Condomínios recusam universitárias como moradoras
Luiz de Carvalho
Universitários que moram em prédios da Zona 7, cansados de terem seus apartamentos arrombados por ladrões, não conseguem se mudar para condomínios mais seguros porque não são aceitos pelos demais moradores. Nem com bons fiadores ou pagando adiantado pelo aluguel, eles não conseguem assinar o contrato de locação.
Essa situação é vivida por três estudantes que moram no 4º andar de um prédio da Zona 7, próximo ao câmpus da Universidade Estadual de Maringá (UEM), que não tem porteiro, nem portaria. Elas decidiram sair do local depois que seus notebooks, roupas, dinheiro e vários outros objetos foram levados por ladrões, em plena luz do dia. Antes de serem "visitadas" pelos ladrões, outros dois apartamentos vizinhos foram furtados.
"Isso está se tornando corriqueiro, ninguém toma providência, parece que estamos aqui só para ser roubados", diz Andressa, que veio de Minas Gerais estudar na UEM.
"Qualquer pessoa pode entrar a qualquer hora, alguém sai carregando vários computadores, malas e outros objetos e ninguém faz nada".
Elas percorreram várias imobiliárias, mas não foram aceitas em nenhum prédio que tenha melhor estrutura de segurança. Motivo: são estudantes. Nem com bons fiadores ou pagando adiantado, as garotas foram aceitas.
Prevenção
O vice-presidente Regional do Sindicato da Habitação (Secovi), Roberto Granado Martines, disse que não há nenhum acordo entre as imobiliárias para que não aceitem estudantes em determinados prédios, mas concorda que existe uma certa prevenção por decisão dos moradores.
"Muitas famílias que compram apartamentos em certos prédios não aceitam se mesclar com estudantes, que têm suas particularidades, um jeito diferente de uma família normal, horários diferentes, gosto musical diferente. Quando as famílias são maioria, elas mudam o regimento interno do condomínio e barram a entrada dos estudantes", explica.
Fonte: http://maringa.odiario.com
Matérias recomendadas