Dono de carro atingido em incêndio que matou 1 responde a 8 inquéritos
Homem nega cumprir pena em regime aberto por tentativa de homicídio. Corpo carbonizado foi encontrado em garagem perto de carros queimados.
Moradores do prédio na QE 38 do Guará 2, no Distrito Federal, onde dois carros foram incendiados e um corpo foi encontrado carbonizado na madrugada desta quarta-feira (8) afirmam que o dono de um dos automóveis é o ex-síndico do edifício Gilver Frossard Motta.
Segundo a polícia, Motta tem 42 termos circunstanciados por crimes de menor potencial ofensivo, 8 inquéritos – um deles por tentativa de homicídio – e cumpre pena de prisão em regime aberto por injúria e ameaça.
Reportagem da TV Globo apurou que Motta tinha 29 passagens pela polícia e que cumpria pena em regime aberto por tentativa de homicídio. Ao G1, ele negou que a pena fosse por tentativa de homicídio.
O delegado que cuida do caso, Rodrigo Larizzatti, disse, em entrevista, que o ex-síndico tem um relaciuonamento difícil com outros moradores do prédio onde mora.
“Todos [os casos registrados na polícia] dizem respeito a problemas de vizinhança, como injúrias, ameaças, lesões corporais, dano [...]. Isso demonstra que
efetivamente ele tinha problemas com grande parte dos moradores do edifício", disse.
Em novembro de 2012, Motta se envolveu em uma discussão com o zelador do prédio. Imagens de câmeras de segurança do prédio mostram o momento em que ele sai do carro com uma marreta e acerta o funcionário várias vezes. Ele também já se envolveu em uma briga de trânsito. Em uma moto, ele chuta o retrovisor do carro, agarra no para-brisa e avança no canteiro central.
Morador do prédio, Cristian Alejandro diz que é a terceira vez que tentam incendiar o carro do ex-síndico. "Ele vive aqui há uns oito anos e arranja confusão com todo mundo. Está respondendo por tentativa de homicídio e tentou matar outro morador, em outro condomínio. Todos os moradores sabem", afirma. "Ele sempre dá problemas e é motivo de discórdia aqui. É a terceira vez que tentam tacar fogo no carro dele.”
O síndico do prédio, Silas Augusto da Silva, confirmou que os carros pertenciam a Motta e à moradora do segundo andar, mas disse que a identidade da vítima não havia sido revelada ainda. Alejandro diz que a suposta vítima tinha 43 anos. "Era a pessoa mais calma desse prédio inteiro. O outro carro queimado era dela."
Segundo o Corpo de Bombeiros, 11 pessoas foram levadas para o hospital com intoxicação por causa da fumaça e algumas por estarem muito nervosas. O edifício, que tem 70 moradores e 36 apartamentos, chegou a ser interditado, mas foi liberado por volta de 13h.
Incêndio
Os bombeiros e o Samu foram chamados por volta das 3h50. Moradores relataram terem ouvido explosões na garagem do prédio. O fogo teria começado na garagem, mas muita fumaça se espalhou pelo edifício. Alguns moradores tiveram que ser retirados pelas janelas dos apartamentos por escadas.
O tenente-coronel Mauro Kaiser afirmou que, por causa da grande quantidade de fumaça, a descida dos moradores foi dificultada e os bombeiros resolveram usar equipamentos para a retirada das vítimas.
Segundo o Corpo de Bombeiros, 36 profissionais foram necessários para ajudar a apagar o fogo. Somente após o rescaldo do incêndio, que durou cerca de 40 minutos, foi possível perceber o corpo carbonizado.
Fonte: http://g1.globo.com/
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