Medida impopular
Síndico decide reativar serviço de lavagem de carros, na Grande BH
Reativação de lava-jato dentro de condomínio revolta morador
Síndico do condomínio Le Gran Atlas, em Nova Lima, alega que várias outras medidas de economia de água foram adotadas e que não será a lavagem de carros que aumentará o consumo Assustado com as dimensões da crise de abastecimento de água que vem acometendo Minas Gerais, um morador do bairro Vila da Serra, em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, resolveu denunciar nesta terça-feira (3) a reativação de um lava-jato interno do condomínio em que mora.
"Moro aqui no Condomínio Le Gran Atlas há seis anos e desde o início tinha esse serviço, mas estava constantemente sem funcionar por conta de reclamações dos próprios moradores por conta do desperdício. Recentemente ficou cerca de um ano parado e há dois dias, no auge da crise hídrica, resolveram voltar com as lavagens", contou o advogado que preferiu não ser identificado.
De acordo com ele, são 96 apartamentos e, se pensando que em média cada um tem cerca de dois carros, seriam aproximadamente 200 veículos sendo lavados "sem a menor responsabilidade", como disse o denunciante. "Procurar a imprensa foi a última alternativa, já que ele foi reativado mesmo depois de procurarmos a empresa que administra e o síndico", disse. Ainda conforme o advogado, vários moradores do condomínio estão indignados com o lava-jato. "É um comportamento completamente averso à qualquer medida que está sendo tomada para economia deste bem. A vontade que dá é de não pagar o condomínio desse jeito", finalizou. Procurado pela reportagem de O TEMPO, o síndico do condomínio Le Gran Atlas, Maurílio Pinto, afirmou que na verdade o serviço não estava funcionando devido à um problema pessoal com o antigo funcionário. "Encontramos dificuldade para achar alguém de confiança e que fosse um bom motorista para trabalhar no lava-jato, até mesmo por conta do estilo dos moradores, que tem veículos importados", explicou. Ainda de acordo com o responsável pela administração do condomínio, o edifício utiliza água retirada de um poço artesiano e conta com uma pequena franquia da Copasa. "Mas o lava-jato trabalha com retrolavagem e temos um projeto de curto prazo para captação de água da chuva em um reservatório de 10 mil litros para fazer a limpeza dos veículos sem gastar água potável", garantiu Pinto. O síndico ainda defende que o condomínio vem adotando diversas medidas para reduzir o consumo hídrico.
"A lavagem das áreas comuns está sendo feita quinzenalmente agora e só se houver necessidade. Além disso, cortamos a irrigação das plantas e, com estas medidas, reduzimos o nosso consumo diário de 160 m³ para cerca de 90 m³. De qualquer forma, se não lavarem aqui, os moradores o farão em outro lugar e consequentemente será gasta água da mesma forma", defendeu.
Fonte: http://www.otempo.com.br/