Venda de usados subiu 30%
Aquecimento não se restringe só a novos, também cresce procura por imóveis de terceiros, em bairros de Fortaleza
Em meio a lançamentos em vários bairros de Fortaleza, o mercado imobiliário está aquecido também nas vendas de usados. Este segmento registra elevação de 30% de janeiro a setembro deste ano, ante igual período de 2010. E deve manter este percentual de alta no ano, segundo projeções das imobiliárias consultadas pela reportagem.
Ao comprar o apartamento ou casa usados, o consumidor pode conseguir um preço até 50% abaixo do valor de um novo. Mas, para evitar novas contas, deve ter cuidado com a conservação do imóvel a fim de evitar um prejuízo inesperado. Este tipo de moradia é conhecido, entre os corretores, como imóveis prontos, avulsos ou de terceiros. Por já ter um certo período de uso e proprietários que não são as construtoras, o consumidor deve também observar toda a documentação do imóvel usado e do vendedor para evitar dores de cabeça.
Cautela e atenção
O diretor do Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo (Ibedec), José Geraldo Tardin, alerta que a compra da casa própria é um sonho de muitos e um contrato complexo. Mas, para que o sonho não vire um pesadelo é necessário muita cautela, pesquisa e atenção. O Instituto constatou o aumento 12% no número de reclamações de consumidores na compra de imóvel usado.
Segundo o diretor comercial da Apredial, João Carlos Gondim, as vendas cresceram por conta do aumento na oferta de novos empreendimentos e no fácil acesso ao crédito imobiliário. "80% das vendas de usados são feitas por meio de financiamento bancário", afirma. Além disso, diz ele, há o tradicional aquecimento no 2º semestre. "No 1º semestre, vivíamos a entrada de um novo governo, crédito restrito, juros subindo, consumidor com medo de se endividar. Agora, já houve adiantamento de 13º salário e férias".
Para Gondim, "a variação de preço depende da localização, se tem elevador, idade do imóvel e conservação". Em média, o valor varia de R$ 100 mil até R$ 250 mil, sendo o mais barato para unidades de 60m² e o mais caro até 85m². A participação da moradia usada nas vendas gerais do mercado imobiliário varia entre 30% a 50%. "Depende se tem oferta de lançamentos, eventos como feirões e salões de imóveis", compara.
Condições físicas
Ele alerta para o que se deve observar das condições físicas da casa ou apartamento: "pintura, conservação da fachada do prédio, sistemas elétricos e hidráulicos". Diante de certos problemas, a negociação pode derrubar entre 5% a 10% o preço de oferta, se o consumidor for arcar com certas reformas, de acordo com Gondim.
"O imóvel usado não tem garantia por parte do vendedor", explica. Se o comprador provar que houve má fé, no caso de não ser informado sobre problemas, ele pode entrar na justiça".
O diretor da Alessandro Belchior, Germano Belchior, reforça que o papel do corretor é apresentar todas as vantagens e deficiências no imóvel. "Ele tem que passar as informações completas, mostrando tudo o que há na casa ou no apartamento", afirma. Belchior orienta o consumidor a buscar uma empresa de referência no mercado imobiliário, checar a documentação, conversar com síndico e moradores sobre problemas no condomínio. "Os contratos já preveem os direitos e obrigações do vendedor e do comprador".
O gerente de imóveis exclusivos da César Rego, Rogério Veloso, explica que sem os documentos em dia não é possível conseguir um financiamento bancário. "Hoje, todos os bancos estão envolvidos neste tipo de crédito", afirma. "Além da Caixa, tem o Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Santander, financeiras. Todos estão se aperfeiçoando em oferecer crédito imobiliário". Segundo ele, o usado é uma opção para quem não quer esperar a construção do novo. "Quem mora de aluguel prefere ter o imóvel próprio para morar pagando o financiamento".
Perfil
O perfil deste comprador, segundo os três gestores, também abrange recém-casados, divorciados e os que estão melhorando a situação financeira e querem um apartamento maior nas melhores localizações de Fortaleza. Os usados mais amplos estão na Aldeota, Meireles, Dionísio Torres, Fátima, Água Fria e Cidade dos Funcionários.
Fonte: http://diariodonordeste.globo.com
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