Novos hábitos nas cidades do interior
Em Sorocaba foram lançados mais de 12 mil imóveis em condomínios nos últimos três anos. Desse total, mais de 80% das unidades são verticais
Nos últimos anos, temos assistido a diversas transformações no cenário do interior paulista. Cidades consideradas pequenas e calmas se transformaram em importantes centros de desenvolvimento. Grande parte disso é reflexo da legislação da capital paulista, que, ao restringir o potencial construtivo com o Plano Diretor de 2002, estimulou a fuga de muitas empresas para cidades do interior.
Nessa época, 80% do número de lançamentos da Região Metropolitana de São Paulo estavam concentrados na capital e os outros 20% nas demais cidades. Hoje, essa proporção caiu para cerca de 50%. Esse mesmo movimento migratório foi percebido, até mesmo em maior escala, nos municípios do interior.
O interior de São Paulo já representa o maior mercado consumidor do País, com um PIB superior ao de países como a Nova Zelândia. Com mais empregos e economia aquecida, essas cidades ficaram ainda mais atrativas para pessoas que querem fugir das grandes metrópoles em busca de maior qualidade de vida.
Esse intenso movimento migratório para o interior, somado às mudanças trazidas pelo desenvolvimento dessas cidades, alterou também o cotidiano e o estilo de vida de quem vive nessas cidades. Se as cidades grandes eram conhecidas por terem uma gama maior de escolhas para quem aprecia um estilo de vida mais movimentado, atualmente as cidades pequenas e médias também apresentam inúmeras oportunidades, principalmente no que se refere a lazer, cultura e escolaridade.
Com isso, o interior vive um novo momento cultural, no qual algumas características que eram típicas das metrópoles estão sendo incorporadas. Uma dessas tendências é a de as pessoas passarem a maior parte do dia fora e com a vida mais corrida. Isso tem influenciado na forma de morar, e muitos estão trocando suas casas pela praticidade de apartamentos mais compactos, que não dão tanto trabalho e não exigem manutenção de jardim ou quintal, por exemplo. Além disso, a segurança de ter os filhos brincando dentro do próprio condomínio vem sendo um fator primordial.
Dessa forma, os condomínios, que eram típicos das grandes cidades, estão se tornando cada vez mais populares e ganhando mais espaço nessas regiões. Em Sorocaba, por exemplo, foram lançados mais de 12 mil imóveis em condomínios nos últimos três anos. Desse total, mais de 80% das unidades são verticais.
Todas essas mudanças trouxeram uma vida mais monitorada e cheia de regras, mas as características típicas de interior foram mantidas. Apesar de a vida ter ficado mais corrida, as pessoas permanecem menos estressadas do que os moradores de cidades grandes. Outra diferença relevante é a questão da segurança, que ainda é uma grande marca das cidades interioranas.
Além disso, as pessoas ainda são mais solidárias umas com as outras e a coletividade continua sendo extremamente valorizada. Por isso, independentemente de viver em condomínios mais compactos, esses novos condôminos continuam fazendo questão de receber amigos e familiares com frequência.
Isso tem imposto, aos novos condomínios, o desafio de disponibilizar espaços comuns destinados à convivência. O espaço gourmet, por exemplo, é uma das áreas cada vez mais demandadas. O ideal é que esses empreendimentos consigam oferecer o mesmo conforto das tradicionais casas grandes com os seus quintais, somado à praticidade e segurança dos condomínios.
Fonte: http://www.cruzeirodosul.inf.br/
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