Preço dos imóveis sobe 300% em Caraguatatuba
Liberação de ‘espigões’ valoriza costa sul e a região da Martin de Sá; MP quer barrar verticalização
CAROLINA TEODORA
Quem pensa em comprar a tão desejada casa na praia e tinha Caraguá como referência corre o risco de ter de adiar os planos. Apesar de ainda não ter entrado em vigor, o novo Plano Diretor do município, que dobra a altura máxima permitida aos futuros prédios, fez disparar o valor do metro quadrado na costa sul.
Dados da Creci (Conselho Regional de Corretores de Imóveis) mostram que alguns lotes subiram mais de 300%. A proposta já foi aprovada pela Câmara.A costa sul, que compreende bairros como Palmeiras, Santa Maria e Serramar, é a região onde poderão ser erguidos os maiores ‘espigões’ da cidade --com 18 andares, mais térreo e garagem. Também é lá que será construído um novo shopping --o maior do litoral com previsão de entrega ainda neste mês-- e onde há uma base de gás da Petrobras.
Valor
O Creci informou que o metro quadrado nessa região pulou da média de R$ 50, valor praticado em janeiro último, para mais de R$ 200.
“No começo do ano você comprava um terreno nesses bairros e pagava entre R$ 20 a R$ 50 o metro quadrado. Hoje, o mesmo terreno varia entre R$ 150 e R$ 200”, afirmou Herdene Moura, delegada do Creci em Caraguá.
Centro
Os reflexos do novo plano foram além da costa sul. Praia mais tradicional de Caraguá, a Martin de Sá, no centro, também teve o valor do metro quadrado valorizado.
Raimundo Nonato Lopes, gerente de compras de uma imobiliária, afirmou que o terreno na região subiu 50%. “Um terreno de 300 metros quadrados na Martin de Sá era vendido por R$ 60 mil. Hoje, se negociar muito, você encontra o mesmo por R$ 90 mil”, disse.
A região do centro, como Martin de Sá e Indaiá, também teve ampliada a altura máxima permitida para prédios. Agora, será possível erguer torres de até 12 pavimentos nessas áreas. Antes, a altura máxima permitida em toda a cidade era de até 9 pavimentos. A nova regra cria um escalonamento que vai de 3 a 18 pavimentos para os prédios, de acordo com a distância da orla de Caraguá.
Crítica
Entidades contra a aprovação da medida afirmam que o plano foi elaborado com base na especulação imobiliária --muitos afirmam que a maior parte dos terrenos da área valorizada pertence a um único proprietário.
O Ministério Público vai tentar anular na Justiça o novo Plano Diretor. A meta da Promotoria é acionar o procurador geral para que ele ingresse com uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) para tentar barrar a proposta.
O MP afirma que a lei foi elaborada sem a participação da população e vai incentivar um adensamento populacional que a cidade não tem estrutura física para absorver. A lei foi proposta pelo prefeito Antonio Carlos da Silva (PSDB).
Fonte: http://www.redebomdia.com.br/
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