Condomínios fechados devem combater Aedes
Reunião no Ministério Público com administradores de condomínios horizontais de Goiânia teve como objetivo repassar alertas
O auditório do Ministério Público de Goiás sediou na manhã de ontem (15) uma audiência pública com administradores de condomínios horizontais de Goiânia com o objetivo de repassar alertas e orientações em relação a medidas de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como a dengue, chikungunya e zika vírus. A reunião foi convocada pela 53ª Promotoria de Justiça de Goiânia, que tem procedimento instaurado para acompanhar a execução de um termo de ajustamento de conduta (TAC) assinado com o Município de Goiânia em novembro do ano passado visando intensificar as ações de enfrentamento ao mosquito.
A realização da audiência é uma das iniciativas previstas no planejamento de atuação do grupo de trabalho articulado pelo MP e que conta com a participação de diversos órgãos públicos e entidades associativas (leia no Saiba Mais). O encontro foi convocado em razão do alto índice de infestação registrado pelo Distrito Sanitário Leste, onde se localiza a maior parte dos condomínios fechados, no último levantamento epidemiológico efetuado pelo Município.
Na abertura da audiência, o promotor Vinícius Jacarandá Maciel, que está respondendo em substituição pela 53ª Promotoria, destacou que a reunião teria conteúdo técnico e o seu objetivo era orientar os condomínios sobre as medidas preventivas e de combate ao mosquito, informando ainda sobre os planos de ação em andamento no âmbito do poder público.
Ele alertou, porém, que, se isso não for suficiente, outras medidas poderão ser tomadas. “Com essa orientação, esperamos não precisar utilizar medidas de força. Mas, se isso for necessário, o faremos”, observou. Ele ponderou que, no combate ao Aedes aegypti, a conduta da população é de extrema relevância, já que a única solução efetiva existente hoje para enfrentar essas doenças é o combate ao seu vetor de transmissão.
Essa mesma advertência foi feita pela superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Saúde de Goiânia, Flúvia Amorim. “Não existe vacina, não existe medicamento que elimine essas doenças. A única ferramenta com que contamos é combater o seu transmissor, o mosquito”, reforçou, lembrando que todo o País está em alerta em relação ao Aedes aegypti diante da recente associação do zika vírus, por ele transmitido, com casos de microcefalia em bebês e de síndrome de Guillain-Barré, registrados, sobretudo, na Região Nordeste.
Sugestões
Também ouvido na reunião, o biólogo Welington Tristão da Rocha, da SMS, mencionou os resultados positivos de uma reunião realizada com administradores e moradores de um condomínio fechado, na qual várias sugestões de medidas de controle foram apresentadas. Entre elas, a de mobilizações para inspeções de calhas e telhados das residências; a formação de uma brigada de combate ao mosquito; a realização de eventos, como caminhadas, com inspeções informais de residências vizinhas, e até a possibilidade de uso de drones – o que será estudado, agora, pelo poder público diante de uma nota técnica regulamentadora expedida recentemente pela Anac. Ele divulgou ainda os números de telefone para denúncia à secretaria de ocorrências relacionadas ao mosquito – 3524-3125/3131.
Outra a se manifestar na audiência foi a diretora da Vigilância Sanitária do Município, Cristina Laval, que também apresentou sugestões de mobilizações internas que podem ser feitas em busca do engajamento dos moradores. Representantes dos condomínios presentes à reunião puderam, ao final, fazer questionamentos sobre medidas que podem ser adotadas e esclarecer dúvidas.
Fonte: http://www.dm.com.br/
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