Setor de condomínios cresce no RN
Roberto Lucena
*enviado a Goiânia
As construtoras e imobiliárias descobriram, há mais de uma década, um novo nicho de mercado em território potiguar. Os condomínios horizontais, sejam populares ou de alto luxo, ganharam espaço e firmaram-se como opção àqueles que desejam morar em locais onde a segurança e comodidade dos tradicionais condomínios verticais aliam-se ao conforto e espaço físico das residências. De olho nesse consumidor, empresas como Ecomax e Ecocil se preparam para tirar do papel novos empreendimentos. A FRG Urbanismo, construtora goiana há 25 anos no mercado, também chega ao Rio Grande do Norte para lançar um projeto.
Natal é a segunda cidade do Nordeste que vai receber investimento da FRG. Antes da capital potiguar, Fortaleza (CE) conheceu o conceito de moradia oferecido pela construtora. O desembarque em Natal já estava previsto para os próximos anos, mas foi antecipado devido à interferência da dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano, sócia do empreendimento.
"O terreno foi oferecido a Zezé e Luciano pela família Fonseca e Filhos. Eles queriam construir um parque temático, mas um irmão de Zezé percebeu o potencial para outro empreendimento. Eles nos procuraram e decidimos investir", explicou Adriano Carrijo, diretor de marketing e vendas da FRG.. "Fizemos uma pesquisa de mercado e viabilidade do negócio e estamos apostando que será um sucesso", completou.
O pretensioso sucesso pode ser mensurado pela procura do empreendimento - batizado Jardins Amsterdã - por potenciais compradores. Mesmo sem divulgação, o site do condomínio já recebeu quase 100 cadastros em apenas dois dias no ar. A FRG não fala sobre números, mas o valor geral de vendas do Jardins Amsterdã está previsto em R$ 75 milhões. São 333 lotes que variam de 492 a 1,8 mil metros quadrados distribuídos numa área total de 630 mil metros quadrados, sendo 240 mil metros quadrados dedicados às áreas de lazer e arborização. Além de Fortaleza (CE) e Goiânia (GO), a FRG Urbanismo está presente em Uberlândia (MG), Belém (PA), Brasília (DF), Vila Velha (ES) e Campinas (SP).
O investidor, segundo o diretor de marketing, é bem vindo, porém, o alvo principal de vendas são as famílias que desejam morar no condomínio. Para tanto, são criados algumas barreiras como o limite máximo de venda de quatro lotes por pessoa e a exigência de um cadastro. "Vamos estender o tapete vermelho para o investidor, mas nosso foco são as famílias que querem morar, construir", disse. A ideia, diz ele, é evitar o que aconteceu com o Alphaville, em Pium, onde os lotes foram vendidos em menos de 24 horas, porém poucas casas foram construídas no local.
O lançamento oficial do empreendimento acontece no dia 9 de novembro, porém, as vendas já foram iniciadas no local do condomínio, às margens da RN-313, em Cajupiranga. Para a solenidade de lançamento, está confirmada a presença de Zezé Di Camargo e Luciano. Em Goiânia (GO), cidade sede da FRG, há 12 condomínios horizontais com conceito "jardins" implantados pela companhia. No RN a empresa pretende lançar mais três condomínios em Cajupiranga.
*O jornalista viajou a convite da FRG
Crise não inibe lançamentos e vendas no Estado
Andrielle Mendes - repórter
A crise externa parece não ter afetado a construção civil no Rio Grande do Norte. O setor espera movimentar, em 2011, cerca de R$2 bilhões, só na Grande Natal. A quantia, obtida com a comercialização das unidades habitacionais, é 122% maior que a obtida em 2010, quando o setor movimentou R$900 milhões, segundo dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil do RN (Sinduscon/RN).
O montante, no entanto, pode ser bem maior. O levantamento divulgado pelo Sinduscon/RN só leva em consideração as construtoras associadas que responderam a pesquisa. O número de lançamentos previstos para este ano também subiu. A previsão é de que 14,3 mil unidades habitacionais saiam do papel este ano. Em 2010, foram 5 mil - 1/3. Mais obras significam mais empregos com carteira assinada gerados no estado e mais renda.
A redução da taxa de juros, anunciada recentemente pelo governo federal, deverá contribuir ainda mais para as vendas, na avaliação de Sílvio Bezerra, ex-presidente do Sinduscon/RN e presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae-RN. Ela é apontada como uma das razões por trás do incremento.
"O mercado está muito bom. Quem trabalha está se dando bem. A crise externa não afetou o segmento". A tendência, diz Sílvio, é de alta, nos próximos dez anos. "O mercado continua crescendo. Há demanda". Ana Adalgisa, diretora executiva do Sindicato, confirma. "A crise não afetou o mercado".
A Ecocil, presidida por Sílvio Bezerra, é uma das incorporadoras potiguares que faturarão mais este ano. Em 2011, comercializará R$350 milhões. O valor é 169,2% maior que o comercializado em 2010, quando faturou R$130 milhões com a venda de unidades habitacionais. Em 2012, o valor pode atingir a marca dos R$500 milhões, prevê Sílvio. "Daí pra frente nosso objetivo é manter, anualmente, um patamar entre R$ 500 e R$ 600 milhões. O setor tem que encontrar novos filões, novos nichos de mercado. Sempre tem alguém para comprar".
Atualmente, a Ecocil desenvolve 18 projetos. Juntos, eles representam 25 mil unidades a serem lançadas nos próximos cinco anos. A incorporadora planeja faturar R$3,5 bilhões nos próximos cinco anos, levando em consideração apenas esses 18 projetos. "Este número deve subir. Compramos novas áreas todo mês", acrescenta Sílvio.
A Moura Dubeux é outra que está apostando em lançamentos. A empresa anunciou recentemente sete projetos para o mercado natalense, com previsão de iniciar algumas das obras ainda em 2011 e com Valor Geral de Vendas de R$ 250 milhões.
Fonte: http://tribunadonorte.com.br/
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