Inteligência emocional
Síndico deve saber tirar proveito de suas emoções para administrar melhor
Por Aldo Junior*
A emoção emana de todos nós de forma espontânea. Emocionamos-nos com diversas situações da vida cotidiana. O nascimento de um filho, a conclusão de uma faculdade ou a conquista de um sonho.
As emoções estão em nossas vidas. A cada dia fatos acontecem que nos trazem tristezas, alegrias e muitas emoções agregadas. Agora imagine como um sindico que administra inúmeros interesses que envolvem uma comunidade condominial deve se sentir.
Os sentimentos afloram na medida em que a complexidade da situação assim requer. As reuniões em condomínios trazem grande expectativa ao sindico que muitas vezes se vê sozinho e rodeado de “inimigos” que querem atingi-lo no fator emocional para alcançar seus objetivos.
Administrar emoções em prol de um objetivo fim é essencial para o sucesso de uma gestão condominial.
A falta de estrutura emocional, certamente trará ao sindico instabilidade em suas ações, combinado com decisões pelo simples impulso com certeza levarão ao erro.
O controle emocional em tese, naturalmente vai ocasionar uma maior tranquilidade e discernimento na tomada de decisões e na administração de situações delicadas em que o sindico se envolve comumente.
Entre as principais competências emocionais para uma gestão condominial estão a persistência, necessária para enfrentar desafios e adversidades, a introversão ótima aliada para a criatividade e a paciência a “mãe” do controle emocional num todo.
Saber se colocar no lugar do outro, neste caso o condômino é de suma importância para o sindico entender a demanda, e saber no momento certo de atuar com delicadeza e sabedoria, resolvendo assim o problema sem maiores desgastes.
Firmeza e ímpeto também são características emocionais muito importantes para um sindico emocionalmente equilibrado. Sem firmeza e segurança em suas ações, em breve será considerado um “banana”. Ser impetuoso sem ser apático, traz ao condômino a certeza de que elegeu um sindico firme e seguro para gerir seu patrimônio.
Conforme publicação do Instituto Eneagrama, em 2009 os nove perfis psicológicos do sindico apontam conforme estudo, as motivações básicas para ação das pessoas- no caso específico o sindico- como ferramenta de autoconhecimento e superação de limitações:
Tipo 1 - síndico persistente ou perfeccionista
Os síndicos que adotam o tipo um são centrados na ação, têm um senso prático que dá prioridade às tarefas a serem realizadas. A competência emocional é a persistência e isso faz deles pessoas tenazes e exigentes consigo mesmas. “Se comecei quero ir até o fim”.
O desafio é administrar a dose de persistência, que em excesso se transforma em raiva, que é um vício emocional. Quando estão seqüestrados pela raiva ficam excessivamente exigentes, e são conhecidos como "cri-cris". Ninguém consegue chegar ao patamar de exigência deles e acabam frustrando aqueles que dão o seu melhor, mas segundo os olhos do “cri-cri”, ainda não é o suficiente.
Tipo 2 – síndico voluntarioso ou invasivo
Os síndicos que adotaram o tipo dois são centrados na emoção, têm uma percepção aguda dos outros, tornando-se conquistadores, que conseguem o que querem das pessoas. A competência emocional é a sensação de capacidade. “Se alguém conseguiu eu também posso”. Seu entusiasmo contagia e estimula os que estão ao redor a também se sentirem capazes.
O desafio é administrar a dose de sensação de capacidade, que em excesso se transforma em orgulho, que é um vício emocional. Quando seqüestrados pelo orgulho ficam cheios de si mesmos. Acreditando que somente eles são capazes. “Se eu não estou aqui nada funciona”. Acabam sendo invasivos e não dão espaço pra ninguém.
Tipo 3 – síndico bem-sucedido ou narcisista
Os gestores condominiais que adotam o tipo três são centrados na ação ou no planejamento. São comunicadores hábeis e sua competência emocional é a adequação. Focados no resultado assimilam todas as alternativas que garantam o sucesso da empreitada. Estimulam os que estão juntos a conquistar resultados mais elevados. O desafio é dosar a adequação que em excesso se transforma em vaidade e acabam estressando todos em nome de uma excelência.
Tipo 4 – síndico original ou excêntrico
Os síndicos que adotaram o tipo quatro são pessoas centradas na emoção, são criativos e inovadores, propondo qualidade e requinte em tudo o que fazem, sua competência emocional é a introversão. Estimulam a todos que estão juntos a buscarem o melhor de si mesmos de forma original e autêntica. O desafio é dosar a introversão para que ela não se transforme no vício emocional da inveja, pois tornam-se pessoas críticas e muitas vezes irônicas, desprezando tudo o que não for tão original quanto eles.
Tipo 5 – Síndico analítico ou apático
Os síndicos que adotam o tipo cinco são centrados na mente, têm curiosidade pelo entendimento, tornando-se planejadores extremamente racionais, analisando de forma ampla os desdobramentos de todas as ações. Sua competência emocional é a desidentificação, que os torna pessoas que não são tomados pelo calor do momento e conseguem ter visões de longo prazo.
Estimulam todos a analisar de forma mais ampla e não serem impulsivos nas decisões. O desafio é dosar a desidentificação para que ela não se transforme no vício emocional da avareza, que deixa-os apáticos e distantes, atuando com um ar de superioridade intelectual.
Tipo 6 – síndico prudente ou medroso
Os síndicos que adotam o tipo seis são centrados na ação ou na emoção, buscam alternativas que garantam a ação e satisfaça os interesses do grupo. Sua competência emocional é a prudência e estimulam a todos a pensar em termos de ação e reação. Seu desafio é dosar a prudência para que ela não se transforme no vício emocional do medo, que faz deles pessoas controladoras, que querem tudo do seu jeito e evitam ser pegos de surpresa, argumentando de forma enfática o perigo que pode estar vindo.
Tipo 7 – síndico inovador ou inconstante
Os síndicos que adotam o tipo sete têm uma agilidade mental para lidar com várias coisas ao mesmo tempo. A competência emocional é a curiosidade e gostam de inovar. Estimulam todos a serem otimistas e olharem para o lado positivo. O desafio é dosar a curiosidade para que ela não se transforme em gula, que é o vício emocional da instabilidade. Querem mudar tudo e não respeitam a velocidade e valores dos outros.
Tipo 8 – síndico realizador ou confrontador
Os síndicos que adotam o tipo oito são centrados na ação, têm facilidade em mandar e liderar, dando prioridade à realização. Tudo ao seu redor tem de ser desafiador e sua competência emocional é o ímpeto. Estimulam aqueles que estão ao redor a assumir desafios e superar dificuldades. O desafio é dosar o ímpeto para que não se transforme em luxúria e comecem a ser mandões que intimidam os outros com seu apego à força e ao poder.
Tipo 9 – síndico conciliador ou indeciso
Os síndicos que adotam o tipo nove são centrados na emoção ou na mente, têm uma atitude mediadora, dando prioridade ao bem comum.
A competência emocional é a tolerância e estimulam a todos terem respeito pelas diferenças e harmonia nas relações. Seu desafio é não deixar a dose de tolerância se transformar em indolência, pois começam a procrastinar decisões e deixam de se posicionar, esperando que outros assumam a decisão.
Ser sindico não é fácil. Analisar com critério estes perfis psicológicos pode ajudar você sindico a definir uma postura diferente para poder lidar com tantas demandas no dia a dia da gestão condominial.