Mercado aquecido
Interior da Bahia vê crescimento em número de condomínios
Mercado investe em imóveis no interior com perfil de fazendas
Veja os cuidados para comprar um imóvel rural Lazer, segurança e sofisticação são apenas alguns dos fatores que atraem investidores, moradores e até soteropolitanos para o interior da Bahia. Além disso, atrativos como o desenvolvimento econômico nestas regiões e até mesmo o clima são itens essenciais para o aumento da quantidade de empreendimentos diferenciados. Foi a busca pelo clima bucólico que fez o técnico em petróleo Maurício Ribeiro, 47 anos, comprar um lote em um condomínio rural em Entre Rios, no interior da Bahia. “Eu trabalho embarcado 15 dias em uma plataforma no meio do mar e tenho outros 15 dias de folga. Poderia ficar no meu apartamento em Salvador, mas eu prefiro mil vezes ficar cavalgando e em contato com a natureza”, conta Ribeiro. E se tem gente como Maurício, as empresas também estão de olho nesse público. A ida das incorporadoras para o interior do estado é uma tendência crescente no mercado. Diversos empreendimentos, inclusive, estão investindo em um novo conceito, o de Haras Residence. “Funciona como um complexo de moradia e lazer. Voltados para o universo equestre, estes terrenos trazem opções de pistas para equitação, redondel, baias para os cavalos, selaria, dentre outras opções”, explica o diretor executivo da empresa Terras Loteamentos Planejados, Carlos André Hiltner Almeida. Construído pela incorporadora, o condomínio de alto luxo Terras da Lagoa levará este conceito para Alagoinhas. “Nessa região, do interior, tem muita gente que participa de cavalgadas e que anda de cavalo. Além de ser um hobby de muitos é cada vez mais comum saírem de um lugar para o outro e usarem o animal como um meio de transporte”, diz. O investimento nesse tipo de “condomínio rural” tem o objetivo de reduzir os custos. “Para manter um sítio, hoje em dia, ficou muito caro. Este tipo de condomínio chega como uma alternativa: temos 40 baias e o cliente poderá adquirir apenas um cavalo, por exemplo. Será possível mantê-lo, com segurança e custos baixíssimos, já que a taxa de condomínio de uma baia é de R$ 100 por mês. Para ter uma ideia, ao invés de mais de R$ 2 mil, que se paga - em caso de fazendas e sítios - dá para gastar R$ 200 por mês”, acrescenta o diretor da empresa, que faz parte do Grupo NovaVia.
Interior
Condomínios com piscinas, segurança, clube, quadras, áreas infantis, dentre outras regalias também no interior do estado são reflexo do mercado na capital, segundo o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da Bahia (Creci-BA), Samuel Prado. Para ele, com o “inchaço” de imóveis na capital baiana, as construtoras estão sendo atraídas para outros polos.
“Feira de Santana, Ilhéus, Santo Antônio de Jesus e Itabuna estão entre os municípios que têm benefícios a oferecer tanto para o comprador quanto para o vendedor”, diz. “Ao mesmo tempo, cada vez mais, as pessoas querem ficar perto de casa. Por isto buscam por mobilidade, lazer, tudo em um mesmo lugar, e com segurança”, complementa. De acordo com Hiltner, o público de empreendimentos rurais é variado. “Desde pessoas que querem novas opções de lazer até aquelas que têm algum sítio ou fazenda e acham caro manter”, diz.
Mercado
Para o presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA), Luciano Muricy, condomínios como esse são uma alternativa, sobretudo, no Litoral Norte. “Este ramo tem um mercado a ser explorado não só de lazer, mas também residencial. Pessoas da capital e também do interior são atraídas por condomínios deste tipo: quem mora em Salvador adquire por lazer, já quem mora nas cidades do interior compra, sobretudo, para morar, ter lazer e segurança”, pontua.
“Algumas regiões do interior já têm um mercado crescente de imóveis, por conta do crescimento econômico, que envolve desde a implementação do porto até ferrovias e o desenvolvimento de indústrias”, acrescenta.
Natureza
A área social é um grande atrativo, segundo Muricy. Já a segurança é outro forte elemento. “Hoje, boa parte da população vive em área urbana e condomínios maiores são uma alternativa à programação tradicional como praia, shopping,etc. Outra questão que atrai muitos compradores atualmente é a alternativa à área rural, com natureza, uma proposta de sustentabilidade e maior contato com o meio ambiente”, diz. Uma maior atração das incorporadoras para o interior da Bahia também foi percebida pelo empresário e corretor de imóveis e advogado José Alberto Vasconcellos. “As empresas estão sendo bem recebidas em cidades do interior não só pelo público destes polos, que estão cada vez mais desenvolvidos, como também pelo público da capital. Além disso, muita gente que é desses lugares adquire lotes em empreendimentos como forma de investimento, com pretensão de voltar, ou até mesmo para passar finais de semana”. Cidades como Feira de Santana, Vitória da Conquista, Ilhéus, Itabuna, para ele, já têm um mercado imobiliário crescente e quase consolidado. Já outros lugares, como Alagoinhas e Itapetinga, estão se desenvolvendo e atraindo construtoras, principalmente, por conta do crescimento econômico e pelo surgimento de novos investidores. “Este investimento de Alagoinhas, por exemplo, é temático: tem esse lado do meio ambiente, campestre. Atrai porque não é um sítio ou fazenda, mas funciona como um campo, em uma escala menor: ou seja, não se tem o custo de uma fazenda, mas se tem o lazer, a natureza”, diz Muricy.
Fonte: http://www.correio24horas.com.br/