Cetesb investiga morte de peixes em lago de condomínio em Ribeirão Preto
Subsíndico alega que rede de esgoto clandestina poluiu lagoa artificial.Companhia diz que enxurrada leva lixo e materiais tóxicos para o local.
A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) investiga a morte de peixes na lagoa do Condomínio Rosa dos Ventos, no Jardim Independência, em Ribeirão Preto (SP). Uma equipe colheu amostras da água na manhã desta segunda-feira (18) e o resultado deve ser divulgado em uma semana.
O subsíndico do condomínio, Lucas Capacle, afirmou que essa não foi a primeira vez que peixes morreram após fortes chuvas, como as registrados em Ribeirão na última semana. Isso porque, segundo Capacle, o esgoto de uma favela que existe próximo ao condomínio é levado pela enxurrada para a lagoa.
"Existem áreas invadidas para cima da ferrovia, onde existe um esgoto a céu aberto. Então, com o volume de água, esse esgoto desce pela rua, por galerias e vem parar na Avenida [Cavalheiro] Paschoal Incecchi. Esse esgoto desce junto com a enxurrada", explicou.
Capacle disse que a situação se repete há pelo menos 30 anos e que os moradores estudam acionar a Prefeitura judicialmente para solucionar o problema de drenagem, tendo em vista que já está ciente do caso.
"A gente não vai conversar mais. Já fizemos reuniões com prefeitos e é uma coisa que só vai se arrastando. Está um cheiro insuportável, entrou água dentro do salão de festa, entrou na lanchonete. A gente investe no lago, repovoa com peixes, gasta dinheiro, então a paciência acabou", reclamou.
Concentração de chuvas
O gerente regional da Cetesb, Marco Antonio Artuzo, também afirmou que existe um problema no projeto de drenagem da água pluvial no bairro, porém, negou a existência de uma rede de esgoto clandestina. Para Artuzo, a enxurrada acaba levando para a lagoa lixo e outros materiais tóxicos aos peixes.
"Mesmo porque, se houvesse uma rede clandestina, já teriam acontecido as mortes mais claramente. O que acontece é que por ali existe descarga de galerias de águas pluviais. Toda a carga de chuva da região, tudo quanto é sujeira que tem em pista, em pátio, em calçada, acaba se concentrando naquela lagoa", explicou.
Dois aeradores - equipamentos usados para melhorar a oxigenação da água - foram ligados no condomínio na tentativa de evitar a morte de mais peixes.
Entretanto, a equipe da Cetesb constatou que a concentração de oxigênio na água na manhã de segunda-feira era de 0,65, quando o mínimo para que haja vida é cinco.
Faltam recursos
Em nota, a assessoria da Prefeitura de Ribeirão informou que existe projeto na Secretaria de Obras Públicas para ampliação do sistema de drenagem ou construção de novas galerias no bairro.
Entretanto, "a administração municipal busca recursos financeiros para a execução do projeto", diz o comunicado.
Fonte: http://g1.globo.com/
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