem aumentar
A população brasileira está sentindo o impacto da crise econômica e política por todos os lados
A população brasileira está sentindo o impacto da crise econômica e política por todos os lados. Em alguns casos, as pessoas estão tendo que escolher qual conta pagar. Com isso, as dívidas com consequencias menores, a exemplo da taxa de condomínio, acabam sendo as escolhidas para o atraso. Somente no acumulado de janeiro a dezembro de 2015, foram contabilizadas 7746 ações judiciais por falta de pagamento da taxa condominial – um aumento de 2,7%, se comparado a 2014.
De acordo com o presidente do Sindicato da Habitação (Secobi-Ba), Kelsor Gonçalves Fernandes, o balanço do início deste ano ainda não foi feito. No entanto, os números permanecem estáveis. Mas, com a onda de desemprego e economia parada, os conflitos judiciais devem aumentar.
“A gente tem trabalhado para evitar que isso se torne um problema sério, mas a tendência é que os números cresçam”, relatou.
Os aspectos que levam o condômino a atrasar são muitos, explica Fernandes.
“Quando há problema financeiro, a primeira coisa que ele faz é suspender o pagamento do condomínio, porque a multa é considerada baixa. Ele elimina aquilo que tem as consequências mais retardadas possíveis. Se ele deixar de pagar a conta de água, luz, telefone, automaticamente a concessionária corta o serviço dele. E o condomínio só tem a Justiça pra cobrar e cortar o pagamento”.
Como está quase todo mundo no mesmo barco, os responsáveis pela gestão das unidades fazem o possível para negociar sem ter que recorrer a uma ação judicial.
“As administradoras e os próprios síndicos só vão para a Justiça quando não há mais jeito. Normalmente eles notificam, fazem acordos, muitas vezes parcelam. Porque o ideal é evitar um litígio judicial. Infelizmente, às vezes as pessoas não cumprem, aí não tem outra saída. Até para proteger o condomínio e o próprio administrador não ser responsabilizado por omissão – é obrigação do síndico zelar pelo condomínio –, ele [autogestor] tem que ir para a Justiça”, salientou Kelsor Fernandes.
“Já tivemos alguns problemas de não pagamento das taxas. Ainda não tivemos que recorrer à ação judicial. Tentamos baixar a guarda e conversar. Alguns condôminos já tiveram que parcelar, atrasaram alguns meses, mas nada que precisássemos ser radicais. Estamos com uma postura tão aberta que ainda não ajustamos as taxas. Mas vai chegar uma hora que não vai dar pra segurar. Todo o aumento vai ter que ser passado”, revelou o síndico de um prédio do bairro da Pituba, Carlos Carneiro.
Fonte: http://www.tribunadabahia.com.br/
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