Mercado de locação
Pandemia provocou impactos no Grande Recife. Veja
Pandemia provoca aumento de devolução de imóveis e queda de valor de locações no Grande Recife
Segundo Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci), taxa de devolução de imóveis comerciais chegou a 20%. Queda de preços atingiu a marca de 40%
A pandemia do novo coronavírus provocou impactos no mercado imobiliário na Região Metropolitana do Recife. Segundo o Conselho Regional de Corretores e Imóveis de Pernambuco (Creci), a taxa de devolução de imóveis comerciais alugados chegou a 20%. Outro problema é a redução dos valores das locações, que atingiu até 40% (veja vídeo acima).
Para muita gente, com a pandemia, foi necessário fechar a empresa e demitir funcionários. Além disso, outra saída foi devolver as chaves do imóvel alugado.
Foi o que aconteceu com a empresária Maria Valois, que tinha quatro funcionários no salão de beleza e pagava aluguel de R$ 2.300, além de condomínio de R$ 600.
Com a crise econômica, ela não teve outra alternativa a não ser se desfazer de tudo, para evitar o acúmulo de dívidas. “Foi para não correr o risco de não ter como pagar no futuro”, afirmou.
Enquanto os inquilinos tentam se livrar de dívidas, para os proprietários fica obrigação de pagar Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e taxa anual para o Corpo de Bombeiros.
Além disso, é necessário correr atrás e tentar alugar o imóvel outra vez. Só que, agora, com o mercado em baixa.
Outro problema registrado com a pandemia é a redução significativa dos valores dos alugueis. O mercado estima que a queda ocorreu por causa da necessidade de renegociação de contratos entre inquilinos e proprietários.
O Cresci informou que, atualmente, a procura é para locação de imóveis de até R$ 2 mil mensais, em média.
De acordo com o corretor Alexandre de Paulo, de 56 anos, que atua há sete no mercado imobiliário, os imóveis residenciais tiveram uma redução de cerca de 10% nos valores. Entre os imóveis comerciais, esse percentual chegou a 40%.
“Muitos desses acordos foram firmados com orientação da Justiça. Tem muito imóvel desocupado. Proprietários e inquilinos também estão tentando manter as parcerias”, afirmou.
O mercado se preocupa, agora, com a duração desses novos contratos firmados durante a pandemia. A média dos acordo é de três meses. Depois disso, é preciso voltar aos valores de antes do novo coronavírus.
“Esses aditivos de contratos podem ser feitos por internet, e-mail e até pelo WhatsApp”, afirma o conselheiro do Creci-PE Augusto Paranhos.
Sobre o futuro, o mercado imobiliário aponta perspectivas melhores para dezembro de 2020. “Teremos muita oferta. Por isso, poderemos ter uma queda de até 20% nos valores dos alugueis”, afirmou Paranhos.
Fonte: https://g1.globo.com