Morador morto por síndico
Gestor que matou morador com soco vira réu por homicídio qualificado
Síndico que matou advogado com soco no rosto vira réu por homicídio qualificado
Crime foi registrado no dia 12 de fevereiro, em São José do Rio Preto (SP), após a final do Mundial de Clubes
O síndico Emerson Ricardo Fiamenghi, suspeito de matar com soco no rosto o advogado Celso Wanzo, virou réu por homicídio qualificado e lesão corporal.
A denúncia do Ministério Público (MP), feita pelo promotor Rodolfo Strazzi Arcangelo Pereira, foi aceita, na última terça-feira (28), pela juíza Luciana Cassiano Zamperlini Cochito, da 1ª Vara Criminal de São José do Rio Preto (SP)
O caso foi registrado no dia 12 de fevereiro, na avenida Presidente Juscelino Kubitscheck, após a final do Mundial de Clubes.
Celso levou um soco no rosto de Emerson, caiu desacordado e foi socorrido para o Hospital de Base, mas não resistiu aos ferimentos e morreu horas depois. Ele estava acompanhado de um amigo.
Em nota, o advogado de defesa de Emerson lamentou a denúncia oferecida. "Ela é contrária a prova dos autos, contrária a manifestação do promotor de Justiça oficiante no júri na comarca de São José do Rio Preto. Ademais, também há contrariedade à posição dos tribunais a respeito do tema, aguardando assim com serenidade a análise do caso pelo Poder Judiciário ao longo do processo", disse Rogério Cury.
A denúncia
A vítima e o suspeito moravam no mesmo condomínio e torciam para times diferentes. Celso integrou o conselho de administração e havia sido advogado do prédio. Já Emerson virou síndico e assumiu a administração com outros integrantes em substituição à gestão anterior.
“À época da diretoria integrada pela vítima Celso, o denunciado insistia em vários questionamentos a respeito da administração do condomínio fazendo surgir animosidades, inclusive depois que o denunciado assumiu a função de síndico, com ameaças por parte do denunciado”, conta na denúncia do promotor Rodolfo Strazzi.
Na data do crime, Emerson chegou ao prédio conduzindo o veículo e passou a buzinar, ameaçar e ofender Celso que estava dentro do apartamento com familiares e amigos.
“Na ocasião, o denunciado chegou a dizer que a vítima era um 'advogadinho de bosta, advogadinho sem mundial, desça que vou te matar, corno', dentre outras ofensas”, escreveu o promotor na denúncia.
Segundo o MP, Emerson estacionou o veículo e voltou a ofender Celso de maneira insistente, caminhando e atravessando a rua, chamando o advogado para descer.
“Quando a vítima Celso atravessou a rua e entrou em um gramado, o denunciado foi ao seu encontro e movido por dolo eventual, assumindo o risco do resultado morte desferiu um violentíssimo soco na cabeça da vítima. Neste momento, a vítima João interveio e sofreu socos desferidos pelo denunciado”, consta em outro trecho da denúncia.
De acordo com o MP, a esposa da vítima desceu do prédio, percebeu a gravidade da situação, pegou o veículo e levou o marido para o Hospital de Base.
“A vítima Celso sofreu múltiplas fraturas desalinhadas de calota craniana, com afundamento de fragmentos ósseos; fratura de esfenoide e arco zigomático à esquerda; fratura da parte lateral e teto da órbita esquerda; fratura do teto da órbita direita; fratura da lâmina papirácea bilateralmente, ferimentos estes causados diretamente pelo soco desferido”, escreveu o promotor na denúncia.
Para o MP, Emerson cometeu homicídio qualificado por motivo fútil contra Celso, e lesão corporal contra João.
Prisão e soltura
No dia do crime, A Polícia Militar foi acionada e levou Emerson para a Central de Flagrantes de Rio Preto. O caso foi registrado como lesão corporal de natureza grave, já que a vítima ainda estava viva quando o boletim de ocorrência foi feito.
Emerson pagou fiança de R$ 5 mil e foi liberado. Contudo, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e se entregou no dia 13 de fevereiro.
Logo depois, o advogado Humberto Barrionuevo Fabretti entrou com um habeas corpus, alegando que Emerson não teve a intensão de matar, e que não havia necessidade da prisão.
O desembargador Alcides Malossi Junior analisou o pedido feito pela defesa, revogou a prisão preventiva e determinou a expedição de alvará de soltura.
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