Índice de Aluguel
Levantamento detalha cenário atual do mercado imobiliário em SP e RJ
O QuintoAndar, maior plataforma de moradia da América Latina, e o Imovelweb, um dos maiores portais de classificados do Brasil, acabam de lançar o Índice de Aluguel QuintoAndar Imovelweb, um novo indicador que combina dados das duas marcas.
Ao unir valores de contratos fechados aos de anúncios, o novo índice consegue apontar o preço do metro quadrado mais próximo do praticado, de fato, no mercado. Em sua primeira edição, ele traz dados do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Em São Paulo, preço desacelera e atinge menor patamar desde maio de 2022
De acordo com o indicador, o mercado residencial de aluguel em São Paulo tem registrado altas mensais mais modestas. Em julho, o preço médio do metro quadrado chegou a R$ 58,61, valor apenas 0,42% acima do registrado em junho.
Nos últimos 12 meses, o preço dos novos contratos subiu 11,62% - o menor percentual registrado desde maio de 2022. Naquela oportunidade, ele estava em 9,81%.
Entre os tipos de imóveis monitorados pela pesquisa, os de um dormitório impactaram para esse movimento de alta menor, com crescimento de 0,23% em comparação com junho. Já aqueles com dois e três quartos registraram aumento ligeiramente maior dos preços no mês passado, de 0,97% e 0,98%, respectivamente.
Segundo Thiago Reis, gerente de Dados do QuintoAndar, os studios e apartamentos menores vinham registrando uma valorização constante no período pós-pandemia, muito por conta da volta ao trabalho presencial, puxando o valor do aluguel como um todo da cidade para cima. O novo movimento coincide com uma desaceleração no preço em São Paulo.
“O mercado imobiliário paulistano vem dando sinais de desaceleração desde o fim do ano passado, num movimento que se concretizou nos últimos meses. A tendência é que haja uma acomodação nos preços”, ressalta.
Em comparação com os últimos três meses, um em cada quatro bairros monitorados pelo indicador registrou desvalorização do preço do metro quadrado.
Ao todo, 26 dos 105 bairros monitorados tiveram queda no valor. A principal retração foi registrada em Vila Mangalot, na Zona Norte, onde os preços caíram 10,9% no período. Cidade São Francisco (-6,7%), Vila Aricanduva (-4%), Tucuruvi (-2,8%) e Jardim Santa Emília (-2,8%) completam a lista dos cinco mais.
O principal aumento foi registrado no Jardim América, na Zona Oeste, com alta de 17,4% no preço médio do metro quadrado nos últimos três meses. Segundo o indicador, o preço médio do metro quadrado no bairro foi de R$ 85. É o terceiro bairro mais caro da capital, atrás somente da Vila Olímpia e da Vila Nova Conceição.
Uma das novidades desse índice é a divulgação de preços médios de aluguel de apartamentos padrão. O objetivo é avaliar também o impacto da mobília e das vagas de garagem e estimar um intervalo de preço na cidade.
Segundo o indicador, para apartamentos com 1 dormitório, os valores médios ficam entre R$ 1.550 e R$ 1.690, podendo chegar a R$ 2.110 para unidades mobiliadas. Já apartamentos com 2 dormitórios têm uma faixa de preço mais ampla, variando de R$ 2.000 a R$ 2.190, podendo chegar até a R$ 2.520 caso possua uma vaga de garagem.
Para apartamentos com 3 dormitórios, os valores médios situam-se entre R$ 2.600 e R$ 2.840, com unidades mobiliadas alcançando R$ 3.530. Apesar do aumento dos preços no momento de assinar o contrato, os consumidores ainda têm encontrado espaço para negociação.
Dados do Índice de Aluguel QuintoAndar Imovelweb mostram que o desconto médio das transações feitas em junho foi de 3,8%, 0,3 ponto porcentual acima do registrado em junho.
“Um desconto de 3,8% pode parecer modesto, mas pode representar uma benfeitoria na casa durante um contrato de 30 meses de aluguel. Há espaço para barganhar e conseguir o melhor preço”, afirma o gerente de Dados do QuintoAndar.
Veja a lista completa dos 10 bairros mais caros da cidade (com o respectivo valor do metro quadrado):
- Vila Olímpia - R$ 91,80
- Vila Nova Conceição - R$ 85,20
- Jardim América - R$ 85
- Brooklin - R$ 82,20
- Pinheiros - R$ 79,80
- Itaim Bibi - R$ 76,70
- Jardim Europa - R$ 72,10
- Moema - R$ 70,50
- Vila Madalena - R$ 70,30
- Chácara Santo Antônio - R$ 70,10
94% dos bairros do Rio de Janeiro registram alta no preço em um ano
Com mais de 30 bairros monitorados, em todas as regiões da cidade, o novo Índice mostra um aumento significativo nos preços do metro quadrado nas localidades: 94% - nove em cada dez bairros - registraram alta nos últimos 12 meses, encerrados em julho.
Os dados do levantamento apontam que, no último ano, houve um crescimento consistente nos preços na cidade (a alta foi de 17,08%). Trata-se do maior percentual registrado em toda a série histórica, iniciada em 2019.
Na comparação com junho, a variação foi de 1,01%, elevando a média do metro quadrado para R$ 38,46. Os números refletem a tendência de valorização imobiliária na capital carioca.
Nos últimos 12 meses, somente 2 dos 33 bairros monitorados pelo indicador tiveram queda do preço na capital fluminense, todos na Zona Norte da cidade. A principal retração foi registrada em Cascadura, onde os preços caíram 7,2% no período. Cachambi, na mesma região, registrou queda de 4,8%.
A Zona Sul, por sua vez, concentra os bairros com maior alta no preço no período. Dos dez bairros no topo do ranking, cinco ficam localizados na região, que concentra as localidades mais caras da cidade. O principal aumento foi registrado em Ipanema, com alta de 52,9% no preço médio do metro quadrado no último ano.
Em julho de 2022, quem procurava imóvel no bairro encontrava o preço médio em R$ 62,18/m2. Um ano depois, o preço atingiu R$ 95,08/m2 - quase R$ 33 a mais.
"O mercado imobiliário do Rio de Janeiro se mantém aquecido de forma consistente, refletindo a demanda contínua por moradias na cidade”, analisa Pedro Capetti, especialista em dados do Grupo QuintoAndar.
“O aumento dos preços dos imóveis na cidade do Rio de Janeiro tem se manifestado de forma generalizada, abrangendo diversos bairros e regiões. No entanto, há uma valorização maior na Zona Sul da cidade, região com uma melhor infraestrutura”, explica.
Os imóveis de três dormitórios têm impulsionado esse cenário de alta, com uma variação de 18,28% no preço no último ano. Somente em 2023, de janeiro a junho, o preço médio dos novos aluguéis já avançou 12,46% na cidade. O valor é mais alto do que o registrado para o mesmo período de 2022, quando subiu 9,94%.
Segundo o indicador, para apartamentos com 1 dormitório, os valores médios ficam entre R$ 1.160 e R$ 1.290, podendo chegar a R$ 1.560 para unidades mobiliadas. Já apartamentos com 2 dormitórios têm uma faixa de preço mais ampla, variando de R$ 1.580 a R$ 1.760, podendo chegar até a R$ 1.910 caso possua uma vaga de garagem.
Para apartamentos com 3 dormitórios, os valores médios situam-se entre R$ 2.100 e R$ 2.330, com unidades mobiliadas alcançando R$ 2.830.
Dados do Índice de Aluguel QuintoAndar Imovelweb mostram que o desconto médio das transações feitas em julho foi de 3,3% - 0,5 ponto percentual acima do registrado em junho.
Segundo o especialista, uma forma de economizar é começar o processo de busca de imóveis com antecedência.
Veja a lista completa dos 10 bairros que mais valorizaram no último ano:
- Ipanema - 52,9%
- Leblon - 40%
- Flamengo - 30,8%
- Copacabana - 22,2%
- Maracanã - 20,4%
- Andaraí - 19,3%
- Jacarepaguá - 19,1%
- Centro - 18,5%
- Barra da Tijuca - 17,7%
- Botafogo - 17,6%
Fonte: Assessoria | QuintoAndar