Defesa Civil vistoria prédios no Rio após relatos de tremores
O temor de um novo desabamento voltou a rondar o Centro do Rio de Janeiro nesta segunda-feira. A Defesa Civil foi chamada por pessoas que trabalham em prédios da região da Cinelândia, alegando a ocorrência de trepidações e o surgimento de rachaduras. Muitas pessoas ficaram assustadas e chegaram a deixar esses edifícios.
Técnicos foram mobilizados para a região e averiguaram denúncia de que uma obra na rua Evaristo da Veiga seria a responsável por abalos em prédios vizinhos. No terreno em questão, estão sendo preparadas as fundações para uma nova construção.
Uma das reclamações foi feita por Amauri Marcondes, gerente de segurança da empresa Contax, que opera em um prédio da rua do Passeio, paralela à Evaristo da Veiga. Segundo ele, há rachaduras no prédio e até um vidro foi quebrado em função das perfurações que estão sendo feitas na obra. Ele ligou nesta manhã para o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) solicitando uma vistoria detalhada.
"Essa obra tem que ser embargada. Os funcionários ouviram hoje pela manhã reverberações muito fortes vindas da obra, mais fortes do que o normal", afirmou.
Em janeiro, três prédios desabaram na mesma região, na avenida Treze de Maio, matando ao menos 17 pessoas. A polícia ainda investiga as causas do desabamento. A Defesa Civil ainda não comentou o resultado da vistoria. Nenhum responsável pela obra foi encontrado no local para falar sobre as acusações.
Os desabamentos
Três prédios desabaram no centro do Rio de Janeiro por volta das 20h30 de 25 de janeiro.
Um deles tinha 20 andares e ficava situado na avenida Treze de Maio; outro tinha 10 andares e ficava na rua Manuel de Carvalho; e o terceiro, também na Manuel de Carvalho, era uma construção de quatro andares. Segundo a Defesa Civil do município, pelo menos 17 pessoas morreram. Cinco pessoas ficaram feridas com escoriações leves e foram atendidas nos hospitais da região. Cerca de 80 bombeiros e agentes da Defesa Civil trabalharam desde a noite da tragédia na busca de vítimas em meio aos escombros, com retroescavadeiras e caminhões para retirar os entulhos.
Segundo o engenheiro civil Antônio Eulálio, do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), havia obras irregulares no edifício de 20 andares. O especialista afirmou que o prédio teria caído de cima para abaixo e acabou levando os outros dois ao lado. De acordo com ele, todas as possibilidades para a tragédia apontam para problemas estruturais nesse prédio. Ele descartou totalmente que uma explosão por vazamento de gás tenha causado o desabamento.
Fonte: http://noticias.terra.com.br
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