Mercado condominial
Segmento pede mais serviços e profissionalização
Por Ricardo Karpat*
O cenário dos condomínios em todo o Brasil está mudando rapidamente, aquela figura do síndico convencional que estamos acostumados - na sua maioria pessoas que exerciam tal função por terem tempo livre, ganhando no máximo como benefício a isenção da taxa condominial -, está sendo substituída por um profissional especializado e preparado para exercer essa função.
A gestão dos bilhões de reais que movimentam mensalmente este segmento, nos aproximadamente 200 mil condomínios espalhados pelo país, começa a ser feita por síndicos remunerados, que trazem maior profissionalismo, segurança e comodidade aos moradores, além de gerar maior valorização ao patrimônio.
Hoje, ser síndico é uma profissão muito bem remunerada. Um síndico de sucesso pode ter receitas em torno de R$ 30 mil mensais. Para tal, os contratantes exigem conhecimento, formação específica e resultados a curto prazo.
Até pouco tempo atrás, a grande maioria dos outros funcionários que trabalham em condomínios tinham salários baixos, não pensavam em crescer profissionalmente e ficavam no mesmo emprego por quase uma vida inteira.
Hoje, nos deparamos com zeladores que ganham acima de R$ 4 mil e gerentes prediais que ganham mais do que alguns executivos formados em universidades renomadas.
Além disso, uma grande parte dos condomínios contava apenas com um contador para ajudar na gestão financeira e de departamento pessoal.
Hoje, as empresas especializadas em administração condominial disponibilizam mais de 10 departamentos especializados, proporcionam serviços exclusivos, sites de gestão e muito mais.
A própria estrutura física do condomínio mudou: grades eram poucas e quando existiam não eram tão robustas.
Hoje, a grande maioria dos condomínios busca incessantemente aumentar as barreiras físicas, tentando inibir ao máximo situações de perigo. Câmeras eram raridade, hoje, são muitas!
Com sistemas de controle de acesso, monitoramento ativo, alerta vigia. Enfim, cada vez mais a tecnologia está alinhada na tentativa de minimizar a criminalidade.
Com todo esse volume de dados e pessoas envolvidas a pergunta que fica é: qual o futuro do segmento condominial?
Facilmente podemos identificar a profissionalização do setor e uma exigência maior por parte dos clientes.
Este movimento ocorreu por dois principais motivos: o aumento da criminalidade e a diminuição da população que consegue pagar um clube privado. Sendo assim, o condomínio necessita ser mais seguro e oferecer maior conforto aos moradores.
Uma coisa puxa a outra e, para proporcionar maior segurança e comodidade aos moradores, o sistema de gestão se torna mais complexo.
O síndico precisa de mais conhecimento; as administradoras, de novos setores e funcionários condominiais com mais habilidades.
Logo, as profissões que envolvem o segmento se valorizam e surge concorrência por melhores oportunidades.
Com este novo perfil do segmento todos saem ganhando, o investimento na contratação de profissionais capacitados é rapidamente recuperado e a economia brasileira agradece, pois milhares de novos empregos são gerados.
* Ricardo Karpat é Diretor da Gábor RH, administrador de empresas especializado em recursos humanos e possui experiência profissional de 15 anos no segmento de condomínios.