Mercado imobiliário
Segundo semestre começa aquecido em SP, diz Secovi
Pesquisa do Secovi-SP aponta bom início de segundo semestre no mercado de imóveis
Unidades novas registraram crescimento de lançamentos e vendas em julho, comparativamente ao mesmo mês de 2018
A Pesquisa do Mercado Imobiliário, realizada mensalmente pelo departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), apurou em julho a comercialização de 3.284 unidades residenciais novas. O resultado foi 48% inferior ao total comercializado em junho (6.319 unidades), mas 113,0% superior às vendas de julho de 2018 (1.542 unidades).
Em termos de lançamentos, e de acordo com dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), a cidade de São Paulo registrou, em julho deste ano, o total de 3.567 unidades residenciais lançadas, volume 62,1% abaixo do mês de junho (9.415 unidades) e 25,0% acima do total de julho do ano passado (2.854 unidades).
Análise por segmento
Imóveis de 2 dormitórios destacaram-se no mês de julho em todos os indicadores: maior volume de vendas (2.410 unidades), lançamentos (2.921 unidades), imóveis ofertados (14.601 unidades), maior VGV – Valor Global de Vendas (R$ 714,8 milhões) e melhor desempenho de vendas, com VSO (Venda Sobre Oferta) de 14,2%, resultado de 2.410 unidades comercializadas em relação aos 17.011 imóveis ofertados e lançados no mês.
Unidades com menos de 45 m² de área útil lideraram em todos os indicadores: vendas (2.032 unidades), lançamentos (2.803 unidades), imóveis ofertados (11.937 unidades), VSO de 14,5% e maior VGV (R$ 424,5 milhões). Imóveis com valor de até R$ 240 mil lideraram em vendas (1.822 unidades), lançamentos (2.808 unidades), oferta final (9.670 unidades) e maior VSO (15,9%).
Oferta
A capital paulista encerrou o mês de julho com a oferta de 23.168 unidades disponíveis para venda. A quantidade de imóveis ofertados cresceu 0,6% em relação a junho (23.033 unidades) e 26,6% em comparação a julho de 2018 (18.306 unidades). A oferta é composta por imóveis na planta, em construção e prontos (estoque), lançados nos últimos 36 meses (agosto de 2016 a julho de 2019).
Imóveis econômicos
Em julho, imóveis enquadrados nas condições de financiamento do programa Minha Casa, Minha Vida registraram a venda de 1.467 unidades e o lançamento de 1.873 unidades. A oferta totalizou 7.427 unidades disponíveis para venda e o VSO foi de 16,5%.
Nos outros segmentos de mercado, a pesquisa identificou 1.817 unidades vendidas, 1.694 unidades lançadas, oferta final de 15.741 unidades e VSO de 10,3%.
O destaque no crescimento porcentual em termos de tipologia ficou por conta dos imóveis de 4 ou mais dormitórios. De janeiro e julho, foram comercializadas 868 unidades, uma alta de 145,9% em relação ao acumulado do ano passado no mesmo período (353 imóveis). Em termos de unidades, predominam os imóveis de 2 dormitórios, com 14.849 unidades comercializadas nos primeiros sete meses do ano e variação de 64,5% em relação às 9.026 unidades vendidas no mesmo período de 2018.
Conclusão
“Julho costuma ser influenciado por fatores como férias escolares e, geralmente, apresenta queda sazonal em relação ao mês de junho. Neste ano, não foi diferente: houve redução de 48,0% nas vendas e 62,1% nos lançamentos, principalmente porque a base de junho havia apresentado recordes históricos”, afirma Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.
Imóveis de 2 dormitórios continuam predominando no mercado imobiliário, com participação porcentual de 73,4% no total de vendas e 81,9% no volume de lançamentos do mês.
No acumulado do ano, as 22.029 unidades comercializadas representam um aumento de 62,7% em relação às 13.543 unidades apuradas no acumulado do mesmo período de 2018. O lançamento de 21.949 unidades resultou em aumento de 92,8% em relação às 11.384 unidades lançadas em igual intervalo do ano passado.
O bom desempenho do mercado imobiliário exerceu positiva influência na economia. O crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) acima do esperado, de 0,4% no segundo trimestre em relação ao trimestre anterior, afastou o temor de que o País entrasse em recessão técnica.
Os três subsetores que apresentaram os maiores aumentos e contribuíram para o desempenho do PIB foram a Indústria de transformação (2,0%), a Construção (1,9%) e as Atividades imobiliárias (0,7%).
Outro indicador econômico influenciado positivamente pelo setor imobiliário foi a geração de empregos. No acumulado de janeiro a julho, a Construção Civil gerou 77.481 empregos, com participação de 17% do total de 461.411 empregos gerados no País, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
“Este ambiente pode ser prejudicado em breve. Continuamos preocupados com a falta de calibragem na Lei de Zoneamento da cidade de São Paulo. Somente com os necessários ajustes será possível fazer com que o nosso setor contribua ainda mais com a economia, gerando empregos, aumentando a arrecadação de impostos e mantendo o equilíbrio do mercado imobiliário, com a adequada e necessária oferta de imóveis à população”, afirma Emilio Kallas, vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos do Secovi-SP.
Para o presidente do Sindicato, Basilio Jafet, o ajuste na Lei é indispensável e urgente, principalmente neste momento favorável para o Brasil, graças às reformas estruturais e à correta agenda econômica. “Dentre as medidas de estímulo ao mercado, vale destacar a recente opção de financiamento pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que amplia a possibilidade de acesso à moradia, com valor inicial de prestação mais baixo.”
Porém, Jafet adiciona à lista de preocupações as frequentes ameaças de desvirtuamento na destinação de recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que devem ser aplicados em habitação, saneamento e infraestrutura.
Fonte: Assessoria de Comunicação - Secovi-SP