Invasões a condomínio
Mesmo interditado, prédio em Osasco é alvo de bandidos
Vídeo mostra homens invadindo condomínio interditado pela Defesa Civil em Osasco
Moradores dos prédios no Jardim Padroeira relatam invasões e furtos em apartamentos. Edifícios foram interditados em dezembro por risco de desabamento. 'Até papel higiênico eles levaram', afirma moradora
Imagens de segurança de um condomínio em Osasco, na Grande São Paulo, interditado pela Defesa Civil desde dezembro, registraram o momento em que quatro homens invadem o prédio.
Com os rostos parcialmente cobertos, eles chegam a mexer em uma das câmeras do edifício. A suspeita é que o grupo seja responsável pelos saques e furtos relatados pelos moradores.
"Levaram televisão, brinquedos do meu filho, DVD, batedeira. Até papel higiênico, cesto de lixo eles levaram. Abriram até champanhe dentro do meu apartamento", disse uma moradora.
No final do ano passado, os moradores foram retirados do condomínio por conta de risco de desabamento. Dois prédios foram interditados depois que um laudo técnico apontou problemas estruturais.
A síndica do prédio participou de uma reunião na Prefeitura de Osasco na manhã desta terça (14), mas a Defesa Civil informou que os prédios vão continuar interditados porque ainda não foi feita nenhuma obra no local.
A Secretaria da Segurança afirma que reorientou o policiamento na região do condomínio e que a polícia civil irá atrás das vítimas e de pistas que possam ajudar a identificar os criminosos.
O condomínio tem cerca de 365 apartamentos em um conjunto de prédios residenciais na Rua Archiles Beline, no Bairro de Jardim Padroeira.
Segundo relatos de moradores à TV Globo, o arrastão aconteceu no Bloco D, e os invasores levaram TVs, equipamentos eletrônicos e eletrodomésticos. Eles souberam da invasão e seguiram para o local na noite desta segunda-feira (13) para tentar retirar os próprios pertences. Ainda de acordo com os moradores, cerca de de 35 portas de apartamentos foram arrombadas.
A interdição
Os técnicos da Defesa Civil vistoriaram os prédios depois que receberam uma denúncia anônima a respeito de rachaduras presentes no Condomínio Residencial das Oliveiras, em Osasco, Grande São Paulo. No total, 130 apartamentos foram desocupados. As unidades foram entregues em 2017.
A administradora do condomínio contratou uma empresa para fazer um laudo. O documento diz que a estrutura possui estabilidade e não apresenta riscos de colapso, entretanto, o engenheiro orienta que os problemas precisam ser tratados. A construtora que construiu o condomínio faliu.
"A falência da construtora complica tudo porque geralmente um prédio com dois anos de vida tem assistência técnica da construtora e a responsabilidade do engenheiro. Com a falência fica tudo muito difícil", disse o especialista em condomínio Marcio Rachkorsky.
O documento da Defesa Civil mostra que no dia 22 de outubro de 2019 os técnicos identificaram problemas na estrutura dos edifícios e registraram que os moradores estariam em risco se não fossem tomadas providências. O prazo para a desocupação terminava nesta quarta-feira (11) às 16h.
Para liberar o condomínio, os moradores terão que fazer os ajustes emergenciais exigidos pela Defesa Civil e um estudo do solo.
"A empresa que for contratada tem que entregar um laudo do 'habite-se', [documento que atesta] que o imóvel está em condições para uso, aí os moradores retornam", disse o engenheiro civil e Diretor Técnico da Defesa Civil de Osasco, Renato Catineira.
A reportagem procurou a construtora Caruso, mas ninguém atendeu. A Caixa Econômica Federal (CEF), que financiou a obra, também não respondeu.
Fonte: https://g1.globo.com/